Marilyn Manson: álbum é um clássico moderno segundo Metal Hammer
Resenha - Holy Wood (In the Shadow of the Valley of Death) - Marilyn Manson
Por Narcissus Narcosis
Fonte: Metal Hammer
Postado em 17 de agosto de 2014
Entre o lançamento de "Antichrist Superstar" (1996) e o ano 2000, MARILYN MANSON criou um nome para si mesmo muito além dos parâmetros do mundo do rock e do metal, em quatro anos de terror religioso, expressão sexual (aquela capa do "Mechanical Animals" me apavorou quando era garoto) e nudez do traseiro toda vez que foi possível. MANSON não apenas se tornou o maior nome do metal como também um dos mais quentes em Hollywood, além de um vilão de renome mundial. Esse não é o cara que nos fazia escalar em nossas TVs porque os deuses no programa "Later...With Jools Holland" não o consideraram digno de um slot ou todo mundo assistindo ao METALLICA encabeçando o Glastonbury. Esse cara foi além disso ou de ser um fenômeno cultural de boa fé. Ele foi ao Letterman, foi fotografado nos tablóides com uma série de belas mulheres do cinema e da TV e, francamente, ele horrorizou a merda sempre amorosa no meio da América e fora dela. Vocês todos devem saber da controvérsia que cercou MANSON e a censura estúpida à sua arte e persona pela tragédia sem sentido que ocorreu em Columbine, mas que fez MANSON se tornar uma relutante figura odiada mundialmente (até o The Sun publicou um artigo de ódio ao MANSON). Em consequência, e com os olhos do mundo sobre ele, o cantor devolveu essa obra de arte com 19 canções.
Marilyn Manson - Mais Novidades
Retornando aos solos mais industriais e metálicos após o flerte com o glam rock e o eletrônico dos anos 90 (que não envelheceram bem, de fato), "Holy Wood" foi um álbum sombrio e compreensivelmente colérico, mas a sua força pode ser encontrada em suas camadas. Musicalmente, é um disco complexo que vai dos tiros na cabeça de fora-a-fora em "The Fight Song" e "Disposable Teens" ao balanço da sedução autoritária em "GodEatGod" e a ultrassinistra "Cruci-Fiction in Space".
"Antichrist Superstar" pode ser anárquico e voltado à selvageria, mas "Holy Wood" é um exercício psicológico perturbador que canaliza as profundezas da música. Se você quer ler mais sobre o assunto e ver o quanto de pensamento e empenho foi aplicado na criação de "Holy Wood..(In the Valley of the Shadow of Death)", reserve um par de horas e confira o website The Nachtkabarett para detalhes no simbolismo usado em toda a artwork do álbum e dos temas, e para ganhar um conhecimento maior nesse álbum conceitual sobre a cultura americana.
Trazendo as coisas de volta ao básico, tudo em "Holy Wood" é muito legal. A capa que traz o MANSON sem mandíbula em uma pose de crucificação é tão má quanto a cobertura difamatória retratada na mídia sobre ele naquele momento. O vídeo que acompanhou "Disposable Teens" - com o MANSON em uma variedade de disfarces, incluindo um Papa diabólico e um monstro de 40 metros - foi grotesto e teatral de uma forma que só o metal pode ser, mas o clipe de "The Nobodies" pareceu encapsular toda a escuridão do MANSON perfeitamente e, música e visualmente, é um dos melhores vídeos já feitos. Luz estranha, roupas fantásticas e técnicas de câmera e uma inesquecível performance do MANSON emergindo da neve com chifres de veado e antebraços feitos com galhos e gritando na cara de um cachorro que rosna. Todo esse conjunto para a trilha sonora do que é um dos maiores hinos do MARILYN MANSON e que concentra tudo o que de melhor ele tinha naquela época.
MARILYN MANSON sempre será um fenômeno pelo seu trabalho em "Holy Wood" e para a virada do século, com uma série de três álbuns. Os temas de cólera, desprezo e ódio de "Antichrist Superstar" deu lugar à droga propelida elegantemente ao sabor de "Mechanical Animals" antes de atingir o seu zênite criativo em "Holy Wood". Depois de ser submetido a julgamento, se não literalmente, então certamente por caça às bruxas da mídia, MANSON estufou o peito e revelou um álbum que resiste ao teste do tempo depois de quase 15 anos do seu lançamento original. Descasque as camadas, mergulhe nos temas e ideologias do álbum e nessa jornada sinistra novamente. É realmente um presente que ele continua a nos dar.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
A icônica banda que negligenciou o mercado americano; "Éramos muito jovens"
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
Dave Mustaine acha que continuará fazendo música após o fim do Megadeth
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti
O baterista que parecia inatingível para Neil Peart; "muito além do meu alcance"
Paul McCartney revela solo de guitarra dos Beatles onde ele tentou soar como Hendrix
Iron Maiden: 9 músicas não tão conhecidas que todos deveriam conhecer
Regis Tadeu diz que Sepultura não tinha obrigação nenhuma de dar força ao metal brasileiro


O clássico dançante e sombrio que ganhou uma versão rock and roll perturbadora
Festival Sonic Temple anuncia 140 shows em 5 palcos para 2026
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme



