Volux: Segundo disco é híbrido, alternativo e bem feito
Resenha - Híbridos - Volux
Por Igor Miranda
Fonte: IgorMiranda.com.br
Postado em 26 de julho de 2014
Nota: 8 ![]()
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Quando recebi o material de divulgação da Volux, uma equivocada pitada de arrogância bateu em minha mente. A primeira frase do release (texto que informa do que se trata o produto, a organização ou a iniciativa - neste caso, o novo disco da banda) era "a Volux mudou". Pensei, e agora lamento ter pensado: "para quê avisar que mudou se a banda não é nacionalmente famosa ou coisa do tipo?". Apesar disso, considerei que é raro um grupo chegar ao segundo lançamento e deixei de lado a besteira inicial.
Realmente, a Volux não parece ser conhecida fora do sul - a banda é de Caxias do Sul (RS). Mas durante a audição de "Híbridos", segundo álbum do quarteto, é possível notar que sim, o grupo já deveria contar com repercussão. O trabalho é muito bom. E sim, fiz questão de ouvir o primeiro disco do grupo para garantir que havia mudado. E, ainda bem, mudou.
No primeiro disco da Volux, autointitulado, a banda era feliz até demais. As composições e as gravações são boas, mas não conquistam. Em "Híbridos", a proposta é diferente. Com letras mais realistas (a temática do álbum é justamente reflexiva, em cima do tempo mal aproveitado pelo ser humano) e melodias que saem dos lugares comuns do rock com influências do hardcore melódico e do pop rock, a banda, enfim, convence. Assim como o título, a proposta musical é híbrida e de difícil rotulação.
De cara, posso creditar essa evolução musical à atenção dada ao baixo de Gustavo Prezzi. Deu peso à bateria de Guido Ângelo e sustentação para a destacada guitarra de Zack Duarte e a voz agradável de Filipe Mello. A afinação mais grave dos instrumentos de corda também foi decisivo. O entrosamento do quarteto se reflete, inicialmente, na primeira faixa, que dá nome ao disco e conta com alternâncias da paulada à calmaria.
O baixo de Prezzi começa a faixa seguinte, "Divã", com rítmica interessante e bom trabalho lírico que, também, reflete a mudança do grupo. "Anverso", na sequência, tem um instrumental nota dez. É a minha faixa preferida do play. Desde os ótimos riffs e licks de guitarra à cozinha que sabe a hora de aparecer. O vocal de Filipe Mello é afinado, mas poderia ter mais variações.
"Desatar" é pesada, apesar dos ganchos melódicos e dos versos mais calmos. Quem disse que não dá para chutar o pau da barraca com classe? O miolo da canção, com mudanças na bateria, é ótimo. "Coração de Papel" é um pouco mais chata. O acompanhamento da guitarra deixa a faixa um pouco enjoativa. Em algum momento oportuno da canção, um solo cairia bem.
"Compulsão" é outra faixa que pede uma variação mais notável na voz. O refrão, no entanto, é grudento. Ponto positivo, apesar dos pesares. A vinheta acústica "Tapete Voador I" é um pouco zeppeliana e serve de introdução à outra canção guiada por violão, "Tapete Voador II", com ótimo trabalho de Zack Duarte. Música muito agradável, de audição gostosa e com um bom solo de acordeon com guitarra.
No geral, o disco "Híbridos" representa uma evolução da Volux. Mais importante ainda, para o ouvinte que tem o primeiro contato neste trabalho: mostra que a banda está pronta. As variações vocais e o dinamismo em algumas faixas ainda são uma boa pedida para uma próxima gravação. Mas nada que desmereça de forma significativa o produto final. "Híbridos" é ótimo.
Observação: O trabalho gráfico do disco parece ser muito bom. No entanto, não posso comentar sobre, pois não tive contato com o material físico. Apenas vi três imagens (que estão ao longo da postagem). De acordo com o release, "toda a arte remete ao conceito de hibridismo e surrealismo. O CD não terá encarte, apenas postais, que contém uma foto cada, representando a letra da música em questão. Duas imagens receberam tratamento ainda mais híbrido, na mescla entre foto e desenho: elas levam a arte do artista plástico Rafael Dambrós. Todas as fotos têm algo em comum: o personagem com o rosto encoberto, que retoma a ideia de que o ser humano não se reconhece hoje em dia".
Single "Divã"
Volux: "Híbridos" (2014)
01. Híbridos
02. Divã
03. Anverso
04. Desatar
05. Coração de Papel
06. Compulsão
07. Tapete Voador I
08. Tapete Voador II
09. Tapete Voador I & II
Filipe Mello (vocal)
Zack Duarte (guitarra)
Gustavo Prezzi (baixo)
Guido Ângelo (bateria)
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