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Kamelot: Epica é um disco verdadeiramente primoroso

Resenha - Epica - Kamelot

Por Ricardo Pagliaro Thomaz
Postado em 23 de julho de 2019

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Estou de volta com o Kamelot para finalmente falarmos sobre a primeira parte do álbum The Black Halo, chamada Epica, um disco verdadeiramente primoroso! Eu até peço perdão pela demora entre o ano passado e agora, mas uma obra dessas realmente requer muita atenção e cuidado com as palavras.

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Meu primeiro contato com o Kamelot foi em 2005, quando o grupo americano surfava na visibilidade adquirida com seu famoso álbum The Black Halo. Foi nesse álbum que a banda apareceu no mapa para mim. Anos depois, eu resolvo ir atrás da discografia dela, e descubro a contraparte menos famosa da dupla de álbuns da banda que compoem a adaptação da história de Fausto, o disco Epica, e curioso, vou atrás de ouvir.

Ao final, acabo estupefato... fazia muito tempo mesmo que eu não sentia isso por um disco. Foi paixão à primeira ouvida. Crescia em mim aquela necessidade latente de memorizar cada bom momento, cada faixa do disco, cada letra, e isso é muito difícil de encontrar hoje no meio musical.

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Na resenha que fiz de The Black Halo, eu ainda não havia escutado este disco aqui. Após isso, consegui ouvir Epica com cuidado, e repeti a audição inúmeras vezes, em vários momentos, até memorizar cada momento deste álbum magnífico. Depois disso, comecei a ouvir Epica e The Black Halo um após o outro, e meu fascínio com estas duas obras só aumentava mais. Portanto, eis finalmente minha opinião sobre Epica.

Façamos como eu fiz na resenha de The Black Halo e vamos ver um pouco da parte narrativa:
Ela se inicia exatamente no céu, em que Deus reune todos os seus anjos para estarem ao lado dos humanos servindo e protegendo, mas um em particular, Mephisto, se recusa, e por isso é banido do céu. Então Deus lhe dá uma chance: Mephisto conquista e corrompe a alma do escolhido de Deus, Ariel, e retorna para o céu, ou então será condenado eternamente ao fogo do inferno.

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Sim, é Fausto mesmo, você que já leu a peça de Goethe ou viu a adaptação cinematográfica de Murnau sabe disso, dá pra identificar na hora.

Então somos apresentados a Faust... digo, Ariel, hehe, um cientista que debate consigo mesmo sobre o significado da vida, e ele quer descobrir a razão da miséria humana e sai de seu vilarejo para cumprir tal objetivo. Ele se despede de seus amigos, de seu amor Gretch... digo, Helena, hehe, e parte para uma viagem prometendo não voltar até cumprir seu intento.

Só que isso resulta em coisas ruins, porque ele começa a se viciar em drogas, se envolver com práticas ocultistas, e por último, termina por querer cometer suicídio, mas em sua loucura, ele tem uma breve visão de Mephisto.

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Eis que o espírito caído aparece a Ariel e promete lhe conceder poderes, imortalidade e resolver seus problemas mundanos em troca de sua alma. Ariel aceita e os dois vão ao castelo de Mephisto onde eles celebram a decisão com um banquete. Mas Ariel estabelece a condição de que Mephisto só terá sua alma se Ariel alcançar prazer e satisfação em sua empreitada. E Mephisto aceita, meio resignado.

Pouco tempo depois, Ariel se reencontra com Helena. Eles tem uma noite de amor e Helena fica grávida, mas Ariel decide aproveitar seus poderes ilimitados e retornar em sua busca pela verdade dizendo a Helena que de nada lhe vale o amor se ele pode alcançar coisas mais elevadas. Helena se sente traída, mas ainda assim ama Ariel incondicionalmente, e resolve se suicidar no rio, pedindo a Deus que poupe a alma do bebê não-nascido. Ela e o bebê então são levados para o céu por Deus, e observam Ariel, enquanto este, após saber da morte de sua amada, se afoga em angústia e culpa Deus pelo seu sofrimento, mas Ariel é novamente tentado por Mephisto e decide continuar em seu caminho.

