Neal Morse: A continuação direta de TSOAD, uma grande aventura
Resenha - Great Adventure - Neal Morse
Por Renato Bacha
Postado em 16 de janeiro de 2019
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Começo esse texto frisando que não sou jornalista, apenas fã, e a visão abaixo é mais pessoal do que crítica jornalística.
É inegável que "The Similitude of a Dream" (TSOAD), o disco imediatamente anterior é uma obra prima do rock progressivo (cristão?). De cabo a rabo é um ótimo exemplo de disco/obra conceitual mesmo adaptando um livro cristão americano. Sabendo disso, como fazer um disco melhor ou superior que uma obra prima? Poucas bandas conseguiram fazer ao longo das décadas. É difícil superar um "The Wall" ou um "Sgt Peppers" logo no próximo album, por exemplo. Em minha opinião, nas primeiras audições, acho que vai ser difícil superar, mas a banda tentou.
Antes de começar com essa resenha, preciso lembrar que "The Great Adventure" (TGA) é uma continuação direta do TSOAD. O album já começa com o "Chapter 1: Overture", como se a gente tivesse entrando num daqueles sonhos que existem em filmes utilizando uns sons de harpa, e começa da mesma forma que terminou o TSOAD, com a mesma estrofe final de "Broken Sky / Long Day (Reprise)". E assim que começa a música de fato, PUTA MERDA, que som, realmente é uma mescla de influências. Já a segunda parte do capítulo 1 "Chapter 1: The Dream Isn't Over" é apenas música de transição, nem precisava existir. Aí vem o primeiro single que lançaram desse album, "Chapter 2: Welcome to the World", outro musicão, pesado, diferente, com aquele conjunto de vozes que a banda sabe fazer. Como falaram no "Prog Report", parece o Queen dos anos 70. Não sei se é exagero, mas é uma puta música boa. E é bom frisar agora que a parte do refrão que todos cantam se repete em várias músicas do album, as vezes em outro tom, e as vezes com outras letras. Em "Chapter 2: A Momentary Change" aparece também uma frase que se repete "A love that never dies". Existe uma troca de vocais entre Morse e Bill que é necessária, porque a música vai evoluindo de um piano e violão, aparece uns violinos, e depois explode no progressivo. O capítulo 2 vai evoluindo bem, com "Chapter 2: Dark Melody" e "Chapter 2: I Got to Run" que mostram que o album está mais sujo, mais obscuro, diferentemente do TSOAD. E para quem gosta das músicas da carreira solo do Neal Morse, vão gostar de "Chapter 2: To the River".
O capítulo 3 começa com o segundo single liberado do album, que dá nome também, "Chapter 3: The Great Adventure". Todos já ouviram e sabem como a música soa. Seguindo o capítulo, temos "Chapter 3: Venture in Black" que me pegou de surpresa, pois é uma música diferente, são aquelas músicas que estão no meio do album, que geralmente a banda nunca vai tocar ao vivo sabe. Apesar do nome "Chapter 3: Hey Ho Let's Go", não tem nada a ver com Ramones. É uma música "alegre" cantada pelo Eric. Vale destacar aqui que o Eric está cada vez melhor, seus solos são empolgantes. E Bill começa cantando a última parte do capítulo "Chapter 3: Beyond the Borders" e essa música é mais um exemplo que começa devagar e vai evoluindo. E assim acaba o disco 1.
