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Kamelot: sem viver sobre a sombra de seu passado

Resenha - Ghost Opera - Kamelot

Por Carlos Eduardo Garrido
Fonte: From Here to Eternity
Postado em 08 de julho de 2009

Nota: 10 starstarstarstarstarstarstarstarstarstar

Muitas bandas atingem o ápice de suas carreiras logo nos primeiros álbuns lançados, o que as obriga involuntariamente a viverem sob a sombra de seu passado. O Kamelot pode-se orgulhar de não fazer parte desta casta, pois a cada novo álbum o grupo demonstra uma evolução sonora. Desde que o vocalista norueguês Roy Kahn se juntou aos estadunidenses em 1998 para a gravação de "Siége Perilous", segundo álbum da banda, as composições só evoluíram. Sempre que se achava que tinham chegado ao topo mais alto, eles se superavam no lançamento seguinte. Foi assim desde "The Fourth Legacy" (1999), que foi superado por "Karma" (2001), que foi batido de longe por "Epica" (2003), que por sua vez, foi extrapolado pelo sensacional "The Black Halo" (2005).

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A cada novo lançamento, a missão do Kamelot de melhorar sua sonoridade vem ficando cada vez mais árdua. Superar o típico e bem trabalhado metal melódico dos primeiros álbuns era uma coisa. Agora, exceder o nível magistral das composições de "Epica" e "The Black Halo" é algo totalmente diferente. Nestes discos, principalmente no último, a banda ditou novos rumos para seu Heavy Metal com toques sinfônicos, se distanciando da mesmice e falta de criatividade que assombram o estilo. O grupo alcançou um nível de composição pouco visto no cenário metálico atual. Suas músicas têm o peso do metal, mas também ganham dramaticidade com os bem construídos arranjos sinfônicos e o vocal esplêndido de Khan, que com sua técnica apurada cada vez mais aposta na interpretação. Aliás, o vocalista é uma peça fundamental para a sonoridade da banda, sua bela voz pode arrancar lágrimas dos mais emotivos, mas também pode soar agressiva e causar medo, tamanha sua versatilidade.

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Dizer que "Ghost Opera" supera "The Black Halo", pode ser exagero. Mas com certeza mantém o mesmo nível. Mostrando que a banda caminha a passos largos para o topo do Metal no século XXI. O novo álbum mantém as mesmas características de seu antecessor, porém, sem soar repetitivo. O disco tem identidade própria e isso fica evidente ao decorrer das onze faixas que o compõem.

Destacar alguma música é uma tarefa que demanda cautela e certo risco, pois todas estão no mesmo patamar de qualidade. Mas ousaria destacar "Rule the World", que abre o disco de forma arrebatadora, após o prelúdio "Solitarie" com seus belos acordes de violino. A faixa de abertura tem um belo trabalho instrumental, contrapondo de forma única o peso do metal com a suavidade das melodias sinfônicas. O que ocorre na maioria das músicas do álbum e saber usar esse artifício de forma tão criativa e primorosa é um dos grandes trunfos do Kamelot.

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Outra peculiaridade do grupo são os refrões de fácil assimilação, mas que não soam forçados, como é demonstrado nas pesadas "Up Through The Ashes " e "Blücher", que tem a participação de Simone Simmons. Já "Silence of the Darkness" tem belo trabalho de guitarras e bastante velocidade aproximando a banda do velho metal melódico praticado nos primeiros álbuns. Enquanto que "Love You to Death" com a participação de Amanda Sommerville e "Anthem" representam os momentos mais calmos do álbum, sendo duas lindas baladas, que evidenciam a beleza da voz de Khan.

Porém, não posso terminar essa resenha sem falar da grandiosa faixa-título, talvez a melhor de um álbum repleto de boas músicas. "Ghost Opera" possui grande trabalho de guitarra, baixo e bateria, além de grande interpretação vocal. Ela consegue ser pesada, agressiva, rápida e ao mesmo tempo bela e suave. Como isso é possível? Pergunte ao Kamelot.

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Line-Up:
Roy Khan - Vocal
Thomas Youngblood - Guitarra
Glenn Barry - Baixa
Casey Grillo - Bateria
Oliver Palotai – Teclado

Tracklist:
1. Solitaire
2. Rule The World
3. Ghost Opera
4. The Human Stain
5. Blücher
6. Love You To Death
7. Up Through The Ashes
8. Mourning Star
9. Silence Of The Darkness
10. Anthem
11. EdenEcho

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Sobre Carlos Eduardo Garrido

Jornalista formado. Descobriu o Heavy Metal aos 15 anos de idade e desde então, não vive mais sem esse estilo de música. Suas bandas preferidas são Metallica, Iron Maiden, Savatage, Angra, Blind Guardian, dentre muitas outras. Através do jornalismo conseguiu unir suas duas paixões: escrita e música. Além de colaborar com o Whiplash, mantém o blog ociocomcafe.blogspot.com.
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