Native Construct: Impressionante Estreia do Grupo de Prog Metal
Resenha - Quiet World - Native Construct
Por Roberto Rillo Bíscaro
Postado em 28 de maio de 2015
Nota: 10 ![]()
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Nós professores não cansamos de passar sermão nos estudantes sobre a importância da educação. Depois de ouvir a impressionante estreia do NATIVE CONSTRUCT, penso ser mais produtivo tocar o álbum Quiet World, lançado dia 21 de abril, pela Metal Blade Records. Robert Edens (vocais), Myles Yang (guitarra) e Max Harchick (baixo) são egressos da Berklee College of Music, de Boston, daí sobram técnica e conhecimento sobre composição, estilos musicais, arranjo e produção. Auxiliados por colegas da academia, o trio saiu-se com uma obra-prima do prog metal.
As 7 faixas de Quiet World contam a história de Sinister Silence, mudo rejeitado por uma garota. Ressentido e com problemas mentais, cria um mundo onde as diferenças são abolidas como meio de promover a felicidade coletiva. Mas, nem todos estão contentes com tamanha quietude e insipidez Não tarda a aparecer um líder, Archon, que unirá dissidentes contra o lúgubre SS.
Quiet World foi composto e executado em um período de anos. Erudição musical e tempo gestaram um trabalho onde cada nota foi meticulosamente pensada, bem ao estilo do rigor dos áureos tempos do YES, em Close to the Edge (1972). Mas a semelhança para aí; NATIVE CONSTRUCT não faz prog sinfônico carbonado dos anos 70. Seu prog vem misturado com diversas vertentes do metal, música de Broadway e até pop num vórtice que chupa o ouvinte quase a ponto de afogá-lo num mar de acordes e notas.
A variação de ritmos e tempos muito frequentemente acontece com um dos instrumentos entrando numa nova convenção enquanto os demais estão em outra e não com paradas abruptas. Desse modo, há momentos em que uma bateria esporrando death metal faz fundo prum vocal e orquestração totalmente Broadway, como em Passage.
Os vocais de Robert Edens vão do fininho ao "podre" do black/death metal. Esse ecletismo do NATIVE CONSTRUCT é um de seus muitos pontos fortes. A monumental Mute, que abre o álbum com seus quase 13 minutos, passeia pelo prog, death metal, etéreo e pop de modo tão competente que apenas ouvintes dinoussaramente "puristas" reclamarão. Pontuando as diferenças, os cambiantes vocais de Edens. Come Hell or High Water começa como caixa de música, transforma-se em pirotecnia guitarreia a la QUEEN ou ANGRA, explode em atonalidade saxofônica, tipo KING CRIMSON, incandesce em momentos de vocal thrash metal pra terminar em orgasmo progressivo. Em 8 minutos.
A dupla final Chromatic Lights e Chromatic Aberrration perfaz outra dúzia de minutos delirante e repleta de variações, a ponto de alguns segundos da última canção referirem-se a Burt Bacharach! Isso também é supimpa em NATIVE CONSTRUCT: eles jogam pop e música "careta" na fuça do público roqueiro sem que esses gêneros necessariamente pareçam ou soem como pop ou careta.
Não quero nem pensar na pressão que o NATIVE CONSTRUCT terá pro segundo álbum, depois duma estreia que, sem exagero, tem potencial pra redefinir o sub-gênero.
Tracklist
01. Mute
02. The Spark of the Archon
03. Passage
04. Your Familiar Face
05. Come Hell or High Water
06. Chromatic Lights
07. Chromatic Aberration
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