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Paradise Lost: O surpreendente "Shades of God" de 1992

Resenha - Shades of God - Paradise Lost

Por Leonardo M. Brauna
Postado em 21 de abril de 2013

Nota: 9 starstarstarstarstarstarstarstarstar

Sendo o PARADISE LOST uma das três bandas que "arquitetaram" o chamado ‘Death/Doom Metal’, estilo que aproxima o ‘Death Metal’ aos temas mais melódicos, sabáticos e depressivos, não demoraram muito a mostrar a sua evolução para algo ainda mais espetacular que foi a criação de seu subgênero, ‘Gothic Metal’. É então lançado pelo selo "Music for Nation" em 14 de julho de 1992 o surpreendente "Shades of God"!

Paradise Lost - Mais Novidades

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O começo dos anos noventa foi uma época de ouro para o ‘Death Metal’ mundial, muitas bandas puderam registrar os seus mais significativos clássicos exatamente nesse período, por tanto, um momento também para a formação de um público mais radical nos encalços do ‘Metal’. PARADISE LOST lançou as suas primeiras demos entre 1988 e 1989 seguido de seu ‘debut’, "Lost Paradise" em 1990. O mundo ‘Underground’ então se volta para algo novo ou a frente de seu tempo, sensação essa ampliada ainda mais com a chegada de "Gothic", 1992. Pela primeira vez uma banda extrema dava mais ênfase a características operísticas, orquestrais e morbidez a uma vertente até então dominada pela brutalidade. Isso também veio a abrir portas para os seus contemporâneos e compatriotas MY DYING BRIDE e ANATHEMA, que juntas formam a base fundamental dessa "patente".

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Ninguém poderia imaginar que o PARADISE LOST conseguisse surpreender mais que já tinha feito, porém "Shades of God" conseguiu. O tão esperado LP quando chegou às lojas foi disputado a tapas (lembrando que naquela época não existia ‘download’) porque todo mundo queria conferi as mudanças sonoras que a banda tanto noticiava nas entrevistas publicadas. Pelo menos eu quando cheguei em casa com o meu "prêmio" e o coloquei no toca discos, não ouvi nada de diferente no primeiro momento do ‘riff’ de "Mortals Watch the Day", mas logo na entrada dos vocais o primeiro "baque"! NICK HOLMES com uma voz menos gutural que de costume.

Aquela atmosfera sombria e atormentadora que se destacou nos lançamentos anteriores deu lugar a uma elaboração mais voltada a harmonia com excelentes criações melódicas explorando mais o potencial de cada integrante. A partir daí o grupo começa a desviar o seu caminho em busca de um horizonte diferente em sua trajetória. A dupla de guitarristas mais afiada do que nunca parece "desfilar" as suas notas como águas correntes de um rio. GREG MACKINTOSH com seu estilo único de solar durante toda a execução das faixas se supera na genialidade, enquanto AARON AEDY não menos talentoso, deixa o som da banda com ‘riffs’ mais certeiros e em alguns momentos até se aventurando na estrada do ‘Thrash Metal’, é só escutar os clássicos "Pity the Sadness" e "As I Die". As mudanças até foram boas para o tempestivo MATTHEW ARCHER que teve mais liberdade atrás de seu ‘kit’, porém o mesmo baterista não teve mais sorte depois do próximo trabalho da banda. Mas de todos acredito que quem teve mais felicidade foi o baixista STEVE EDMONDSON, pois o tímido músico pôde mostrar ainda mais os seus atributos em todas as canções, especialmente "Crying for Eternity" e a já citada "Pity the Sadness".

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E o que dizer da produção do álbum? Bom, ‘Simon Efemey’ que já produziu "Death and Progress" (DIAMOND HELL), "Broken Glass" (CROWBAR), e vários outros nomes como PANTERA e NAPALM DEATH, em "Shades of God" ele conseguiu captar e juntar da forma mais orgânica possível o trabalho dos músicos sem ter que prejudicar cada nota. Não vamos dizer que foi uma produção de altíssimo nível, mas subtende-se que o que está no disco é o que ouvimos vindo do palco, por tanto parabéns a essa reciprocidade que conseguiu destacar tanto as partes distorcidas quanto as acústicas.

Como sempre o exigente público japonês ganhou uma versão com três faixas bônus do álbum, entre elas um ‘cover’ para "Death Walks Behind You" (ATOMIC ROOSTER). Nada mais justo para um povo apaixonado pelas bandas do ocidente desde os primórdios do ‘Metal’.

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Este é um registro dos mais importantes da banda que vem atravessando gerações fazendo o que gosta, e por vezes, desafiando o gosto dos próprios fãs, porém criadores de sua própria vertente que hoje é explorada tanto por grupos do conceito ‘Underground’ como por nomes de reconhecimento da mídia popular, o PARADISE LOST é mais uma banda que mesmo viva já está mostrando o seu legado.

A baixo veja o videoclipe oficial de "Pity the Sadness" postado pelo redator IGOR SOARES do WHIPLASH no Youtube:

Assistir vídeo no YouTube

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Line Up:

NICK HOLMES – Vocal;
GREGOR MACKINTOSH – Guitarra Solo;
AARON AEDY – Guitarra Base;
STEVE EDMONDSON – Baixo;
MATTHEW ARCHER – Bateria;
SARAH MARRION – Vocais Femininos (convidada).

Track List:

01."Mortals Watch the Day" – 5:12
02."Crying for Eternity" – 7:05
03."Embraced" – 4:29
04."Daylight Torn" – 7:54
05."Pity the Sadness" – 5:05
06."No Forgiveness" – 7:37
07."Your Hand in Mine" – 7:08
08."The Word Made Flesh" – 4:41
09."As I Die" – 3:49

Bônus - Edição Japonesa:

10."Rape of Virtue" – 4:48
11."Death Walks Behind You" – 6:30 (ATOMIC ROOSTER)
12."Eternal" (live) – 4:29

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Sobre Leonardo M. Brauna

Leonardo M. Brauna é cearense de Maracanaú e desde adolescente vive a cultura do Rock/Metal. Além do Whiplash, o redator escreve para a revista Roadie Crew e é assessor de imprensa da Roadie Metal. A sua dedicação se define na busca constante por boas novidades e tesouros ainda obscuros.
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