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Dimmu Borgir: A banda no auge de sua criação...

Resenha - Puritanical Euphoric Misanthropia - Dimmu Borgir

Por Marcio Machado
Postado em 25 de julho de 2019

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

O Dimmu Borgir se assegurou dentro da cena Metal com o disco "Spiritual Black Dimensions" de 1999, trazendo um álbum bastante complexo em sua concepção onde misturava a essência do black metal, aliado à muita melodia com o lado mais sinfônico e misturas com vocais limpos e guturais rasgados. Naquele disco, tivemos a presença ativa de Mustis nos teclados, e a participação de ICS Vortex no encargo dos vocais limpos. Essa formação agradou aos ouvidos do público e dos demais membros da banda que os recrutaram para o próximo trabalho, aliados à também chegada do novo guitarrista Galder e do baterista Nicholas Barker. Estava formado assim o Dimmu Borgir para seu novo trunfo, e diga-se de passagem sua obra definitiva e poucas vezes visto tanta qualidade num disco de Metal.

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Abrindo a obra está um belo prólogo sinfônico que mostra à qual vertente o álbum irá transcorrer por todos os seus minutos. "Fear and Wonder" é uma faixa instrumental muito bem executada que traz certa calma e começa tudo com bastante drama e causa efeito, é a porta de entrada perfeita.

As coisas começam de fato com "Blessings Upon the Throne of Tyranny", que já chega rápida, fritando a bateria com velocidade e técnica e surpreende a produção de extrema qualidade, onde tudo é muito bem ouvido, um salto bem grande do disco anterior, que apesar de acertar nesse ponto, não se fazia tão audível como este. De cara já notamos que o Dimmu Borgir continua com seus pés fincados no Black metal, mas não se limita à isso, soando agressivo e veloz como uma banda de Thrash em certo momento da faixa. Claro que aliado à ótima execução que os músicos realizam, Shagrath aparece em seu melhor momento com a voz um tanto marcante e presente. A faixa é um vai e vem de mudanças rítmicas e como a sintonia está em plenitude ali.

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A terceira faixa já é grande conhecida dos fãs da banda e não a toa. "Kings of the Carnival Creation" é uma das melhores composições já realizadas pelo Dimmu Borgir em toda sua trajetória. Começando um tanto climática, parece a trila perfeita para invocar o próprio capiroto à brotar do chão. A levada da canção é bastante cadenciada e logo muda para um blast beat furiosos de Baker, que é mestre o domínio dessa técnica. Nos seus quase oito minutos, é uma viagem total as mudanças de ritmos e tanta riqueza sonora empregada ali. Lá pela sua metade a música cai numa passagem bastante melódica e mais lenta, e quem leva a voz é o baixista Vortex que o faz como um deus nórdico com sua voz um tanto marcante e presente e que acrescenta em muito o som da banda. Podemos ver ali como a banda continuou a evoluir sonoramente sem se perder e como esbanja qualidade e vontade de criar.

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"Hybrid Stigmata – The Apostasy" é nervosa em seus primeiros acordes, onde Shagrath mostra a força do seu vocal rasgado ao máximo onde ele parece incorporado pelo "coiso" e o uso de efeitos nos versos da canção dão um climão aqui. Destaque para as bases pesadas de guitarras de Galder e do cabeça de tudo Silenoz, aliada a uma bateria conduzida com muita técnica e cheia de detalhes, e que riqueza Barker esbanja aqui. Logo as coisas mudam de andamento mas com tamanha naturalidade que parece estarmos ouvindo outra faixa, mérito esse que a banda exploraria com os pós lançamentos, mas não com a tamanha destreza empenhada aqui, é tanta melodia que até nos perdemos e eles parecem brincar com nossa cara nesse loop de ritmos. Há uma outra passagem que Vortex abre a garganta e nem preciso falar de quão bem ele se encaixa nessa passagem. É sem dúvidas uma das preciosidades do álbum.

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Voltando ao ritmo mais cadenciado do Thrash em seu começo, "Architure of a Genocidal Nature" é pesada e sem muita enrolação, vai direto ao ponto com muito peso das guitarras e um teclado que compõe a atmosfera de tudo. De novo a voz de Shagrath é um destaque a parte, seu gutural grave impera e em sua metade, vemos aquele ar do Dimmu Borgir do Stormblast.

"Puritania" é outra simples perto das demais faixas, mas nem por isso se torna apática ao ouvinte. Pesada e parece incitar à uma especie de marcha militar. O que de fato ela é pela análise da letra, onde um ser virá a Terra prometendo caos e liberdade. Uma parte digamos experimental, mas que deu muito certo.

"IndocriNation" traz as coisas para a fúria sonora que o disco é. Seus primeiros segundos já parecem um tanque de guerra sem controle, e saquem o riff da guitarra que sonoridade insana e medonha sai dali. Em sua metade, saem as guitarras insanas para uma parte guiada por um trecho orquestrado que aparece de forma um tanto bem alinhada, até tudo voltar aquela loucura inicial. Seu final é uma longa passagem instrumental densa e carregada por muito peso que dão um final apoteótico. Outro destaque do disco.

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Sem perder o ritmo "Absolute Sole Right" é um inferno sonoro de pedais duplos e guitarras de novo ensandecidas. E assim ela se segue até seu final, onde somente ali há uma passagem mais lenta. Confesso que há um certo desgaste pela longa duração da faixa que não é ruim, só parece não se sustentar em quase 7 minutos e acaba por alterar um pouco o resultado final da audição.

"Sympozium" é agressiva e traz de novo aquele black metal raiz em seu início Mas lá pela sua metade esbanja qualidade de novo com Vortex reaparecendo trazendo seus vocais carregados e alinhados com a composição da passagem. É outro grande momento do álbum e um piano que salta nos ouvidos de tão bem composto e tocado a maestra por Mustis.

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Encerrando o trabalho, "Perfection or Vanity" é mais um instrumental que mescla toda a composição do disco, o lado sinfônico ao lado mais Heavy Metal, um final brando e digno da obra num todo.

"Puritanical Euphoric Misanthropia" foi um grande passo na carreira do Dimmu Borgir os colocando no patamar de grandes bandas e não somente isso, mas agregando riqueza ao gênero Metal, com um álbum extremamente técnico, aliado à uma banda renovada e no auge de sua criação que resulta num dos melhores trabalhos já executados dentro da cena. Grande momento para os ouvintes, um melhor ainda para a banda.

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Sobre Marcio Machado

Estudante de história, apaixonado por cinema e o bom rock, fã de Korn, Dream Theater e Alice in Chains. Metido a escritor e crítico.
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