Shadowside: após seis anos de hiato, novo lançamento
Resenha - Shades of Humanity - Shadowside
Por Guilherme Marinho
Postado em 10 de setembro de 2017
Nota: 6 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
SHADOWSIDE é uma banda santista formada em 2001, que conquistou projeção nacional e internacional a partir do seu segundo álbum, Dare to Dream, lançado em 2009. Foi nessa época que ouvi o grupo pela primeira vez, após ver um anúncio na falecida revista Cover Guitarra, e desde então venho acompanhando seus lançamentos.
Se nos dois primeiros álbuns a SHADOWSIDE apresentava uma sonoridade mais próxima do metal tradicional, explícita em exemplos como as músicas Hideaway e Dare To Dream, o álbum Inner Monster Out, de 2011, trouxe uma roupagem mais pesada à banda e calcada em músicas rápidas e riffs construídos em afinações baixas, junto à voz agressiva e poderosa de Dani Nolden.
O ótimo resultado de Inner Monster Out, que chegou a permanecer por algumas semanas em charts americanos como o "Loud Rock" do CMJ - sendo a única banda brasileira, além do Sepultura, a figurar nessa lista -, rendeu extensas turnês pelo exterior e gerou uma grande expectativa sobre os lançamentos seguintes da banda. No entanto, foram necessários seis anos para que o quarto álbum viesse a público, alimentando ainda mais a expectativa sobre o desenvolvimento da sonoridade do conjunto.
Lançado no Brasil no dia 04 de setembro de 2017, Shades of Humanity é composto por 11 músicas - nove delas com menos de quatro minutos de duração -, sendo que quase todas apresentam um desenvolvimento muito semelhante entre si no que se refere à disposição de introduções, versos, pontes e refrões. A maioria das músicas também apresenta a fórmula de introduções em afinação drop D e refrões com vocais dobrados. Em resumo, a sonoridade do álbum não foge muito da apresentada em seu antecessor, isto é, um heavy metal moderno com alguns flertes com o thrash e power metal.
Se a estratégia funciona bem em Inner Monster Out, em Shades of Humanity ela soa como pouco ousada e exaurida, com riffs e refrões pouco marcantes e várias músicas que se assemelham muito às outras. Ainda em relação à ousadia, o álbum deixa a impressão de que tem músicas demais e bons momentos espalhados, podendo ser aglutinados de forma a criar canções menos previsíveis e com maior variedade. A faixa Parade The Sacrifice é um exemplo de música com ótimos momentos, mas que poderia ter sido melodicamente enriquecida em detrimento de faixas mais fracas como The Crossing e Insidious Me.
Além disso, apesar da ótima produção do álbum, em alguns momentos nota-se um excesso de efeitos como orquestrações e teclados, que poluem a audição e não conseguem compensar a fragilidade de algumas faixas como um todo, como em Beast Inside e Make me Fate.
Apesar das críticas, há também ótimos momentos no álbum, nos quais as fórmulas citadas se encaixaram com as propostas das músicas de forma apropriada. São exemplos a faixa de abertura The Fall, What If e Stream of Shame, sendo que as duas últimas apresentam letras interessantíssimas, sendo seus temas respectivamente aborto e o rompimento da barragem de Mariana (MG). As faixas Drifter e Alive - esta última, o primeiro single e vídeoclipe do álbum - também estão entre tais pontos altos, justamente por fugirem das fórmulas e apresentarem uma maior variedade de sonoridades. Coincidentemente, são as duas faixas mais longas, com mais de cinco minutos de duração. Musicalmente, os instrumentistas e vocalista também se apresentam impecáveis, sendo notável o entrosamento da banda e o ótimo groove presente na maioria das faixas.
Em resumo, Shades of Humanity é um álbum que, apesar de alguns bons momentos, da ótima produção e da qualidade de seus músicos, soa majoritariamente de forma repetitiva e previsível e não se equipara a faixas como Angel With Horns e In The Name of Love, do Inner Monster Out. De qualquer forma, a SHADOWSIDE ainda é uma das melhores bandas nacionais surgidas nos últimos 15 anos e ainda está no início de sua carreira em comparação com a maioria dos grupos em alta atualmente. Sendo assim, esperamos que os próximos álbuns venham com um menor hiato e que o promissor conjunto não se prenda às suas próprias fórmulas.
SHADOWSIDE - Shades of Humanity
Lançamento:
26 de julho de 2017 (Spiritual Beast, Japão)
28 de julho de 2017 (EMP Label Group, EUA)
04 de setembro de 2017 (Furia Music Records, Brasil)
Line-up:
Dani Nolden (vocal, teclados)
Fabio Buitvidas (bateria)
Raphael Mattos (guitarra)
Magnus Rosén (baixo)
Tracklist:
1. The Fall
2. Beast Inside
3. What If
4. Make My Fate
5. Insidious Me
6. The Crossing
7. Stream of Shame
8. Parade the Sacrifice
9. Drifter
10. Unreality
11. Alive
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A melhor música de "Let It Be", segundo John Lennon; "ela se sustenta até sem melodia"
Guns N' Roses homenageia seleção brasileira de 1970 em cartaz do show de São Paulo
Trivium agradece Greyson Nekrutman e anuncia novo baterista
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
A canção do ZZ Top que, para Mark Knopfler, resume "o que importa" na música
As 10 melhores músicas do Iron Maiden, de acordo com o Loudwire
Os 75 melhores discos da história do metal, segundo o Heavy Consequence
Site americano elege melhores guitarristas do metal progressivo de todos os tempos
Após fim do Black Sabbath, Tony Iommi volta aos palcos e ganha homenagem de Brian May
O único frontman que Charlie Watts achava melhor que Mick Jagger
A banda em que Iron Maiden se inspirou para figurino na época do "Piece of Mind"
O rockstar dos anos 1970 que voltará ao Brasil após 34 anos: "Show longo e pesado"
Rush confirma primeiros shows da turnê de reunião na América Latina
O megahit dos Beatles que Mick Jagger acha bobo: "Ele dizia que Stones não fariam"
Nicko McBrain tocará no próximo álbum do Iron Maiden? O próprio responde

Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental


