Blaze Bayley: História de vida em forma de disco
Resenha - King of Metal - Blaze Bayley
Por João Renato Alves
Postado em 16 de março de 2012
Nota: 9 ![]()
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Quem não fez o pré-julgamento equivocado, pôde notar que Blaze Bayley manteve uma carreira-solo de altíssima qualidade desde que deixou o Iron Maiden. Atualizando o Heavy Metal tradicional nos primeiros discos e chegando a algo ainda mais agressivo nos mais recentes, o inglês desenvolveu um trabalho de respeito. Mesmo assim, o retorno comercial não foi nada satisfatório, o que causou vários problemas e culminou no desmanche da banda que gravou os dois últimos álbuns. O medo de sua pequena, porém fiel base de fãs, era que o vocalista acabasse seguindo o mesmo caminho de Paul Di’Anno, outro ex-cantor da Donzela de Ferro que leva sua carreira tocando músicas dos tempos ao lado de Steve Harris com pistoleiros de aluguel mundo afora.
Mas Blaze mostrou que desejava algo mais e ressurge com um novo play. The King Of Metal tem tudo para agradar seus ferrenhos admiradores. Retomando algumas características dos tempos de Silicon Messiah e Tenth Dimension, o disco mostra que ainda há o que ser dito no estilo. Sua voz continuará sendo questionada por quem nunca gostou, especialmente os que argumentam que "ela não é igual à de Bruce Dickinson", como se isso fosse necessário agora. Mas comparações acabam sendo grandes armadilhas e privam as pessoas de conhecer algo que poderiam realmente gostar.
A escolha da faixa-título para iniciar o play foi excelente, já que trata-se de uma música curta, rápida e direta, perfeita para a ocasião. "Dimebag", referência óbvia e explícita ao saudoso guitarrista do Pantera/Damageplan, resgata um pouco daquele clima de The X-Factor, enquanto "The Black Country" vem com aquela intro tipicamente britânica – e tem citação ao Brasil na letra. "The Rainbow Fades To Black" resgata a pegada oitentista, com um pique bem Heavy clássico. Aliás, nem poderia ser diferente em uma homenagem a Ronnie James Dio. Melhor, impossível.
Seguindo a mesma linha, "Fate" é um verdadeiro petardo, daquelas que a gente já fica imaginando como soará ao vivo, especialmente na paradinha com o "ôôôô". Uma bonita balada ao piano mostra outra faceta de Bayley em "One More Step", ago que vai surpreender muitos. Mas tudo volta ao normal em "Fighter", a mais longa, com seus sete minutos e mudanças de andamento sensacionais. A fulminante "Judge Me" não deixa o nível cair e soa como um verdadeiro chute em todos os programas enfrentados pelo vocalista nos últimos anos, em uma interpretação emocionada e que soa muito espontânea.
As duas que fecham o play não ficam atrás. "Difficult" remete aos melhores momentos da fase em que os discos eram assinados apenas como Blaze. Heavy Metal raçudo e com características facilmente reconhecíveis. Ligada a ela vem "Beginning", acústica e com um clima sombrio e melancólico que casou bem com o encerramento. Interessante ressaltar que em várias letras Blaze atua literalmente como um contador de histórias, oferecendo um testemunho de superação ao ouvinte. E o principal em trabalhos dessa espécie é que os fatos são relatados e musicados com total destreza, sem deixar que vire mera descrição.
Quem nunca o aprovou, seguirá jogando no mesmo time. Mas aqueles que conseguem prestar atenção sem preconceitos, reconhecerão mais uma vez a qualidade que já se tornou uma constante há tempos. A vida de Blaze Bayley não acabou e ganha nova força com mais um disco muito acima da média. O Rei do Metal? Claro que não. Mas uma figura que merece todo o respeito dos adeptos do estilo. Especialmente os que conseguem entender que há vida no estilo além do Iron Maiden.
Blaze Bayley (vocals)
Andy Neri (guitars)
Thomas Zwijsen (guitars)
Lehmann (bass)
Claudio Tirincanti (drums)
01. The King Of Metal
02. Dimebag
03. The Black Country
04. The Rainbow Fades To Black
05. Fate
06. One More Step
07. Fighter
08. Judge Me
09. Difficult
10. Beginning
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