Asia: a mesma mistura de pop, progressivo e rock de arena
Resenha - Phoenix - Asia
Por Rodrigo Simas
Postado em 20 de fevereiro de 2009
Nota: 7
O supergrupo lançou seu debut em 1982 e, emplacando três fortes singles nas paradas americas ("Heat of the Moment", "Only Time Will Tell" e "Sole Survivor"), foi a banda que mais vendeu álbuns naquele ano.
Com 15 milhões de cópias vendidas pelo mundo, mais de 25 anos se passaram e o Asia voltou à ativa com "Phoenix". Um título nada original, principalmente porque parece que o tempo não passou para o grupo: para a alegria dos saudosistas eles conseguiram reproduzir exatamente o mesmo som de sua estréia.
Com a formação original reunida: ninguém menos que Steve Howe (guitarra - Yes), Carl Palmer (bateria - ELP), John Wetton (baixo e voz - King Crimson, Wishbone Ash, entre outras) e Geoff Downes (teclados - Yes) - todos lendas vivas da música - o Asia apostou na mesma mistura de pop, progressivo e rock de arena que o consagrou na década de 80. Com arranjos pomposos, muitos teclados e refrãos grudentos, as músicas miram direto em seu público alvo: se não acertam em cheio, erram por muito pouco.
Os músicos, com raras exceções e poucos solos (ainda mais se pensarmos em quem são eles), trabalham mais em função das composições e não se preocupam em destaques individuais. Além do instrumental, extravagante, mas sem partes longas e complexas, o destaque óbvio fica por conta de John Wetton, que parece estar em seu auge e, mesmo depois de tanto tempo, mostra que mantém sua garganta em forma, cantando e interpretando de forma excepcional músicas como "Never Again", "Heroine" e "I Will Remember You".
O maior problema é que dificilmente quem não está familiarizado com o som do Asia vai conseguir digerir as baladas melosas que surgem aos montes no decorrer das 12 faixas (mais uma bônus) de "Phoenix". Andando na linha tênue que separa o belo do brega, eles podem soar piegas e fora do contexto, mas os fãs vão adorar e aprovar.
É o dilema de uma banda que não precisa provar nada para ninguém, mas ressurgiu em um tempo que pode contribuir para seu fracasso – já que um dos objetivos do projeto é claramente comercial, pelas próprias composições e direcionamento. Se lançado em 1984, venderia mais 3 milhões de cópias: hoje só o tempo vai dizer.
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