Arch Enemy: sem inspiração e refém do estilo que construiu
Resenha - Khaos Legions - Arch Enemy
Por Ricardo Seelig
Postado em 24 de maio de 2011
Nota: 5
"Khaos Legions", oitavo álbum do Arch Enemy, traz a banda dos irmãos Michael e Christopher Amott em uma encruzilhada. Apesar de alguns momentos que valem a pena, no geral o disco mostra o grupo sem inspiração e refém do estilo que construiu.
Produzido pela própria banda e por Rickard Bengtsson – o mesmo de "Doomsday Machine", de 2005 -, "Khaos Legions" é o primeiro trabalho de inéditas do Arch Enemy desde "Rise of the Tyrant", de 2007. Ou seja, após quatro anos de silêncio – período no qual a banda lançou o ao vivo "Tyrants of the Rising Sun: Live in Japan" (2008) e o disco de regravações "The Root of All Evil" (2009) -, esperava-se algo matador, o que, infelizmente, não acontece.
O vocal de Angela Gossow, que ao ingressar no grupo apontou os holofotes sobre a banda – afinal, continua não sendo nada comum um grupo de metal extremo contar com vocais femininos -, deixou há muito tempo de ser uma mera característica diferente e que despertava a curiosidade, alcançando reconhecimento da crítica especializada e dos fãs. Porém, a performance de Angela é justamente um dos pontos fracos de "Khaos Legions", com linhas repetitivas e apagadas que, na maioria das vezes, servem apenas para ocupar espaço entre os riffs e solos de Michal e Christopher.
Como de costume, as guitarras são o destaque principal. Os riffs trazem melodias marcantes em profusão, enquanto os solos demonstram, mais uma vez, o quanto os irmãos Amott estão alguns níveis acima da grande maioria.
Após uma pequena introdução, a já conhecida "Yesterday is Dead and Gone", primeiro single, abre os trabalhos de maneira convincente. "Bloodstained Cross" vem na sequência e entrega boas melodias de guitarra, enquanto "Under Black Flags We March" traz a banda tentando sair de sua zona de conforto. Outros bons momentos acontecem em "Vengeance is Mine" e "Cruelty Without Beauty", essa última com a melhor performance vocal do disco.
Do outro lado da moeda, temos faixas que vão do nada para lugar nenhum. O maior exemplo é "No Gods, No Master", dona de uma melodia pop que soa mais pesada devido ao vocal gutural, mas na verdade é uma composição fraca e repetiviva, que coloca na roda todas as fórmulas utilizada pelo Arch Enemy em discos anteriores com um brilhantismo muito maior – até a 'paradinha climática' entra no jogo, pra vocês terem uma ideia. Só para citar mais uma, "Secrets" é outra com momentos constrangedores, com uma melodia de guitarra totalmente derivativa e digna de vergonha alheia.
Fechando o play, uma regravação para a clássica "The Zoo" do Scorpions, que apesar da bem-vinda dose extra de peso ficou totalmente deslocada na voz de Angela Gossow.
"Khaos Legions" transmite uma sensação de vazio para o ouvinte, e ainda que conte com alguns raros lampejos isolados, não acrescenta nada à carreira do Arch Enemy. Resumindo: um disco decepcionante, fraco e que passa batido na até então consistente discografia do grupo.
Faixas:
1 Khaos Overture (Instrumental)
2 Yesterday Is Dead and Gone
3 Bloodstained Cross
4 Under Black Flags We March
5 No Gods, No Masters
6 City of the Dead
7 Through the Eyes of a Raven
8 Cruelty Without Beauty
9 We Are a Godless Entity (Instrumental)
10 Cult of Chaos
11 Thorns in My Flesh
12 Turn to Dust (Instrumental)
13 Vengeance Is Mine
14 Secrets
15 The Zoo
16 Snow Bound (Acoustic)
Outras resenhas de Khaos Legions - Arch Enemy
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps