Megadeth: Mustaine conseguiu; temos o melhor disco em muito tempo
Resenha - Dystopia - Megadeth
Por José César
Postado em 27 de janeiro de 2016
Nota: 9 ![]()
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O Megadeth faz parte de um seleto grupo de bandas, que sempre causam enorme furor e expectativas quando estão próximos de lançar um novo disco. A criatividade e ânsia de fazer música de Mustaine parece não ter fim, o próprio já havia mencionado que sempre tenta tirar inspirações e ideias das coisas mais simples que o cercam.
Depois de um bom TH1RT3EN em 2011, e um fraquíssimo Super Collider em 2013, havia certa desconfiança quanto ao vindouro disco da banda, que ganharam forças com as saídas de Broderick e Drover. E eis que surge a nova formação meus amigos, a que o Próprio Mustaine afirma ser a melhor em muito tempo. Chris Adler, um dos maiores bateristas da atualidade e Kiko Loureiro, que dispensa apresentações, e para aqueles (onde me incluo) que acharam que os novos membros seriam apenas fantoches do Dave, quebramos a cara. Adler e principalmente Kiko, brilham, e conseguem colocar suas personalidades, mas claro, nada que desvirtue muito do som que o chefe gosta.
Uma coisa que definitivamente fica clara nesse novo play, é que o Mustaine parece ter desistido de vez de músicas um pouco mais longas e com varias variações de ritmos, como em alguns maiores clássicos da banda. Reparem que das 11 faixas, apenas 1 passa dos 5 minutos.
Vamos as analises faixa a faixa:
The Threat is Real – Segunda faixa a ser liberada pela banda, e que todos já conhecem muito bem. Uma grande escolha para iniciar o disco. Riffs poderosos, solos destruidores de Kiko e Mustaine, e a presença de Adler se fazendo notar a todo instante. O vocal do Mustaine evolui a medida que a música também evolui, e com certeza, temos aqui um dos melhores refrões, assim como uma das melhores músicas desse novo disco.
Dystopia – Mais uma que a banda nos agraciou antes do lançamento oficial do albun. Notem como os primeiros momentos lembram e muito Black Swan do United Abominations (uma das minhas músicas favoritas da banda). O vocal de Mustaine parece mais confortável nessa faixa e em nada prejudica a mesma. O refrão gruda instantaneamente na cabeça, mesmo sendo um pouco menos inspirado que o da música anterior. Um solo inspirado da inicio a parte final da música que ainda nos traz vários incríveis riffs e Adler brilhando mais uma vez, colocando um sorriso em nossos rostos. Outra grande faixa amigos.
Fatal Illusion – Completando a trinca de faixas previamente disponibilizadas pela banda, esta Fatal Illusion. Depois de uma introdução tímida, é a vez de Ellefson assumir as rédeas com um riff poderoso que logo é seguido das guitarras, e o bate cabeça logo toma conta de nos. Confesso que o vocal de Mustaine não me agrada aqui e lembra as coisas ruins do Super Collider. Achei uma das mais fracas do disco, ainda que Adler também faça valer a audição.
Death from Within – Mais uma introdução tímida que logo depois explode com os vocais agressivos de Mustaine. Mais um bom refrão que fica sendo o grande destaque da faixa. Os solos de Kiko também fazem brotar um sorriso de satisfação no rosto. Esta é uma daquelas faixas nota 7, que "faz o dever de casa" e continua o bom inicio do disco.
Bullet to the Brain – Temos aqui uma introdução acústica, que logo é substituída pelas poderosas guitarras que chamam bastante atenção, e a vontade de bater cabeça retorna. O vocal de mustaine segue a linha mais arrastada nos versos e evolui e muito no refrão, alias, mais um excelente refrão. Kiko nos entrega o melhor solo do disco ate aqui, espetacular é pouco para descrever as guitarras desta música. Mustaine falou que essa tinha riffs do demônio, e assim se fez, mais um grande destaque do disco.