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A história termina sua primeira parte aqui e continua então no próximo disco do grupo, The Black Halo.

Vamos nos ater agora à parte musical da obra.
E eu já vou adiantando, apesar de Epica não ser tão conhecido quanto a sua segunda parte, eu pessoalmente considero este álbum até mais bonito e mais bem arranjado, mais inspirado e surpreendente. Gosto muito dos dois, mas prefiro o Epica. São dois momentos. Epica é sobre deslumbramento, enquanto The Black Halo é mais sobre reflexão, tem um caráter mais intimista. Vamos às faixas e destaques de Epica.

Após a introdução instrumental "Prologue" com a passagem de Poe, ouvimos uma das melhores faixas de toda a carreira do Kamelot, a sensacional "Center of the Universe"; com sua batida acelerada e arranjos impecáveis, melodias cativantes e inclusive uma ponte melódica que remete à música folk, o grupo mete o pé direito na porta e emplaca um clássico instantâneo. Eu lembro quando eu escutei a versão ao vivo no disco extra do álbum Poetry for the Poisoned, a apresentação no Wacken de 2010, e ficar bastante impressionado pela música, inclusive escutando o próprio Khan dizendo ao público "aqui está uma música que vocês amam"; uau, compreendo exatamente isso agora! Absolutamente fantástica e apaixonante, me fez voltar o play inúmeras vezes antes de seguir em frente, e se tornou uma das minhas favoritas do Kamelot.

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Dando sequência à narrativa, temos "Farewell", outra aceleradíssima, pesada, com linhas melódicas igualmente fascinantes e cativantes, linhas de guitarra bacanas, e outra performance fantástica do grupo. Uma pequena passagem chamada "Interlude I: Opiate Soul" contendo um coro no que parece ser latim, marca a introdução da ótima "The Edge of Paradise" que repete a mesma frase em latim, "Dolcissimae... oh Fortuna... Venit Meos...", que mais ou menos significa "docílima... ó, fortuna... venha até mim...", compondo um quadro de aguda desilusão em que o protagonista da história, afogado nas drogas, está inserido.

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Logo depois ficamos com a belíssima e doce balada "Wander", música que aproveita o momento para nos relaxar, mesmo que de maneira meio dramática e agridoce, porque após ela, temos a esperada descida do arcanjo Mephisto. E que descida! Após a curta introdução "Interlude II: Omen" que prepara terreno, somos levados à rápida e dramática "Descent of the Archangel", e eu não sei bem o que acontece, mas a instrumentação é tão boa, as melodias são tão bem escritas, que soam como trilha sonora de um filme; eu posso visualizar na minha cabeça a chegada do anjo caido, o acordo que ele fecha com Ariel, o banquete que se dá na próxima e também excelente faixa "A Feast for the Vain", que vem logo após a outra curta apresentação "Interlude III: At the Banquet", ambas faixas aceleradas e muito bem escritas.

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É hora de relaxarmos com uma acústica, a linda folk "On The Coldest Winter Night", neste momento de reflexão e encontro da história, mas logo depois o desencontro de nossos personagens acontece na pesada e emotiva "Lost & Damned". Então Nas próximas faixas curtas temos interlúdios belíssimos que expressam muito bem a tragédia de Helena, e a mais bonita é "Helena's Theme", cantada inclusive pela cantora soprano Mari Youngblood, que interpreta Helena na peça; um trecho da letra é o espírito do rio onde ela cometeu suicídio, pedindo a Deus e à misericórdia de Cristo para poupar a criança que ela carrega no ventre, conforme as letras do lamento indicam: "If the grace of God is real, and the word of Christ can heal, bring their souls to heaven's light, bless the unborn child tonight".

