Mr. Ego: Rumo ao reconhecimento mais que merecido
Resenha - Se7ven - Mr. Ego
Por André Toral
Postado em 22 de dezembro de 2015
A primeira coisa que fica nítida ao escutar os primeiros segundos de "Se7en" é que o heavy metal brasileiro alcançou definitivamente o mesmo nível de qualidade das mais consagradas bandas do mundo.
Várias bandas brasileiras estão dando tudo de si para sustentar este resultado, e quem ganha com isso somos nós, os fãs e apreciadores de música de qualidade.
E o Mr. Ego já é uma banda conhecida no cenário, tanto que tive o prazer de resenhar o seu primeiro álbum, "Egocentric", de 1998. E na época eles apostavam num heavy metal melódico com toques de pop muito interessantes.
Mas com o passar dos anos os demais álbuns e singles foram importantes para pavimentar o caminho musical da banda até "Se7en".
Outras influências surgiram, ocorreram mudanças na formação e novas ideias foram sendo agrupadas. No entanto, a impressão que fica é que "Se7ven" definiu a orientação musical da banda.
E esta orientação possivelmente definida é que põe o Mr. Ego num patamar de perfeição que até hoje não vi com tamanha intensidade nas bandas brasileiras em mais de 15 anos acompanhando o cenário nacional.
E fica fácil perceber isso ouvindo músicas vigorosas como "Fall On Our Kness" que tem riffs e bases pesadíssimas, com teclados que dão um toque bem sinistro na música.
Já "Broken Walls", "Black Gold" e "Deceived" sem dúvidas poderiam estar em qualquer disco mais recente do Symphony X, tal sua semelhança com a mesma em todos os sentidos. E "1917" é linda, pesada, arrastada e tem melodias rítmicas e vocais marcantes, o que é uma constante em todo o álbum.
Fato esse que se consagra exponencialmente nas três partes de "Silence of the Lambs" que fecham "Se7en" que, em minha opinião, entra fácil na lista de melhores álbuns de 2015, competindo honradamente com medalhões do mundo afora.
E sinceramente, menos do que isso é má vontade de quem escuta o álbum. Além do que, muitas vezes as pessoas acham que por ser nacional uma audição pode ficar num segundo plano, mas acreditem, esse não é o caso de "se7en".
Mas fora isso, algumas impressões gerais que ficam sobre o álbum são as guitarras absurdamente perfeitas nos solos e bases. A riferama rola solta e as bases são pesadas, mesmo em um trabalho que se solidifica com uma produção cristalina. Sem contar o poder de fogo da cozinha, especialmente da bateria que também é de se elogiar exaustivamente por seu peso, suas quebras e intensidade dos bumbos.
Outro que sobressai e resalta, mesmo, é o vocalista André Anheiser Ferrari, aquele que cantava no "Eyes of Shiva" e que chegou, segundo dizem, a ser considerado como futuro vocalista do Angra.
O que canta esse cara é de deixar qualquer apreciador de heavy metal boquiaberto. Ao longo de "Se7en" ele detona em passagens vocais mais agressivas no estilo do Russel Allen (Symphony X), sem deixar de lado influências mais melódicas e limpas que são marcantes no heavy melódico.
Nesses anos todos acompanhando de perto as bandas nacionais, nunca vi um cara cantar tanto assim, oferecendo uma variedade de tons e diferentes jeitos de cantar numa mesma música, para ter uma ideia.
Bem, sinto-me extremamente grato e realizado por ter descoberto esta obra-prima que encerrou o ano de 2015 da melhor maneira possível.
E tenho a obrigação de recomendar a todos àqueles que, como eu, curtem qualidade.
Daqui em diante, que desperte em você aquele sentimento de que todo e qualquer lançamento do Mr. Ego deve ser obrigatoriamente conferido, pois estou certo de que isso já é uma realidade.
E desejo à banda sucesso na continuidade de sua trajetória, rumo ao reconhecimento mais que merecido.
Track List:
01. (16:2)
02. Fall On Our Knees
03. Broken Walls
04. 1917
05. Deceived
06. For The Last Time
08. Injustice
09. Black Gold
10. End Of Times
11. Tears Of An Angel
12. Silence Of The Lambs Part.I Future Of Illusions
13. Silence Of The Lambs Part.II Chain Of Events
14. Silence Of The Lambs Part.III 7063rM
Formação:
André "Anheiser " Ferrari: vocalista
Iuri Nogueira: guitarrista
Paulo André (P.A): baixista
Ricardo Longhi: baterista
Igor Nogueira: Tecladista
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