Post American World - 20 segundos e eu já ria que nem um louco com essa faixa. Aquele sorriso de "puxa, isso esta ficando cada vez melhor". O riff principal é instigante, traz um ar de mistério, que vai permear por toda a música. O vocal de Mustaine me lembrou Simphony of Destruction em alguns momentos. Mais um estupendo refrão, basta ouvir uma vez que gruda na cabeça, o Mustaine é mestre nisso. Mais uma fortíssima candidata a melhor música do disco.
Poisonous Shadows – Chegamos a minha favorita do disco, e é justamente a mais longa. Alguns podem virar a cara por se tratar de uma balada, mas a melodia misturada com ares sombrios realmente a tornam especial. A introdução acústica toma conta do 1 minuto e depois da lugar a um solo com timbre que lembra os momentos iniciais de The Threat is Real. O tom orquestral tambem permeia toda a faixa, essa é aquela faixa em que você percebe toda a grandeza dos músicos envolvidos e como cada instrumento soa perfeito. O vocal de Mustaine não poderia ser outro, e mais uma vez o refrão é excelente. Kiko também entrega um solo que mistura técnica e feeling, que é o que a música pede. E nos despedimos ao som de lindas notas nos pianos e sussurros de Mustaine. Simplesmente espetacular, amigos.
Conquer or Die – Isso é Kiko Loureiro puro! Temos aqui a faixa instrumental do disco, e também uma de minhas favoritas. Nos primeiros segundos já se formou na minha cabeça a imagem do Kiko tocando esta peça clássica, que dura o 1° minuto da faixa, que depois é substituído pelas guitarras, e ai vem o show amigos, guitarras soando técnicas e melódicas, clamando por atenção, e faz tempo que as guitarras do Megadeth não me surpreendiam desse jeito. Trabalho simplesmente genial, é Kiko, é do Brasil! Que orgulho!
Lying in State – Um soco na cara! Essa é a sensação da introdução dessa faixa. Um peso absurdamente colossal. Uma faixa para exorcisar todos os nossos demônios batendo cabeça. Mustaine sai da sua zona de conforto, e isto torna a faixa ainda mais espetacular, digo que aqui esta a melhor linha vocal do disco. Prestem atenção ao riff aos 1:48 – 1:58, me lembrou bastante "Alice in hell" do Anihilator. Adler esta monstruoso aqui e também se faz notar a todo instante. Mais um estupendo riff se inicia aos 2:20, e abre caminho para mais solos que tornam a faixa uma das grandes candidatas a melhores do disco e que funcionará muito bem ao vivo.
The Emperor – Mais uma introdução matadora, a faixa beira o hard pesado. Recheado de riffs poderos e desconcertantes. Mustaine mais uma vez sai do vocal terrível que apresentava no Super Collider, e nos entrega mais uma boa linha vocal, e refrão também inspirado. Os solos também são destaque, as vezes curtos mais sempre bem colocados.
Foreign Policy – Para fechar este disco espetacular temos um cover do FEAR. Rapida, pesada, cheia de solos, e mais uma vez um Mustaine cantando que da gosto de ouvir.
E é isso meus amigos, é o novo MEGADETH, em sua nova e arrasadora formação, mais vivo e chutando bundas do que nunca. Dando espaço para suas novas peças brilharem. Tudo que o Mustaine vinha falando se revela verdade, temos a melhor formação e o melhor disco desde muito tempo. Das 10 músicas inéditas, ao menos 8 são dignas de notas altíssimas. Longe de ser 100% Thrash, temos aqui um pouco de tudo e por isso soa tão bom.
Destaques - Destaque especial para o quinteto das faixas 5 a 9.
Já digo que será difícil bater DYSTOPIA esse ano. É Mustaine, você conseguiu novamente.
Dave Mustaine (vocais, guitarra)
David Ellefson (baixo)
Kiko Loureiro (guitarra)
Chris Adler (bateria)
Faixas:
01. The Threat Is Real
02. Dystopia
03. Fatal Illusion
04. Death From Within
05. Bullet To The Brain
06. Post-American World
07. Poisonous Shadows
08. Conquer… Or Die!
09. Lying In State
10. The Emperor
11. Foreign Policy
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