Torture Squad: Resenha do álbum Asylum of Shadows
Resenha - Asylum of Shadows - Torture Squad
Por Gleison Junior
Postado em 13 de março de 2018
Nota: 9 ![]()
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Em 1999 não tínhamos as facilidades que o avanço da tecnologia e a internet nos proporciona nos dias atuais, uma banda que lutasse para alcançar um lugar de destaque, primeiro tinha que encontrar um local para gravar e depois através de cartas, fita k7, vinil e CD, distribuir seu material para veículos de comunicação, selos, produtores e fãs. Esse mesmo ano tem uma significativa muito importante para o Metal extremo brasileiro, era lançado oficialmente o segundo registro oficial de um dos nomes que mais crescia no país, O Torture Squad apresentava ao mundo "Asylum of Shadows".
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Considerado como um verdadeiro divisor de águas na carreira da banda, o disco rapidamente se tornou um fervor entre os fãs brasileiros que aos montes buscavam informações e visitavam as lojas da galeria do rock, com um único intuito, adquirir uma cópia desse álbum. O disco que é o segundo na carreira do Torture, de imediato apresenta elementos mais bem trabalhados, como arranjos, timbragens, letras e o mais importante, a produção impecável e límpida, proporcionando aos ouvintes o discernimento de escutar cada instrumento de forma individual, sabendo exatamente aonde está cada nota, cada passagem, mudança de andamento e vocalização. Esse fato se deve ao grupo procurar os trabalhos de Marcelo Pompeu (Korzus) para a produção do disco "Asylum of Shadows".
Em "Asylum of Shadows" é nítido a evolução individual de cada integrante, sabendo que "Shivering" (1998) deixava claro que aqui se tratava de uma banda com excelentes músicos, no disco sucessor, mais técnica e variações harmônicas são facilmente identificadas, tanto que em "Asylum", a banda encontra sua direção musical, se tornando mais Death do que Thrash, mas sempre mesclando essas duas variações na musicalidade do álbum. O disco se torna mais rápido, mais agressivo e mais técnico, um dos pontos favoráveis para isso, é a evolução vocálica de Vitor Rodrigues, que traz mais gutural ao álbum, sempre mesclando com seu vocal rasgado e inconfundível, Amilcar Christófaro (bateria), também tem parcela importante nesse direcionamento com suas construções cheias de Groove e peso, sem contar a técnica absurda e o controle absoluto sobre os pratos. Responsáveis pelas cordas, Castor (Baixo) e Cristiano Fusco (Guitarra) destilam riffs sobre riffs, permitindo que toda a violência musical do disco seja uma compressão de peso na mente de quem escute o álbum.
Um dos principais fatores que creditam o álbum "Asylum of Shadows" na carreira do Torture, foi que esse disco é o primeiro que a banda lançou com uma gravadora. Após conhecer a banda com "Shivering", o selo "Destroyer Records" lança nacionalmente e internacionalmente o disco "Asylum of Shadows" que rapidamente é creditado como um dos melhores discos de 1999 e rendendo ao grupo sua primeira tour internacional, a banda segue rumo a Alemanha, e em 2000 apresenta ao público europeu toda a força e agressividade de uma banda brasileira.
O mais legal do Torture Squad na opinião desse redator, é que, mesmo a banda tendo várias influências em sua música, é nítido que a banda se embebeda de nomes clássico do Death/Thrash mundial, o Torture Squad nos proporciona aquele velho sentimento de nostalgia, mas sempre criando seu som próprio e único, utilizando dessas influências como blocos de construção, mas com uma pegada muito autentica e quando você se torna fã dos álbuns e registros da carreira do Torture, é natural que ao ouvir uma banda nova, qualquer que seja, você se pega pensando no quanto esse novo grupo se influência dos mestres do Death Metal brasileiro, o Torture Squad.
O disco "Asylum of Shadows" logo de início desfere uma patada na fuça com as rápidas e diretas "Convulsion" e "Shades of the Evil", sem deixar tempo para tomar fôlego, as faixas se casam perfeitamente, pesadas, diretas e agressivas, se tornam um belo cartão de visita para aqueles que buscam toda a maldade em um disco.
Um dos maiores diferenciais do Torture Squad é a progressão, mesclar velocidade com breakdowns e muito groove, sem perder o peso é algo para poucos e as faixas seguintes como "Asylum of Shadows" com toda sua obscuridade e construção sombria, mostram que essa é uma das faixas mais importantes do disco. "Murder of a God" anda mais próxima ao Thrash, rápida e com riffs sensacionais, a música abre qualquer roda de mosh só pela sua abertura.
Rangendo como um motor enferrujado, "Agonies In your Brain" com seus mais de 6min, possui tudo que uma grande música precisa, várias mudanças de andamento, nuances que flertam com estilos diferentes, vocais rasgados e sombrios, baixo preciso, guitarra e bateria caminhando juntos e aquela marca registrada do Torture Squad, o peso inconfundível do início ao fim.
Para os que curtem pancadaria do início ao fim, "Mad Illusion" é a faixa mais rápida do disco, Death Metal casca grossa e visceral em toda sua progressão, uma faixa que os desavisados podem sofrer graves sequelas ao ouvir com fones de ouvido estralando no último volume.
"The Hangman´s Call" é uma bela passagem de violão para o prelúdio do fim magistral que a banda preparou para os fãs, na sequencia "Come To Torture" arranca o resto de alma do ouvinte, sugando todas as energias já gastas na audição desse grande disco, devido ao trabalho perfeito do instrumental, por sinal essa é uma música totalmente instrumental, e que mesmo sem vocais não se torna cansativa graças ao excelente time de músicos que constrói uma escala diferente de outra, permitindo que cada instrumento conduza um arranjo livre em certos momentos da faixa.
"Finally the Disgrace Reigns" fecha o álbum com chave de ouro, uma música que destila técnica, competência e qualidade, assim como o álbum em seu todo. Mesmo com um belo trabalho em "Shivering", "Asylum of Shadows" é a confirmação que o Brasil é e sempre será muito bem representado na música pesada através do gigantes do Torture Squad.
Obs. O ministério da saúde adverte: Escutar mais de 2min o disco Asylum of Shadows pode se tornar altamente viciante e sem tratamento para cura!
Tracklist:
01 – Convulsion
02 – Shades of the Evil
03 – Asylum of Shadows
04 – Murder of a God
05 – Agonies in your Brain
06 – Mad Illusion
07 – The Hangman´s Call
08 – Come To Torture
09 – Finally the Disgrace Reigns
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Formação:
Vitor Rodrigues: Vocal
Cristiano Fusco: Guitarra
Castor: Baixo
Amilcar Christófaro: Bateria
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