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Annihilator: A volta triunfal de Jeff Waters aos vocais

Resenha - Suicide Society - Annihilator

Por Tiago Dantas da Rocha
Postado em 18 de outubro de 2015

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

O final do ano de 2014 foi um período turbulento para o Annihilator. Após 11 anos na banda, o então vocalista Dave Padden informou ao líder Jeff Waters que iria se desligar da banda alegando estar cansado da rotina de turnês e por passar muito tempo afastado dos seus parentes. O Annihilator tem uma longa história com suas constantes mudanças de membros, particularmente vocalistas, e Dave Padden conseguiu algo inédito, ter gravado cinco álbuns sendo o frontman do Annihilator. Confesso que não sou muito fã de alguns álbuns da era Padden como All For You (2004) e Schizo Deluxe (2005), e todas aquelas participações em Metal (2007) acabam tirando o foco do álbum, mas desde Annihilator (2010) e Feast (2013) acho que neles Dave Padden encontrou a melhor forma de cantar, adicionando mais agressividade, e o nível das composições também aumentou de forma perceptível.

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Com isso, Waters se viu numa situação bem difícil, o que poderia ele fazer? Procurar algum vocalista que cantasse numa linha mais clássica como Rob Halford, Bruce Dickinson e Dio? Ou procurar algum vocalista que cantasse numa linha mais moderna de bandas como KILLSWITCH ENGAGE? Foi então que ele teve a acertada ideia em assumir novamente os vocais, o que faz bastante sentido se considerarmos que Jeff Waters era quem cantava as músicas mais recentes ainda nas suas demos para mostrar as linhas vocais para Dave Padden. Os fãs de longa data do Annihilator devem lembrar que o próprio Waters já foi vocalista do Annihilator durante a fase mais experimental e solo da banda entre os anos de 94-97, cujos álbuns não figuram exatamente entre os mais apreciados pelos fãs da banda. O álbum já estava escrito, faltava apenas gravar os instrumentos e os vocais, então num primeiro momento Waters cogitou a ideia de simplesmente entrar em estúdio e ele mesmo gravar os vocais. Felizmente ele não seguiu por esse caminho, o que poderia ter sido desastroso para o Annihilator. Ele interrompeu tudo e procurou aulas de canto durante algumas semanas que o ajudassem a cantar da melhor forma possível, dentro das suas limitações e também pelos seus quase 50 anos de idade.

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Assim foram iniciadas as gravações do 15º álbum de estúdio do Annihilator, Suicide Society, lançado em 18 de setembro de 2015, mas o que se esperar desse álbum? Em abril desse ano Jeff Waters deu uma entrevista falando sobre o novo álbum, aonde ele diz que definitivamente não será um Feast 2, e que será bastante diferente do álbum de 2013, o que causaria desconfiança em muitos fãs. O próprio Waters afirmou que para esse último álbum de estúdio houve pressão e stress maior, aliados ao medo do fracasso, o que fez com que ele se esforçasse ainda mais para tirar o melhor de si nas composições.

A primeira coisa aqui a se perceber logicamente são os vocais. Se você compara Jeff Waters de Suicide Society (2015) com aquele de King Of The Kill (1994), Refresh The Demon (1996) e Remains (1997) logo de cara é possível perceber uma melhora absurda na voz de Jeff, e como as aulas vocais foram de extrema importância para esse álbum, o que é um grande alívio. Jeff Waters parece estar bem a vontade como vocalista e guitarrista, o que é bastante curioso considerando que Waters cantou em algumas demos dos anos 80 do Annihilator, mas recusou o posto para poder se dedicar integralmente a guitarra. É possível perceber nitidamente uma influência de James Hetfield nos seus vocais, com algumas inspirações leves de Dave Mustaine e Layne Staley. Outro destaque nesse álbum é para Mike Harshaw, baterista desde 2013. Um dos melhores que já passou pela banda, e fez um excelente trabalho em Suicide Society, bem como no seu antecessor Feast (2013).

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Novamente o álbum foi produzido pelo próprio Jeff Waters no seu estúdio pessoal, o Watersound Studios. E assim como nos álbuns anteriores, a produção tem bastante peso, é limpa, permitindo ouvir perfeitamente todos os instrumentos.

