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Sammy Hagar: O álbum da virada em 1984

Resenha - VOA - Sammy Hagar

Por Renato M Fukuyama
Postado em 17 de janeiro de 2019

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Falar sobre a carreira do ex-vocalista do VAN HALEN e MONTROSE, SAMMY HAGAR, nunca é uma tarefa fácil, pois a versatilidade do cantor impressiona, não é possível por exemplo categoriza-lo como um cantor de heavy metal, pop ou Rock, pois já passou por essas vertentes de forma satisfatória.

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As duas principais formas de se medir se um artista de Rock é bem sucedido, segundo revistas especializadas nos anos 80, eram duas: as lotações de seus shows e vendagens de álbuns, no primeiro quesito pode-se dizer que SAMMY HAGAR realmente brilhava nos palcos, suas turnês eram muito bem sucedidas em território yankee, segundo relatos da época os tickets para seus shows se esgotavam rapidamente fazendo com que os organizadores abrissem shows extras, mesmo no início de sua carreira solo tinha uma agenda cheia, abrindo shows para KISS e BOSTON por exemplo, além de participar de inúmeros festivais ao lado de potencias do metal como IRON MAIDEN (BRUCE DICKINSON inclusive já provou gostar do vocalista, com o IRON MAIDEN regravando uma canção do MONTROSE, "Space Station #5" no disco "best of b sides"), já no quesito vendagens de álbuns, o "Nine on a tem scale (1976)", Red Album e Musical Chairs (de 1977), Street Machine e Danger zone (de 1979), embora sejam excelentes discos, eram apenas medianos do ponto de vista comercial, nada demais, segundo SAMMY HAGAR em sua autobiografia "a pressão contratual por álbuns, e o baixo investimento por parte da minha gravadora na época fizeram que meus discos ficassem abaixo do esperado", porém o jogo mudou quando SAMMY HAGAR assinou com a Geffen Records, seu álbum de estreia por lá "Standing Hampton (1982)" logo alcançou a marca de disco de ouro (mais tarde se tornaria platina) com o sucesso "Theres only one way to rock", e o seguinte "Three Lock Box (1983)" teve seu primeiro grande sucesso "your love is driving in me crazy" ficando em 3º lugar na U.S. Billboard Mainstream Rock.

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O Álbum de virada

O ano era 1984, nesse mesmo ano fora lançado muitos discos importantes como: VAN HALEN – 1984, BRUCE SPRINGSTEEN - Born in the USA, PRINCE - Purple Rain, RUSH - Grace Under Pressure, QUEEN - The Works e MOTORHEAD - No Remorse, por exemplo.

SAMMY HAGAR tinha um desafio pessoal pela frente que era manter o sucesso de vendas que havia conquistado nos últimos álbuns, não era simplesmente seu 8º álbum, e sim a fusão de seu empenho e persistência na busca por reconhecimento, a produção ficou a cargo de Ted Templeman, o mesmo responsável pela produção dos 6 primeiros álbuns do VAN HALEN, e também produtor do primeiro disco do MONTROSE (o qual SAMMY HAGAR era vocalista).

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O álbum foi lançado no dia 23 de julho de 1984 com o nome de "VOA" um acrônimo de "Voices of America", o mesmo nome de uma rádio do governo lançado no período da 2º guerra mundial, ou seja, um disco que para estrangeiros soava como "Ultranacionalista".

O disco logo de cara já fez os fãs de Hard Rock que não conheciam SAMMY HAGAR prestar atenção naquele cantor afinado musicalmente com o single "I Cant Drive 55", seu maior sucesso solo, riff e melodia simples com um refrão grudento fez SAMMY HAGAR disparar nas paradas de sucesso, a MTV que era sucesso entre os jovens, repetiu à exaustão o clipe da música em sua programação (Segundo inúmeras publicações recentes essa canção é uma das 100 melhores músicas de hard rock de todos os tempos, na lista da VH1 entrou no número 98). Seu 2º single "Two Sides of Love" que era a típica baladinha pop, muito caraterístico dos anos 80, também foi muito bem-sucedido, seguindo a canção título "VOA" que era uma provocação direta a guerra fria entre USA x URSS, "Just tell your friends, the USSR. We're gonna, we're gonna crash that party" ("Apenas diga a seus amigos a URSS que nós vamos acabar com a festa"). O disco seguiu com "Rock Is in My Blood", a engraçada "Dick in the Dirt" e melosa faixa "Don't Make Me Wait", e pra completar uma canção emblemática e bem interessante, "Swept Away", que a continuação foi a faixa "Take me back (deja vu)" lançada em 1995 no disco do VAN HALEN – Balance.

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Embora ouvindo o disco hoje possa soar datado, não tem como ao ouvir a primeira faixa não lembrar das musicas que se tornaram genéricas nos anos 80, pois utiliza muito dos elementos do Rock dos anos 80, é um disco que merece atenção, pois é considerado o divisor de águas na carreira de SAMMY HAGAR e tem canções bem produzidas, com arranjos simples mas cumpre muito bem a proposta do disco. Muitos críticos a época enalteceram que SAMMY HAGAR era um genuíno artista que conquistou sucesso "show a show", "disco a disco" sem muita ajuda e forma gradual, apenas com esforço próprio e muita persistência e talento. A "VOA Tour" se estendeu até meados de 1985, percorrendo praticamente todo território americano, incluindo Alaska, com lotações esgotadas, ao fim do tour SAMMY HAGAR já tinha um novo disco de platina no currículo, reconhecimento de projeção nacional, uma tour de sucesso e muito dinheiro no bolso, quando tudo parecida estar perfeito em sua carreira, eis que surge o convite para integrar o VAN HALEN, o resto da história todos já sabem.

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Faixas
1. "I Can't Drive 55" (SAMMY HAGAR HAGAR)
2. "Swept Away" (SAMMY HAGAR HAGAR)
3. "Rock Is in My Blood" (SAMMY HAGAR HAGAR)
4. "Two Sides of Love" (SAMMY HAGAR HAGAR)
5. "Dick in the Dirt" (SAMMY HAGAR HAGAR)
6. "VOA" (SAMMY HAGAR HAGAR)
7. "Don't Make Me Wait" (SAMMY HAGAR HAGAR, Jesse Harms)
8. "Burnin' Down the City" (SAMMY HAGAR HAGAR)

Produtor: Ted Templeman
Lançamento: 23 de Julho de 1984
RIAA: Disco de Platina

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