E o disco 2 começa com o "Chapter 4: Overture 2" que tem 1 minuto e 10 segundos de pianos e órgãos, até explodir no melhor progressivo do album. É para bater cabeça, é muito bom, até poderia ter mais minutos. "Chapter 4: Long Ago" continua sendo mais do mesmo, repetindo o mote "A love that never dies". "Chapter 4: The Dream Continues" é uma música rápida, a meu ver, dispensável. Mais um destaque do album, mais uma música obscura, "Chapter 4: Fighting with Destiny", é para cantar, bater cabeça e pular junto, com um belo trabalho de todos, em especial ao solo de guitarra do Eric. "Chapter 4: Vanity Fair" segue o album com aqueles backing vocals no estilo de "The Ways of a Fool", e no meio tem uma artimanha que vários álbuns conceituais colocam, vou deixar para vocês descobrirem. E o último capítulo começa sendo o terceiro single até o momento lançado, a pesada "Chapter 5: Welcome to the World 2" cantanda pelo mestre Portnoy e pelo Bill. Musica pesada, uma ótima pedida para terminar o album, com mais um shred do Eric, e com uma surpresa no final da música, que é diferente da divulgada. E o clima soturno continua com "Chapter 5: The Element of Fear". "Chapter 5: Child of Wonder" é mais uma música de transição no album. E para finalizar, as três últimas músicas são muito boas. "Chapter 5: The Great Despair" começa já com aquele ar de doom prog (acabei de criar um estilo). Mas falando sério, começa arrastado, começa como se fosse um desespero mesmo, evolui, e depois acalma. E para quem está com saudade do TSOAD, como eu, "Chapter 5: Freedom Calling" começa com tudo, e mostra VÁRIOS riffs novamente, e é um prog daqueles que a gente gosta, cheio de viradas, de teclados, de riffs mirabolantes, mas não tem nada de "Freedom Song", infelizmente. E o album termina com "Chapter 5: A Love That Never Dies" que me lembrou muito "Peaceful Harbor" do Flying Colors, e que termina com a frase "A Love That Never Dies" e da mesma forma que começa o album, com as harpas, como se fosse um ciclo mesmo.
Não vou dizer que o album é ruim, o TGA é um grande exemplo de como fazer boa música, música de qualidade, e é de fato uma grande aventura, mas estava na expectativa de ser uma continuação tão foda quanto foi o TSOAD. É aquela decepção quando você está esperando muito e não vem o que você queria. A banda é sensacional, está evoluindo, e te entrega ótimas músicas. Mas quem sabe o album evolui enquanto a gente vai ouvindo, acontece muito, não é mesmo?
TRACKLIST:
Act I:
Chapter 1 (12:50)
1. Overture
2. The Dream Isn’t Over
Chapter 2 (23:48)
3. Welcome To The World
4. A Momentary Change
5. Dark Melody
6. I Got To Run
7. To The River
Chapter 3 (17:59)
8. The Great Adventure
9. Venture In Black
10. Hey Ho Let’s Go
11. Beyond The Borders
Act II:
Chapter 4 (18:13)
1. Overture 2
2. Long Ago
3. The Dream Continues
4. Fighting With Destiny
5. Vanity Fair
Chapter 5 (30:57)
6. Welcome To The World 2
7. The Element Of Fear
8. Child Of Wonder
9. The Great Despair
10. Freedom Calling
11. A Love That Never Dies
Outras resenhas de Great Adventure - Neal Morse
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
Axl Rose ouviu pedido de faixa "esquecida" no show de Floripa e contou história no microfone
A melhor música dos Beatles, segundo o Ultimate Classic Rock
A banda desconhecida que influenciou o metal moderno e só lançou dois discos
Nicko McBrain revela se vai tocar bateria no próximo álbum do Iron Maiden
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
Slash quebra silêncio sobre surto de Axl Rose em Buenos Aires e defende baterista
O convite era só para Slash e Duff, mas virou uma homenagem do Guns N' Roses ao Sabbath e Ozzy
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
Regis Tadeu explica por que não vai ao show do AC/DC no Brasil: "Eu estou fora"
Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
Janela de transferências do metal: A epopeia do Trivium em busca de um novo baterista
Os 11 melhores discos de rock progressivo dos anos 1970, segundo a Loudwire
O que realmente fez Bill Ward sair do Black Sabbath após "Heaven & Hell", segundo Dio
"Suas calças fediam"; Linda Ronstadt diz que The Doors foi destruída por Jim Morrison

Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental