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Logo mais, vemos a angústia e o desespero de Ariel no arrastado e grandioso climax de "The Mourning After (Carry On)", com arranjos fenomenais, coro sensacional e instrumentação ímpar. E então chegamos na tentação de Mephisto, no grandioso fechamento desta primeira parte desta recontagem de Fausto pelo Kamelot, "III Ways To Epica", terminando um disco inesquecível e uma obra verdadeiramente... é... como o nome diz: ÉPICA! Só que essa última faixa termina meio inconclusiva. Eles simplesmente param de tocar, indicando que terá a continuação, que se dará em The Black Halo, a qual nós já analisamos aqui. Para a faixa bônus, depende da versão que você pegar, na versão limitada americana temos a belíssima rápida "Snow", que parece uma breve reflexão de Ariel em relação a Helena em algum ponto da narrativa, e na versão japonesa temos "Like the Shadows", bonita, mas não tanto quanto sua contraparte na versão americana, e parece novamente Ariel refletindo, desta vez sobre a natureza de sua relação com Mephisto; colocado em contexto na letra, até faz sentido.

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Em conclusão, é uma obra verdadeiramente sensacional e que respira um fôlego sobre o gênero do metal melódico sem precedentes. A fase do Kamelot com Roy Khan é verdadeiramente a melhor fase do Kamelot, os fãs tinham absoluta razão quando diziam isto. Depois de você ouvir este disco, ouça The Black Halo se não ouviu, e tenha uma experiência de metal melódico progressivo como você jamais teve na sua vida. Obra recomendadíssima!

Epica (2003)
(Kamelot)

Tracklist:
01. Prologue
02. Center of the Universe (feat. Mari Youngblood)
03. Farewell
04. Interlude I: Opiate Soul
05. The Edge of Paradise
06. Wander
07. Interlude II: Omen
08. Descent of the Archangel
09. Interlude III: At the Banquet
10. A Feast for the Vain
11. On the Coldest Winter Night
12. Lost and Damned
13. Helena's Theme (feat. Mari Youngblood)
14. Interlude IV: Dawn
15. The Mourning After (Carry On)
16. III Ways to Epica (feat. Mari Youngblood)
Limited Edition bonus track:
17. Snow
Japanese bonus track:
17. Like the Shadows

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Selos: Noise / Sanctuary

Banda:
Roy Khan: voz
Thomas Youngblood: guitarra
Glenn Barry: baixo
Casey Grillo: bateria

Músicos convidados:
Mari Youngblood: vocal nas faixas 2, 13 e 16
Miro: teclados
Sascha Paeth: guitarras adicionais
Luca Turilli: guitarra solo na faixa 8
Günter Werno: teclados
Jan P. Ringvold: teclados
Robert Hunecke-Rizzo: voz coral
Cinzia Rizzo: voz coral
Annie: voz coral
Herbie Langhans: voz coral
Fabricio Alejandro: bandoneón na faixa 12
Rodenberg Symphony Orchestra
Olaf Reitmeier: baixo acústico na faixa 11
Robert Hunecke-Rizzo: djembê na faixa 11
Andre Neygenfind: d-bass na faixa 11
John Wilton: diálogos nas faixas 9 e 13

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Discografia anterior:
- Karma (2001)
- The Fourth Legacy (1999)
- Siége Perilous (1998)
- Dominion (1997)
- Eternity (1995)

Site oficial:
http://www.kamelot.com

Para mais informações sobre música, filmes, HQs, livros, games e um monte de tralhas, acesse também meu blog.

http://acienciadaopiniao.blogspot.com.br

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Sobre Ricardo Pagliaro Thomaz

Roqueiro e apreciador da boa música desde os 9 anos de idade, quando mamãe me dizia para "parar de miar que nem gato" quando tentava cantarolar "Sweet Child O'Mine" ou "Paradise City". Primeiro disco de rock que ganhei: RPM - Rádio Pirata ao Vivo, e por mais que isso possa soar galhofa hoje em dia, escolhi o disco justamente por causa da caveira da capa e sim, hoje me envergonho disso! Sou também grande apreciador do hardão dos anos 70 e de rock progressivo, com algumas incursões na música pop de qualidade. Também aprecio o bom metal, embora minhas raízes roqueiras sejam mais calcadas no blues. Considero Freddie Mercury o cantor supremo que habita o cosmos do universo e não acredito que há a mínima possibilidade de alguém superá-lo um dia, pelo menos até o dia em que o Planeta Terra derreter e virar uma massa cinzenta sem vida.
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