Black Sabbath: o Renascimento dos pais do Metal em Heaven And Hell
Resenha - Heaven And Hell - Black Sabbath
Por Mateus Ribeiro
Postado em 15 de fevereiro de 2019
A troca de integrantes em uma banda geralmente é difícil. Agora, imagine que essa banda é o Black Sabbath e que o vocalista que saiu da banda é Ozzy Osbourne. Parada indigesta, não? Até seria, se seu substituto não fosse Ronnie James Dio.
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Não precisa ser muito esperto para saber o tamanho da contribuição de Ozzy Osbourne para a banda, e para a música em geral. Ozzy participava muito das composições, além de ser um grande frontman, talvez o maior de todos os tempos.
Dificilmente uma banda atingirá o nível criativo que o Sabbath atingiu em tão pouco tempo, lançando seis clássicos absolutos entre 1970 e 1975. Claro que os dois álbuns posteriores são bons, mas nada que chegue no pé de um "Sabotage", por exemplo.
Entretanto, após a tour de "Never Say Die", a demissão de Ozzy foi algo inevitável, pois além de vários desentendimentos, todos nós sabemos como o Madman gostava de experimentar todo e qualquer tipo de droga. Enfim, não havia outra saída que não fosse chutar a bunda do Madman.
Logo depois de Ozzy passar no RH, Tony Iommi recrutou Ronnie James Dio, que cantava no Rainbow, banda do (nada) simpático e (menos ainda) carismático Ritchie Blackmore.
A incerteza que cercava a banda era enorme. Ninguém sabia o que esperar. A dúvida se foi logo nos primeiros acordes da primeira música, a MARAVILHOSA "Neon Knights".
A qualidade, que havia ficado na porta do estúdio em "Technical Ecstasy" e "Never Say Die", voltou. E voltou com tudo. Começando pela capa, uma das mais belas e significantes dentro das milhares que já vi na vida.
A voz de Dio caiu como uma luva na sonoridade da banda, um pouco diferente do que a banda havia feito até então. Seja nas músicas mais corridas, seja nas canções mais cadenciadas, o baixinho deu uma aula de como um vocalista de Metal deve cantar. Com todo respeito ao gigante Ozzy, que é o vocalista com a cara da banda, mas Dio é o vocalista mais técnico que já passou pela maior banda de Metal que esse planeta já viu.
Vale ressaltar que além de debulhar no microfone, nosso querido e saudoso duende executou um trabalho excepcional ao escrever as letras do disco. O trabalho instrumental dos outros membros não precisa de nenhum comentário. É o mesmo Black Sabbath competente e inspirado de meia década atrás, porém, com um gás novo na banda, gás esse que vinha de alguém com muita vontade de conquistar o mundo.
Seja pela bela "Children of The Sea", pela agitada e grudenta "Wishing Well", ou pelo solo maravilhoso de "Lonely Is The Word", o disco vale ser ouvido desde o primeiro até o último segundo.
A cereja do bolo fica por conta da faixa título. "Heaven And Hell" se tornou um dos maiores clássicos da banda. Seu riff inicial arrepia até o menos sensível dos seres humanos. E o que dizer do baixo e da bateria conduzindo a música? Dio parece ter colocado 110% de seu sentimento ao gravar (e interpretar) esse hino do Metal. O solo de Iommi chega a encher os olhos de lágrimas, tamanho o feeling do maior criador de riffs da história. Emocionante. Música que vale a carreira de qualquer banda.
O disco fez a banda ressurgir. Dio foi uma escolha mais do que acertada. Uma pena que após o disco, a banda começou a mudar de formação mais do que time na zona de rebaixamento. Pouco importa, na verdade. A história já estava escrita, com a ajuda da voz de um ser com pouco mais de um metro e meio de altura. Porém, um gigante do Heavy Metal e da música.
Ouça. Se emocione. Sinta cada riff, cada nota, cada batida dessa obra sensacional.
"…fool, fool, look for the answer…"
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