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Czar: A fusão do Psicodélico com o Progressivo

Resenha - Czar - Czar

Por Rafael Lemos
Postado em 23 de março de 2016

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

O núcleo do que futuramente viria a ser conhecido como Czar se formou na Inglaterra em 1966 e, na época, possuia um outro nome, Tuesday Children, sendo inicialmente muito influenciado pelo Rock psicodélico do final dos anos 60 feito por bandas como The Animals e The Kinks. Tocaram em muitos bares da cena londrina da época, como o Marquee, e excursionassem para abrir os shows de bandas que também estavam iniciando suas carreiras e que já possuiam um certo nome, como Procol Harum. Futuramente, ainda como Tuesday Children, ainda abririam para o Pink Floyd, Hendrix e outros que estavam famosos no final daquela década.

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A banda era formada por:

Mick Ware: guitarra, vocal
Paul Kendrick: baixo
Bob Hodges: órgão, vocal
Derrick "Del" Gough: bateria

Em 1969, a gravadora Mercury investiu nos garotos e resolveu contrata-los, porém, pouca verba foi oferecida para as gravações. Praticamente financiado pelos integrantes da banda, foi lançado um single formado por covers em 1969, que incluia a versão para "8 miles high", dos Byrds. Essa música era o ponto alto dos shows, pois era executada de forma longa e cheia de improvisos, como era comum às bandas do período, com solos de todos os instrumentos. A gravadora disse que só lançaria se a gravação em estúdio fosse mais simples e com uma sonoridade popular, pois achou que a forma como eles a tocava ao vivo jamais venderia. Decidiram a gravar assim mesmo nos moldes sugeridos.

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Após esse lançamento, passaram a compor músicas autorais (nessa época, foi feita a música "Today" que se encontraria no primeiro disco). Em 1970, a influência do Progressivo na banda já era forte, o que fez com que as novas composições tivessem um outro formato. Sem perder as características psicodélicas que possuíam nos anos 60, já se notava a influência de grupos como Emerson, Lake and Palmer, Pink Floyd e King Crimson nos novos trabalhos, embora sem possuir toda a complexidade desses grupos em suas músicas. Devido a isso, decidem mudar o nome para Czar no início daquele mesmo ano. A primeira apresentação com esse nome ocorreria no Marquee, em 17 de Janeiro de 1970.

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Porém, o baterista Del Gough decidiu sair, pois percebeu que a banda estava crescendo e ele não iria conseguir acompanhar as novas necessidades do grupo. Embora seja o seu nome que apareça no disco, quem gravou a bateria foi um musico chamado Alan (seu sobrenome é desconhecido).

O Czar era uma banda de palco e realizava pequenos shows todas as noites, a maioria tocando de graça.  Assim, aumentou um pouco seu público mas permaneceram relegados à miséria. Incrivelmente, após esses shows, iam direto ao estúdio para gravar as músicas que estariam em seu primeiro disco, que leva o nome da banda, disco esse que saiu naquele mesmo ano, em maio de 1970 (as gravações foram feitas entre fevereiro e março), sem nenhum tipo de divulgação por parte da gravadora Fontana (a mudança de gravadora era uma constante no grupo).

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Meses antes do lançamento, o baterista Alan sairia do Czar em março e em julho a banda estava com um substituto, Tony Mac. Todavia, as tensões internas eram grandes, incitadas pela inexistente motivação da gravadora com eles, encerrando suas atividades logo em seguida, após tentativas frustradas de mudanças de empresarios.

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Falando um pouco sobre o disco, notamos que, utilizando efeitos e composições bem simples (como inserir distorção no órgão), o álbum se superou em seu resultado final. Ele foi gravado de forma bem precária, utilizando o raro dinheiro que os integrantes conseguiam em seus shows. As músicas são modestas e cativantes, mas possuem uma peculiaridade: ao mesmo tempo têm as caracteristicas das bandas psicodélicas do começo dos anos 60 e o inovador Rock Progressivo que estava chegando no final desse período. Logo, as composições do Czar têm personalidade própria.

Ouvindo atualmente, percebemos uma sonoridade totalmente nostálgica, com Mellotron típico da época, guitarras com pouca distorção, um baixo que acompanha sem muitos exageros e uma bateria que marca bem o uso dos pratos. Tais características são ressaltadas com a precária qualidade de gravação, onde a voz era gravada bem alta em relação ao intrumental e com um pouco de eco. Até a versão em CD se assemelha muito ao som do vinil, pois foi gravada a partir dele, tendo até mesmo os chiados característicos nas músicas bônus.
Além dos músicos do Czar, os produtores Dave Voide e Roger Wake são creditados como integrantes da line up, constando que são os responsáveis pelos "barulhos".