Começando temos o primeiro single, Suicide Society, uma excelente faixa de abertura, arrisco dizer a melhor faixa de abertura de um álbum do Annihilator nos últimos 20 anos. Possui um ótimo riff recheado de peso e bastante groove num refrão daqueles grudentos. É o tipo da faixa que deve figurar em todos os shows da banda a partir de agora:

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Em seguida temos My Revenge que possui uma pegada mais acelerada, um thrash moderno com ótimos riffs e solos. Segue um caminho parecido com músicas como Ambush e Coward do álbum Annihilator (2010).

A terceira faixa e que também ganhou um vídeo oficial é Snap. Essa faixa dá uma ênfase maior nas linhas vocais com algumas passagens mais lentas e outras mais pesadas. É a primeira balada do álbum.

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Creepin' Again começa com uma introdução lenta e mais sombria no baixo. Vai ganhando peso e velocidade gradativamente até virar um thrash bem acelerado. Ganhou um lyric video:

Narcotic Avenue segue a linha do thrash praticado nos últimos dois álbuns pela banda, mas quando se aproxima do final entra numa seção instrumental melódica muito interessante.

The One You Serve inicia de forma melódica e vai aos poucos ganhando peso. Bastante groove. É outro destaque do álbum e possui um dos melhores solos de guitarra do álbum.

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Break, Enter: Possui um riff bem característico de Jeff Waters. Outra bem acelerada que vai intercalando alguns momentos melódicos a outros bastante acelerados.

Death Scent: Começa com solos de guitarra aliados a bastante groove. Não difere muito do que a banda apresentou em Annihilator (2010) e Feast (2013). Apresenta um som de teclado durante a sessão instrumental, algo novo para o Annihilator e adiciona uma atmosfera e novas camadas ao som da banda. É uma novidade inesperada e muito bem vinda. Uma grande surpresa do álbum e um dos maiores destaques.

Every Minute: Tal qual quase todos os álbuns do Annihilator essa é a balada, que dessa vez foi usada para fechar o álbum. Tem uma pegada que transita entre o hard rock e o heavy metal e vai alternando entre partes acústicas e pesadas. É uma música bastante poderosa, e acredito que seja a que melhor represente a evolução de Jeff Waters como vocalista, mostrando que ele pode sim assumir esse posto de forma definitiva.

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E com isso termina o Suicide Society, um dos melhores álbuns lançados em 2015. Com certeza houve muitas dúvidas sobre o que seria do Annihilator com um novo vocalista, e o que significaria a volta de Jeff Waters a essa função. Felizmente ele não só cumpriu esse objetivo de forma muito competente, bem como elevou ainda mais o nível da composição das músicas nesse álbum mostrando que o Annihilator ainda tem muita lenha para queimar, e que ainda é relevante como artista e líder dessa banda que vem presenteando os fãs de música pesada nos últimos 31 anos, sendo capaz de assim como viver do seu legado também poder presentear o mundo com novos álbuns relevantes.

Track-list:

1. Suicide Society (03:50)
2. My Revenge (05:06)
3. Snap (04:54)
4. Creepin' Again (04:16)
5. Narcotic Avenue (05:19)
6. The One You Serve (05:45)
7. Break, Enter (05:47)
8. Death Scent (05:11)
9. Every Minute (05:00)

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Foi lançada também uma versão especial com 2 CDs que além do Suicide Society conta com um segundo CD gravado ao vivo num estúdio chamado Raven Street Sessions com Dave Padden nos vocais, bem como
comentários de Jeff Waters sobre cada faixa do novo disco:

CD 02 - Raven Street Sessions
1. Deadlock (Live in Studio) (05:23)
2. Set the World on Fire (Live in Studio) (04:50)
3. Knight Jumps Queen (Live in Studio) (04:34)
4. Ambush (Live in Studio) (03:38)
5. Never, Neverland (Live in Studio) (05:59)
6. Time Bomb (Live in Studio) (05:18)
7. Smear Campaign (Live in Studio) (04:54)
8. Carnival Diablos (Live in Studio) (05:17)
9. Reduced to Ash (Live in Studio) (03:16)
10. I Am in Command (Live in Studio) (04:24)
11. Jeff Talks "Suicide Society" (01:18)
12. Jeff Talks "Creepin' Again" (01:13)
13. Jeff Talks "Snap" (00:38)
14. Jeff Talks "Narcotic Avenue" (00:36)
15. Jeff Talks "My Revenge" (01:06)
16. Jeff Talks "The One You Serve" (00:57)
17. Jeff Talks "Break, Enter" (02:01)
18. Jeff Talks "Death Scent" (00:31)
19. Jeff Talks "Every Minute" (01:35)

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