Demon: o álbum mais experimental de um ícone britânico
Resenha - Plague - Demon
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collector's Room
Postado em 21 de junho de 2019
Terceiro álbum do Demon, "The Plague" é um peixe fora d’água na discografia do grupo, um dos nomes mais cultuados da New Wave of British Heavy Metal. Sucessor dos aclamados "Night of the Demon" (1981) e "The Unexpected Guest" (1982), "The Plague" gera discussão até hoje. Uma parcela dos fãs o tem como um dos melhores trabalhos da banda, enquanto outros o renegam há anos.
O que existe de diferente em relação aos discos anteriores – e também aos que vieram na sequência – é que o Demon suavizou a sua música, provavelmente de olho no que estava rolando no mercado norte-americano na época. É bom lembrar que 1983 foi o ano do boom do glam metal, com "Metal Health", do Quiet Riot, alcançando o primeiro lugar na Billboard e consolidando o estilo. Outro fator importante foi o crescimento da MTV, embalado, em sua maioria, pelos clipes das bandas de hard californianas. Pensando com a cabeça daquele tempo, uma mudança de sonoridade seria o caminho mais curto para alcançar um público maior.
Quer dizer então que "The Plague" é um álbum de hair metal? Não necessariamente. O Demon deixou a sua música menos agressiva agregando elementos de outros estilos além do hard, sendo o mais notório de todos o rock progressivo. Há uma presença constante de teclados, a alternância de dinâmicas salta aos ouvidos e a suavidade toma a linha de frente quando comparamos as nove faixas de "The Plague" com os trabalhos anteriores da banda. De certo modo, não seria equivocado afirmar que trata-se de um álbum que aproxima o som dos ingleses do AOR e traz ecos de grandes referências do estilo como Journey e Kansas. Além da mudança na parte musical, nota-se uma alteração também no aspecto lírico, com a banda deixando para trás as letras inspiradas em assuntos sombrios e demoníacos e falando sobre os temas sociais e políticos pelos quais a Inglaterra passava na época.
No entanto, o que fica claro é que, mesmo trilhando um universo sonoro distinto, "The Plague" mostra que o Demon era uma banda que valia a pena prestar atenção. A qualidade das ideias, as soluções melódicas e os arranjos evidenciam o quanto os caras eram bons, e isso é algo que ia além dos limites impostos por um gênero musical. Canções como "The Plague", "Nowhere to Run" e a excelente "The Writings on the Wall" são exemplos disso.
"The Plague" acaba de ser relançado pela Hellion Records aqui no Brasil, com seis faixas bônus que trazem a mixagem original de algumas das canções do álbum. Além disso, vale mencionar que a Hellion também disponibilizou os dois primeiros CDs do grupo em edições nacionais, ambas igualmente com bônus.
Uma ótima oportunidade de conhecer uma das bandas mais cultuadas do metal britânico, naquele que é o seu trabalho mais experimental.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Bangers Open Air confirma Twisted Sister e mais 40 bandas para 2026
Extreme é confirmado no Monsters of Rock 2026 no Allianz Parque
Os quatro maiores solos de guitarra de todos os tempos, segundo Carlos Santana
U2 é confirmado como atração do Todo Mundo no Rio em 2026
A banda que Lars Ulrich chamou de "o Black Sabbath dos anos 90"
As reações divergentes dos fãs ao anúncio do line-up do Bangers Open Air 2026
Pink Floyd disponibiliza versão integral de "Shine On You Crazy Diamond"
O guitarrista preferido de Mark Knopfler, do Dire Straits, e que David Gilmour também idolatra
A pior faixa de abertura gravada pelo Metallica, segundo a Metal Hammer
Welcome to Rockville 2026 divulga line-up oficial
Blackmore's Night cancela shows devido a questões de saúde
Nova música do Megadeth desbanca - temporariamente - Taylor Swift no iTunes dos EUA
Os 11 melhores álbuns de progressivo psicodélico da história, segundo a Loudwire
A banda de forró que se fosse gringa seria considerada de rock, segundo produtora
O dia que Kurt Cobain ligou para Max Cavalera para saber onde poderia descolar drogas
As regras do Punk Rock
O clássico que é "O hino" do Rock para Lars Ulrich, baterista do Metallica
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
O disco que "furou a bolha" do heavy metal e vendeu dezenas de milhões de cópias



