Pepeu Gomes: O melhor do Rock Instrumental do Brasil
Resenha - Geração de Som - Pepeu Gomes
Por Wender Imperiano
Fonte: ironmanmusic.blogspot.com
Postado em 14 de julho de 2011
Nota: 8
Em 1977, com o fim do grupo Novos Baianos, Pepeu Gomes resolveu seguir sua carreira solo, lançando este disco que ora eu teço algumas palavras.
Geração de Som é um álbum em que Pepeu Gomes esbanja toda a sua criatividade, sendo livre para expor as suas ideias ao público. Público este diferente do Grupo Novos Baianos, uma vez que notamos um som calcado no Jazz Rock, porém com influências de outros ritmos que o Pepeu Gomes estudou ao longo da sua formação musical, tais como samba, frevo, choro e maracatu, e ainda, aprendendo também a tocar bandolim.
Com todo este ecletismo musical este disco é uma verdadeira aula de guitarra, além de uma demonstração da riqueza da música brasileira, (que muitos automaticamente remetem, em um primeiro momento, a ritmos como Axé, Pagode, Funk Carioca etc., esquecendo do outros ritmos mencionados acima, que embora não satisfaçam o gosto de uma grande maioria, são estilos musicais que merecem um pouco mais de respeito, uma vez, que ao meu ver, possui uma identidade muito marcante, mostrando, em dado momento, a cultura de determinada região do nosso país, que por sua vez é rico em cultura) tornando o disco bastante interessante de se ouvir.
Pepeu Gomes já tocou com diversas figuras da música brasileira, tais como Gilberto Gil, sua ex-esposa Baby Consuelo, seu ex-companheiro dos tempos do Novos Baianos Moraes Moreira, Ney Matogrosso, o grande Raul Seixas, Gal Costa etc.
Eu sei que listas de revistas muitas vezes não significam nada, mas em 1988, a revista americana Guitar World o considerou um dos melhores guitarristas do mundo, na categoria World Music. Ainda, em 1985, na primeira Edição do Rock in Rio, mesmo encontrando uma plateia hostil com a maior parte dos artistas brasileiros, Pepeu foi ovacionado e reconsagrado. Pepeu considera o Rock in Rio como um dos maiores momentos de sua carreira, e após o show foi cumprimentado por John Sykes, guitarrista do Whitesnake. Com isso, fica claro o reconhecimento que o cara é bom e merece todo o respeito como músico, e a sua obra não pode ser obscurecida por esta enchente incessante de discos com "conteúdo de plástico". Eis a minha humilde opinião.
Destacamos a belíssima música "Saudação Nagô", "Linda Cross", "Toninho Cerezo", a ótima "Malacaxeta", "Alto da Silveira" e "Flamenguista". Mas, vale lembrar que este disco merece a inteira audição repetidas vezes. E, ainda, aconselho àqueles que pouco conhecem o melhor da música do Nordeste Brasileiro a dar uma atenção especial a este disco. Eis um excelente disco para se deleitar com o melhor do Rock Experimental e Instrumental do Brasil.
Um salve à Música Brasileira! Um salve à Música Nordestina! Um salve à Cultura Nordestina!
PS: Quer ter riqueza cultural? Então, ouçam um nordestino, e não mate um. Entendeu o recado M.P? (Iniciais de uma "personalidade" que fez sucesso fazendo mau uso de uma rede social para diminuir o Nordestino, culpando este pela vitória da candidata Dilma Roussef. Bom, para um bom entendedor, somente as iniciais basta!)
Faixas:
01. Saudação Nagô
02. Fissura
03. Linda Cross
04. Belo Horizonte
05. Odette
06. Toninho Cerezo
07. Malacaxeta
08. Alto da Silveira
09. Didilhando
10. Tambaú
11. Buchinha
12. Flamenguista
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