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Muse: Uma obra-prima para os apreciadores do estilo!

Resenha - HAARP - Muse

Por Afonso Viana
Postado em 26 de fevereiro de 2011

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Se você é fã de rock alternativo e de um som mais moderno, eis um álbum que não pode de maneira alguma faltar em sua prateleira, tanto a versão em CD quanto o DVD: "HAARP", da banda britânica Muse, lançado em 2008 e gravado entre 16 e 17 de junho de 2007 no celebre Wembley, o estádio londrino, com a presença de 180 mil pessoas. É uma verdadeira obra-prima para os apreciadores do estilo!

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Contando com os geniais Matthew Bellamy (vocal/guitarra/piano), Christopher Wolstenholme (baixo) e Dominic Howard (bateria), além dos músicos convidados, Morgan Nicholls (teclado/outros) e Dan Newell (trompete), o que vemos aqui é um verdadeiro espetáculo, que nos faz compreender porque Muse vem sendo escolhido como uma das bandas que proporciona os melhores shows.

Bellamy escolheu o título do álbum referente às famosas antenas construídas pelos norte-americanos no Alasca, que possuem o mesmo nome, HAARP (High Frequency Active Auroral Research Program), cujo o proposito é melhorar os sistemas de comunicação, mas é alvo de muitas especulações por parte dos conspiradores, grupo do qual o vocalista é muito conhecido por fazer parte. E para adaptar tudo ao tema, o palco possui uma estrutura que reproduz as enormes antenas sobre o palco. Verdadeiramente incrível!

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E para o setlist, foram escolhidos, como de costume no universo da música, os sons de maior sucesso da carreira da banda, o que fez ele se concentrar muito no último álbum lançado até então, o "Black Holes And Revelations", o grande responsável por trazer os britânicos aos grandes holofotes. Percebe-se também que quando o set foi feito, a banda estava sendo muito inspirada pelo Rage Against The Machine, e logo será visto o motivo.

Para a abertura, enquanto a banda segue para o palco, é tocada "Dance Of The Knights", do compositor clássico Sergei Prokofiev, que no álbum recebeu o simples título de "Intro". Não é espantoso isso, uma vez que todos os fãs sabem que Muse é fortemente inspirado pela música clássica. E assim que o playback termina e os músicos pegam seus instrumentos, algumas notas são tocadas em referencia a "Close Encounters Of The Third Kind", de John Williams, e então "Knights Of Cydonia" inicia-se, com direito a plateia acompanhando seu riff inicial de guitarra. Neste mesmo riff vemos que é realmente impressionante o quão agudo a voz de Bellamy é capaz de ficar! A música segue com toda a sua força, e para aqueles que acham que Muse é uma banda "levinha", nesta faixa já percebemos que não é bem assim. Ela termina já dando vazão à próxima, "Hysteria", que começa com seu espetacular riff de baixo. Notável como, apesar de ser apenas a segunda música, eles já estão botando a casa abaixo! Ao seu fim, Bellamy muda o efeito na guitarra e eles iniciam a famosa, talvez até "modinha", "Supermassive Black Holes". É impressionante a quantidade de efeitos utilizados nela, a começar pelo baixo, com um timbre bem diferente, passando pelas vozes carregadas de efeitos e principalmente a guitarra, que no solo faz uso do Kaoss Pad, uma tela touch screen acoplada ao instrumento, capaz de gerar sons realmente diferentes. Apenas ouvindo para saber o que tal aparelho é capaz de fazer.

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"Map Of The Problematique", que vem a seguir, mostra mais uma vez efeitos espetaculares na guitarra, adquiridos através de diversos aparelhos, como pedais de pitch e sequenciadores. Mais uma vez, realmente impressionante. Sem contar que a música tem um estilo completamente dançante e divertido, sendo que não seria espanto vê-la em uma danceteria, e ao mesmo tempo tenso e pesado.

