Cult of Luna: Um gratíssimo presente musical nesse ano de 2016
Resenha - Mariner - Cult of Luna & Julie Christmas
Por Vitor Hugo Fernandes
Postado em 26 de maio de 2016
Nota: 9
Após reformulações, mudanças sonoras ao longo do tempo e experimentações, o Cult of Luna não poderia ter lançado algo tão incrível quanto "Mariner", o que pode se definir logo no início dessa resenha é que tivemos um gratíssimo presente musical nesse ano de 2016.
Vertikal, álbum anterior da banda, segue as experimetações muito bem realizadas por ela durante toda a carreira, vez post-metal, vez Sludge metal explosivo, vez atmosférico ao máximo, quase único nessa mistura de estilos (logicamente inspirado pelos grandes ISIS e Neurosis). Mariner seguiu mais explosivo ainda, permanece com seus elementos de post-metal incrementados com o timing perfeito entre o limpo e o voraz.
Entre o Vertikal e o álbum que vos resenho, o The Old Wind em parceria com o Cult of Luna lançou um split logo no começo da ano, vale muito a pena conferir:
Até aí já é previsto um álbum excelente, com tudo o que o Cult of Luna sabe fazer. Agora que vem a melhor parte, a cereja do bolo, o caldo de chocolate no sorvete de baunilha, JULIE CHRISTMAS. Vocalista do Made Out Of Babies e do excelente Battle of Mice, essa moça possuiu um timbre que coube como uma luva nas guitarras dos suecos.
Em A Greater Call, a abertura cheia de ambientes sonoros, dois minutos que precedem um punch vocal que desnorteia quem ouve, e impressiona pelo resto da faixa, o riff que comanda a música além de ser de fácil assimilação, se mescla com synths e um solo quase que espacial da segunda guitarra, junto ao vocal em segundo plano da Julie Christmas, quase uma orquestra.
Na sequência, Chevron destaca muito mais a voz de Julie, a sua presença nesse álbum é fundamental, as músicas foram compostas pra voz dela, todo o conceito de viagem da terra plana para o espaço, em meio a vozes "suaves" e vociferação dela em meio ao belo caótico instrumental do Cult of Luna fizeram de Mariner uma sonoridade única.
O destaque do álbum (pra não dizer da carreira da banda) é The Wreck of S.S. Needle, transmite o ambiente espacial como em uma cena de Gravidade, é possível identificar pequenos elementos de Drone em algumas das tantas camadas dessa faixa. Julie está na sua melhor forma, como já dito, isso aqui foi feito pra ela, cada mudança de ambiente, cada porrada que o Cult of Luna dá instrumentalmente, a Julie chega em proporção no vocal, o refrão é excelente, a produção deixou tudo limpo, é fácil conseguir distinguir e permear por todos os elementos da faixa ao longo dos seus 9 minutos que passam em um piscar de olhos.
Seguindo o álbum com duas faixas que emanam muito a sonoridade de identidade do Cult of Luna ao longo da carreira, Approaching Transitions, quase toda calcada no post-metal e Cygnus, som todo levado pela bateria cravada e com viagens de efeitos e sintetizadores são faixas excelentes que fecham o álbum muito bem.
Superou todas as minhas expectativas, mesmo com hiatos e três anos sem material novo e reformulações foram fatalmente superadas e a parceria com Julie Christmas não poderia ser em melhor momento, Cult of Luna está ao lado dos gigantes do Atmospheric Sludge.
Line-Up:
Johannes Persson – Guitarra e Vocais
Fredrik Kihlberg – Guitarra e Vocais
Andreas Johansson – Baixo
Thomas Hedlund – Bateria
Magnus Líndberg – Percussão
Kristian Karlsson – Teclado e Samples
Julie Christmas – Vocais
Tracklist:
01. A Greater Call
02. Chevron
03. The Wreck of S.S. Needle
04. Approaching Transition
05. Cygnus
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