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"Rock And Roll All Over": De volta ao básico, Kiss de boa safra

Resenha - Rock And Roll All Over - Kiss

Por Carlos Frederico Pereira da Silva Gama
Postado em 17 de fevereiro de 2016

Nota: 8 starstarstarstarstarstarstarstar

Mesmo com Gene Simmons acomodado, esse clássico subestimado contém a melhor performance de Peter Criss em estúdio'

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Destroyer (1976) é um dos discos amados do KISS. Trouxe hits para encher estádios, algumas surpresas e a produção densa de Bob Ezrin para impressionar os críticos. Nos bastidores, Ace Frehley e Peter Criss foram substituídos por músicos de estúdio em algumas faixas. O controle tirânico de Paul Stanley e Gene Simmons sobre os destinos do grupo cederam às demandas de excelência técnica de Ezrin. O Às e o Gato compensariam essa humilhação meses depois, com uma abordagem de retorno às raízes em Rock And Roll All Over. Com o produtor de Led Zeppelin e Jimi Hendrix Experience Eddie Kramer a bordo, o KISS lançou outro disco amado, mesmo subestimado. As lições de Destroyer vazaram por sobre a mesa de gravação. E a capa é sensacional.

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I Want You mantém a teatralidade grandiloquente do Hard Rock. Backing vocals feitos para arenas (roubados pelo Van Halen) emolduram a fanfarronice de Stanley. Novos picos de paranoia dentro dos riffs viciantes do Às (melhores que o ruidoso solo proforma) permanecem cartões de visita clássicos. Esses lugares-comuns do KISS estava empacotados numa superfície sedutora e brilhante: uma introdução acústica e produção pauleira. Isso não é mais Hotter than Hell. Para o bem e o mal.

Take Me reinventa a vulgaridade Hard Rock, tornando-a mais abrasiva e movediça – o que faria do KISS insuspeitos ídolos de Nirvana, Soundgarden e outros bastiões do Grunge. Refrões chicletudos (com um backing vocal idiota de Simmons) atingem novos níveis de simplicidade. 20 anos depois, soariam mais underground que acomodados. Um solo ao acaso do Ás joga as fórmulas cansativas de I Want You para fora da estrada. Acima de tudo, a bigorna dos riffs oblitera os efeitos colaterais de Ezrin.

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Inflada por cowbells, Calling Dr. Love é uma composição de Simmons com um refrão Van Halen – tão bom que encheria Van Halen II completamente. As músicas de Gene são mais forçosas que as de Stanley, com uma estrutura pop, na qual ritmo básico e riffs primários são desculpas para refrães irresistíveis e letras estúpidas, mas charmosas. O fato de Simmons cantar como Dave Lee Roth o faria anos depois aumenta a sensação de crime perfeito. Além disso, Criss não perde uma batida.

Mulheres, fama e fortuna: um lugar-comum machista do Rock. Simmons mantém a tradição em Ladies’ Room, adicionando avareza – para além dos hormônios, ele não quer dividir sua grana com a moça do quarto ao lado. No mais, um número genérico, desculpa (esfarrapada?) para um refrão notável apenas pelo cowbell de Criss – mais lento do que de costume. Guarde o melhor para o final.

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O derretimento de outro Hard Rock mergulhado em Blues é um dos pontos altos do disco – Baby Driver. Como se estivesse nos New York Dolls ou Nazareth, Peter Criss extrai memorável atrito de "too much of nothing". Backing vocals decolam para as estrelas à medida que o Ás fornece riffs pulsantes com um toque Deep Purple. Simmons e Stanley se mantém na zona de conforto. Temos um número sólido e agressivo, sem sacarina – uma joia subestimada do KISS.

Love ‘Em or Leave ‘Em evoca a filosofia egoísta de Simmons, filtrada pelo Blues Rock incessante dos rivais Aerosmith. Bobagens líricas não prejudicam o ritmo denso, mas um refrão decente tiraria a faixa da encheção de linguiça. O entusiasmo chapado e a batida firme de Criss nos lembram porque o KISS era uma banda tão especial à época – mesmo nos momentos menos inspirados.

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Criminosamente subestimada, Mr. Speed é o melhor Rock and Roll em todo o disco. Riffs T-REX serpenteiam por dentre o papeado nova-iorquinho de Stanley. O que podia ter sido o companheiro frenético de Mama Kin (Aerosmith) se torna um exibicionismo imperturbável ao sabor do Ás em doses generosas, medidas com refrães desassombrados que funcionam. Poderia – deveria – ter feito estragos nas paradas de sucesso. Um dos números mais amados pelos fãs do KISS nunca virou single.

Regravada para o disco-solo de Simmons em 1978, See You in Your Dreams transpira uma atmosfera urbana intrigante. Infelizmente, afundada em refrães chicletes, a narrativa perde o prumo e se torna um exercício repetitivo e broxante que prenuncia o Hair Metal. Nem mesmo um solo melódico, algo que salvou muitas carreiras nos anos 80, aparece para tirar a faixa do ostracismo. Gene escolheu bem o que regravar – ela ficou ainda mais bizarra...

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1976 foi o ano em que o KISS chegou ao Top 10 da Billboard com uma balada orquestrada – Beth. Surpreendentemente cantada por Criss, como sempre com voz anasalada, ela consolidou a noção de que o KISS deveria gravar baladas. Faixas antigas como Black Diamond já haviam mostrado isso. Hard Luck Woman – escrita por Stanley tentando emular Rod Stewart – soa incrivelmente 1976 nas mãos das criaturas do éter. A partir de uma fundação Country acústica, ela mostra a profundidade do KISS ao tocar as tradições de seu país. Criss luta até obter sucesso, emulando Rod com sua própria garganta. Stanley também aprofunda sua sutileza e Simmons, suas melodias. Bandas como Mr. Big manteriam viva essa tendência. O astro Country Garth Brooks pagaria tributo ao regravar a música.

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Riffs incessantes e incandescentes são característica fundamental do Hard Rock e do Heavy Metal. De Lady Double Dealer (Deep Purple, 1974) a Phantoms of Death (Helloween, 1985) passando por 2 Minutes to Midnight (Iron Maiden, 1982) e Stand Up and Shout (Dio, 1984). O KISS traz novo item para o cânone: 1976, Makin’ Love.

Dessa vez, são os vocais que frustram os ouvintes. Mas nem mesmo a performance preguiçosa de Stanley estraga a festa. Tentativas de refrães à parte, letras genéricas se tornam transcendentes por força da guitarra. Um ritmo de baixo gigantesco e vibrante toma a iniciativa e nos lembra o papel central de Gene no KISS. Stanley segue com um riff de guitarra-base memorável o suficiente para ser um clássico e Ace segue adequadamente com um solo direto que nunca perde de vista o prazer principal. Bateria fervendo adiante (um teaser de I Love It Loud, 1982) faz justiça ao legado do Gato Criss. Produção abundante torna a faixa bombástica, bem como (mais importante para Def Leppard e similares) limpa e confiante, como um míssil Cruise. Ela nunca se desvia do seu alvo: Rock And Roll All Over!

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Tracklist:

(7) I Want You
(8) Take Me
(8) Calling Dr. Love
(6) Ladies' Room
(9) Baby Driver
(7) Love ‘Em or Leave ‘Em
(9) Mr. Speed
(6) See You In Your Dreams
(9) Hard Luck Woman
(9) Makin’ Love

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