Van Halen: Cada um puxando a sardinha para seu lado em 1981
Resenha - Fair Warning - Van Halen
Por Paulo Severo da Costa
Postado em 19 de junho de 2012
Nota: 10
Qual o limite da criatividade e da inovação, quando já se é mundialmente consagrado? Em 1981, o VAN HALEN já havia lançado seu debut homônimo (1978), "Van Halen II" (1979) e "Women and Children First" (1980), três álbuns que transformaram EDDIE VAN HALEN na maior referência da guitarra pós-HENDRIX e DAVID LEE ROTH em um dos maiores front leaders do showbiz mundial. A sensacional cozinha, composta por ALEX VAN HALEN e pelo apreciador de Jack Daniels MICHAEL ANTONY, completava a banda, descoberta por GENE SIMMONS anos antes na Sunset Strip, rua de L.A. que revelou de DOKKEN a QUIET RIOT, na virada dos nos 70 para os 80.
Mas ao contrário de bandas que sofriam da "síndrome do segundo álbum" o VAN HALEN continuava insistente em querer "mais e melhor". Seguindo a melhor tradição do LED dez anos antes, a banda continuava procurando inovar a cada disco - seja reciclando elementos já utilizados, seja absorvendo novas tendências, sem cair no modismo.
Produzidos mais uma vez por TED TEMPLEMAN, os californianos lançaram "Fair Warning" em abril de 81. Se os três primeiros discos possuíam uma orientação mais próxima, trazendo, como já foi dito por um crítico, "uma versão esportiva do LED ZEPPELIN", "Fair" inovou, trazendo elementos mais obscuros – cortesia, principalmente, da guitarra de EDDIE.
"Dirty Movies" abre com uma introdução totalmente atonal de EDDIE, desembocando em mais um de seus sensacionais riffs. Um detalhe curioso é a brincadeira- bem ao estilo festeiro da banda- no registro de uma "salva de palmas" no meio da música. Na sequência a introdução carregada de flanger - marca registrado do guitarrista - abre uma das melhores faixas da história do hard rock "Hear about you Later", na qual se pode ouvir um dos solos mais inspirados desde ERUPTION, registrada quatro anos antes.
Falando em clássico, "Mean Street" parece fazer uma reverência à entrada dos anos 80, cheia de backing vocals da melhor categoria, acompanhadas de um riff cheio de punch. Em termos de novidade, "Push Comes to Shove" vem como uma brincadeira com a disco music, assim como os STONES fizeram com "Miss You" anos antes, mostrando um groove monstro por parte da banda. Tome fôlego: "Sinners Swing" é, um heavy poderoso, cheio de punch e sem soar NWOBH. Não satisfeito, EDDIE recicla e turbina KEITH RICHARDS nos riffs poderosos de "Unchained" - o maior sucesso comercial desse disco.
Segundo consta, o disco foi produzido em uma época em que os embates entre o vocalista e o guitarrista se iniciam por divergências quanto aos rumos musicais da banda - ROTH procurava um som mais comercial e acessível, enquanto EDDIE procurava experimentações e novos sons. Talvez isso faça de "Fair Warning" um álbum clássico - um punhado de grandes canções no qual cada um "puxa a sardinha para o seu lado".
Track list:
1. "Mean Street"
2. "Dirty Movies"
3. "Sinner's Swing!"
4. "Hear About It Later"
5. "Unchained"
6. "Push Comes to Shove"
7. "So This is Love?"
8. "Sunday Afternoon in the Park"
9. "One Foot Out the Door"
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