Offspring: Finalmente um álbum que faz jus à sua identidade
Resenha - Days Go By - Offspring
Por Thassae Santos
Postado em 08 de julho de 2012
Nota: 8
Depois de quatro longos anos de enrolação após o lançamento de "Rise and Fall, Rage and Grace", o OFFSPRING lança seu novo álbum, intitulado "Days Go By". E creio que, para poder realizar uma análise fria sobre este trabalho, devo começar mencionando todo o trabalho dos últimos 3 álbuns.
O "Conspiracy of One", lançado em 2000 veio para tentar manter o nível da obra prima que foi "Americana", de 1998. Em 2003, a banda lançou o "Splinter", que foi muito criticado por ser muito curto. Depois de um "Greatest Hits", os fãs esperaram por cinco longos anos até o lançamento de "Rise and Fall, Rage and Grace", álbum de músicas inéditas que certamente fugiu um pouco aos padrões de "Punk/Comedy Rock" a que o OFFSPRING vinha acostumando os seus fãs. Muita gente considerou faixas como "Kristy, Are You Doing Okay?" e "Nothingtown" como descartáveis, daquelas que você sempre pula ao escutar o CD.
Não que o álbum fosse totalmente descartável, já que tinham faixas boas como "Hammerhead", "Trust in You" e "You're Gonna Go Far, Kid". Faltava o peso das guitarras, os excessos de "whoas" característico da banda, as batidas compassadas e rápidas de um bom punk rock.
Quatro anos depois do "Rise and Fall...", chegamos a "Days Go By", e digo que, ao ouvir o álbum na íntegra, consegui reencontrar o moleque de onze anos que vivia dentro de mim e que ouvia o Americana em loop o dia inteiro sem parar. O álbum está longe de ser o melhor álbum da carreira da banda, mas com certeza resgata toda a identidade perdida na última década. O álbum possui algumas falhas, mas as guitarras voltaram, os "whoas" estão presentes e, com isso, a sensação de que a banda finalmente está reencontrando o caminho perdido.
O CD começa com o combo "The Future is Now"/"Secrets from the Underground", duas músicas de pegada rápida que com certeza vão agradar tanto aos fãs quanto aos curiosos. A faixa título do CD, "Days Go By", dá uma quebrada no ritmo, já que é uma baladinha punk, com um quê de "Foo Fighters". Depois, temos mais um combo pesado com "Turning Into You", que começa com um sample eletrônico e se transforma numa música que lembra muito bandas como "Bad Religion" e "Hurting as One", que remete aos bons tempos de álbuns como o "Ixnay on the Hombre" (1997).
Músicas engraçadas também estão presentes, como "Cruising California", que zomba das músicas pops atuais com letras de duplo sentido e uma batidinha digna de pop. Tenha em mente que faixas assim são a essência da banda, que muitas vezes não se leva a sério. Esta música também contrasta com a faixa seguinte ("All I Have Left is You"), que é uma balada romântica, mais devagar e que com certeza dá uma imperfeição ao trabalho dado até aqui. Depois, temos OC Guns, que zomba das gangues latinas com alguns bons palavrões em espanhol e uma pegada bem "latina".
Finalmente, chegamos ao ponto da discórdia do CD: a regravação de "Dirty Magic", originalmente lançada no álbum "Ignition" (1992). A "versão 2012" da música pode causar uma certa estranheza aos fãs, já que esta possui alguns enfeites a mais do que a original, tal como "whoaaas", uma guitarra mais agressiva, fazendo dela uma versão mais encorpada. Foi uma grata surpresa, mas a banda bem que poderia ter lançado essa versão como um single ou extra de versão japonesa e ter dado lugar a outra música inédita no CD. Uma faca de dois gumes: quem não conhece a versão antiga desta música vai se encantar por ela e vai achar que é a melhor música do CD, e quem já a conhece, tem grandes chances de torcer o nariz.
Passando isso, temos a "I Wanna a Secret Family (With You)" que não chamou muito a minha atenção, exceto pelo fato de me lembrar muito da "Spare Me The Details" do álbum "Splinter". Por fim, encerramos o CD com outro combo tendo "a cereja do bolo" com "Dividing by Zero", rápida e com um refrão que gruda na cabeça como chiclete, e "Slim Pickens Does the Right Thing and Rides the Bomb to Hell", que, apesar do nome, não é uma música de paródia e com certeza foi uma grata surpresa.
Depois dessa análise por faixas, digo que o álbum pecou nas excessivas quebras de ritmo entre as faixas e na falta de sensibilidade na hora da escolha das músicas de divulgação. Pessoalmente, eu acho que "The Future is Now" daria um single muito melhor que a própria "Days go By". De resto, é um álbum para curtir e reanimar o adolescente que há dentro de você.
Tracklist:
1. "The Future Is Now" 4:08
2. "Secrets from the Underground" 3:10
3. "Days Go By" 4:02
4. "Turning Into You" 3:42
5. "Hurting as One" 2:50
6. "Cruising California (Bumpin' in My Trunk)" 3:31
7. "All I Have Left Is You" 5:19
8. "OC Guns" 4:08
9. "Dirty Magic" 4:00
10. "I Wanna Secret Family (With You)" 3:02
11. "Dividing By Zero" 2:22
12. "Slim Pickens Does the Right Thing and Rides the Bomb to Hell" 2:36
Tempo total: 42:43
Produzido por:
Dexter Holland – vocal, guitarra, piano
Noodles – guitarra, vocal de apoio
Greg K. – baixo, vocal de apoio
Pete Parada – bateria, percussão (faixas 4, 9, 11 e 12)
Josh Freese – bateria, percussão (faixas 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8 e 10)
Bob Rock - produtor
Ronnie King - teclados
Todd Morse - vocais de apoio
Gravadora: Columbia
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