Samael: Os vinte anos de "Ceremony Of Opposites"
Resenha - Ceremony Of Opposites - Samael
Por Alexandro Sousa
Postado em 07 de março de 2014
Nota: 10 ![]()
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Em minhas atualizações de notícias no Facebok, fui lembrado através da fan page do Samael que seu terceiro disco, o Ceremony of Opposites, completam exatos 20 anos. Como é um disco que marcou e muito minha história, resolvi escrever uma resenha sobre ele
Eis aqui um divisor de águas, sobre o que viria acontecer com a história do Samael e até mesmo com muitas bandas de black e death metal, pois a banda já havia se consagrado no cenário do metal extremo com os discos Worship Him (1991) e Blood Ritual (1992). Embora estes possuam uma atmosfera densa e sombria, até hoje ecoa pelos quatro cantos do mundo, que nada será igual ao seu debut que conta com clássicos como Sleep of Death, Rite Of Cthulhu, Into the Pentagram e a obscura Worship Him. Já o Blood Ritual, além da matadora faixa título, apresenta um estilo único em músicas como Beyond The Nothingness, After The Sepulture e Until The Chaos.
Enfim, o ano é 1994 quando lançam o tão esperado álbum Ceremony of Opposites que já trazia muitos boatos sobre a mudança radical no estilo da banda. Como na época não havia internet, redes sociais e todo aparato que as novas bandas possuem nos dias de hoje, tendo à mão apenas alguns Zines e poucas revistas especializadas como fonte de informação era tudo muito especulativo. O pior de tudo era a imensa dificuldade em se conseguir comprar discos de metal extremo, pois em geral eram importados e um tanto quanto caros. Eu, já grande fã da banda, tive que esperar cerca de 6 a 8 meses até conseguir juntar a grana e enfim comprá-lo.
Confesso que o receio de uma decepção era grande, afinal o que se lia e dizia sobre o Samael é que a banda havia traído o movimento Black Metal, se utilizando de samples, bateria eletrônica, além de influências que jamais seriam admitidas por um "verdadeiro blackbanger". Mas a curiosidade e admiração pela banda era maior e sem delongas apertei o play, enquanto bebia um vinho barato e folheava o encarte do meu primeiro CD importado. Grande foi a minha surpresa, quando de cara e sem pensar, aos primeiros riffs de Black Trip, passo a considerar um dos melhores discos que já havia escutado em minha curta existência de vida dos meus imaturos 15 anos. Assim foi a sensação ao longo dos 36 minutos em que são executadas as 10 músicas do Ceremony of Opposites.
Enfim é um disco de foge a todo um estereótipo de bandas de black metal que existiam e surgiram em meados da década de 90. Bandas conhecidas e cultuadas como o Bathory, Rotting Chrtist, Impaled Nazarene e Blasphemy traziam sonoridades diferenciadas entre si, mas nada era próximo ao que o Samael se propunha a fazer. O que era um grande risco pois, de alguma maneira, o mundo se voltava ao cenário norueguês com suas bandas e as polêmicas em torno do Inner Circle, com suas lendas e histórias até hoje contadas. Contudo, mesmo assim, um dos maiores selos especializado em música extrema da época, a Century Media, investe pesado no lançamento e na promoção de Ceremony of Opposites. Mas porque esse disco marca tanto?
Em minha opinião, Vorphalack e Xytras ligaram o botão do "Foda-se!" em uma época onde o radicalismo imperava em meio ao cenário musical que envolviam as bandas de metal extremo mundo afora. E para tal utilizaram um trabalho onde puderam trazer suas influências musicais fora do universo metálico, sem perder a essência da sonoridade que lhes haviam rendido fãs nos quatro cantos do mundo, com sua atmosfera sombria e densa. Enfim! De fato eles celebraram uma grande Cerimônia de Opostos e dali em diante muito do que se ouviu falar sobre dark, industrial, gothic e sei lá quantos subgêneros do metal extremo, tem o dedo do Samael.
Talvez você ao ler esse texto, já goste de metal extremo e suas vertentes, mas nem goste do Samael ou mesmo das bandas que seguiram a estrada trilhada por eles a partir de Ceremony of Opposites. Mas negar seu legado seria o mesmo que ler um livro e pular um página onde uma parte importante da história é revelada. Sim! Assim que considero a banda e esse disco, uma importante e singular parte da história. Afinal, até hoje venho acompanhando a carreira da banda. Já pude ir em shows, comprar seus discos lançados no Brasil em preços mais acessíveis e entre alegrias e decepções, tenho orgulho em me declarar fã dessa banda tão S A M A E L.
Samael - Ceremony of Opposites (1994)
1. Black Trip
2. Celebration of the Fourth
3. Son of Earth
4. 'Till We Meet Again
5. Mask of the Red Death
6. Baphomet's Throne
7. Flagellation
8. Crown
9. To Our Martyrs
10. Ceremony of Opposites
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