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Existem duas versões em CD. Uma delas, feita pela gravadora norte americana Fingerprint Records: é a que possuo, contendo duas faixa bônus. É uma versão muito simples que nem encarte tem, somente uma folha frente e verso onde se reproduz a arte da capa e contracapa do vinil. A outra versão saiu em 2007 pelo selo britânico Sunbean e já é bem mais elaborada, com encarte colorido de doze páginas contendo informações, fotos e até entrevistas com Bob Hudges e Mick Ware, além de oito bônus (felizmente, uma gravadora chamada Anthology disponibilizou essas bônus para áudio apenas e pude conferi-las dessa maneira).

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O disco começa com "Tread siftly um my dreams" que tem um início viajado e uma voz potente. Assim como Em todas as músicas que se ouve aqui, os backing vocal Em coro, assim como eram feitos nos anos 60, são feitos com capricho.

"Cecelia" é uma música bem voltada ao progressivo, com mudanças de ritmos. A bateria fala alto aqui, com o uso dos surdos e pratos. Destaque também para as bases feitas pelo órgão, lindas e cheias de preenchimentos.

"Follow me" é a mais sessentista das canções do Czar, um Rock bastante semelhante ao que se criava nos anos 60 por bandas como Beach Boys, por exemplo. Com ritmo envolvente e comandada pelo órgão, é uma música bem legal.

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Em contraste, "Dawning of a new day" traz um som progressivo e lento, que lembra algumas músicas que o King Crimson fez Em seu primeiro disco. Aqui, é a guitarra que dá o toque".

"Beyond the moon" parece precisar de um pouco mais de elaboração na composição, sendo uma música regular.

"Today" é uma ótima balada sessentista onde a voz, cheia de efeitos de ecos, se fez grandiosa e cheias de interpretações. O órgão a deixou ainda mais emocionante.

E "A day in September" encerra o disco com uma música que possui improvisações que nos remete à Iron Butterfly e a sua imortal "In-a-gadda-da-vida", sendo uma otima música.

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Em relação às bônus, todas possuem mais características de Rock and Roll sessentista e quase não têm nenhum atrativo, embora sejam boas músicas. A exceção é uma grande música, "Ritual fire dance". Essa era pra ser a principal música do álbum, em decisão tomada pela banda. Se trata de uma música relativamente longa e calcada no progressivo que se desenvolvia no começo dos anos 70. É impossível não ouvir essa música e não se remeter a "Interstellar overdrive" do Pink Floyd. Mas, assim como ocorreu quando lancariam a versão altamente elaborada para o cover dos Kinks, a gravadora mais uma vez disse "não" e, alegando ser uma música muito atípica, proibiu que ela saísse no disco. Outra razão era que trechos dessa música fora retirada de uma das partes da peça "Os planetas", de Gustav Holts, especificamente "Marte" (o Bathory fez uma versão pra "Jupter" na música "Hammerheart"). Acredito eu que, se ela tivesse sido incluída, o Czar não tivesse sido remetido ao anonimato. Não sabe-se por quais motivos eles não buscaram outras gravadoras mais interessadas em sua proposta. Faltou um pouco de atitude dos integrantes em chegar para as gravadoras e falar que iam lançar as músicas que estavam por elas bloqueadas como queriam, um pouco mais de rebeldia nesse sentido. De qualquer forma, o que eles fizeram para o início dos anos 70 foi de uma preciosidade enorme e, se não foram valorizados naquela época, que sejam agora por nós.

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Faixas:
01- Tread softly in my dreams
02- Cecelia
03- Follow me
04- Dawning of a new day
05- Beyond the moon
06- Today
07- A day in September

Bônus (Fingerprint records)
08- Oh Lord, I'm Getting Heavy
09- Why don't we be a Rock and Roll band?

Bônus (Sunbean records)
08- Ritual fire dance
09- Oh Lord, I'm getting heavy
10- Why don't we be a Rock and Roll band?
11- (She's a) lady of love
12- I'll try hard
13- Good morning Sunshine
14- Oh, Darling
15- I laid on the line

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Sobre Rafael Lemos

Rafael Lemos começou a gostar de Heavy Metal, Hard Rock e Progressivo em 1991, sem influência de ninguém, realizando pesquisas sobre as bandas.
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