E ao seu fim, eis a primeira referencia ao RATM antes citada: eles emendam "Maggie’s Farm", do Bob Dylan, mas na versão do Rage, colocando ainda sua cara própria. O que vemos ao fim é pura pancadaria! "Butterflies & Hurricanes" vem em seguida, em uma versão diferente da vista no estúdio, onde encaixaram a guitarra, e ela acabou ganhando mais peso, além de um solo do instrumento, antecedendo o break aonde Matt vai para o piano para tocar o incrível solo, que acabou também ganhando leves modificações. Voltando para a guitarra, a música se encerra, e então guitarrista faz uma espetacular exibição de bom gosto usando o slide no que se torna "Invicible", outro famoso single da banda. Destaque para a sua performance na música inteira, que conta com um solo fantástico, com tappings realmente complexos.

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"Starlight" começa a seguir, para o êxtase de toda a plateia, que acompanha com palmas, além do coro, o que da um efeito realmente belo para a canção, que originalmente já é muito bonita. A próxima tem como destaque o efeito do baixo, além de contar com mais uma vez o coro da plateia. A música é "Time Is Running Out". Ao fim, o vocalista mais uma vez vai para o piano e inicia "New Born", para mais um delírio completo da plateia, que canta em uníssono. Muita pancadaria vem após a introdução, e o famoso riff da música é tocado, mostrando que Matt é realmente um "riff maker"! Além disso, outro solo extremamente complexo é executado nela.

E mais uma vez temos RATM ao fim, e desta vez é "Microphone Fiend", além de "School Boy Crush", do Avarege White Band, o que se mistura em mais uma verdadeira porrada, tirando de vez toda e qualquer ideia de que Muse é uma banda leve! Mas acho que até eles concordaram que foi tão violenta a passagem, que decidiram em seguida trazer algo mais calmo, e bem antigo inclusive: "Unintended", do primeiro álbum da banda, que tem uma nova roupagem na introdução, mas mantem-se belíssima.

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Mas a parte calma dura pouco, e na próxima faixa temos a espetacular "Micro Cuts", que faz ficarmos de boca aberta mais uma vez com o quão agudo o agudo a voz de Bellamy fica em seus famosos falsetes! E esta já emenda-se com a próxima, outra de muito peso: "Stockholm Syndrome", que ficou também incrível, ainda mais quando se uniu com outro som do Rage (não disse que a banda de De La Rocha inspirou muito os britânicos!?), "Township Rebellion", além da "Endless, Nameless" do Nirvana, resultando em mais, e muito mais, pancadaria!

Para fechar o magnífico álbum temos "Take A Bow", que junta elementos eletrônicos com muito caos nos instrumentos, além da letra com uma crítica fortíssima. Não poderia ter sido um fechamento melhor para o show, que realmente deixa um gosto de "não quero que acabe nunca!". E isso para quem está apenas ouvindo, então imagine para quem estava presente!…

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Vale destacar que um grande marco dos shows do Muse é a parte visual, logo o DVD se torna recomendadíssimo, salientando ainda que ele possui algumas outras músicas. Acho que o único fato que pode ser visto realmente como ruim é que houve muitas músicas tocadas no show que não foram lançadas, nem no DVD, nem no CD. Mas aqueles que desejarem mais, podem sempre fazer uma busca, e facilmente achar faixas como "City Of Delusion" e "Endlessly", que também foram tocadas.

Para qualquer apreciador da banda, este álbum pode ser considerando, no sentido literal da palavra, perfeito! Ele nos deixa sedentos por uma apresentação do Muse em nossas terras!

Faixas:
01 – Intro
02 – Knights Of Cydonia
03 – Hysteria
04 – Supermassive Black Holes
05 – Map Of The Problematique
06 – Butterflies & Hurricanes
07 – Invicible
08 – Starlight
09 – Time Is Running Out
10 – New Born
11 – Unintended
12 – Micro Cuts
13 – Stockholm Syndrome
14 – Take A Bow

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Gravadora(s):
Warner, A&E Records, Helium 3, Atco Records

Publicado originalmente em http://musicisthedoctor.tumblr.com/

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