Shaman: mais que gritos agudos e solos intermináveis
Resenha - Immortal - Shaman
Por Giorgio Moraes
Postado em 26 de janeiro de 2009
Quando peguei esse CD, pensei cá com meus botões: "Mais uma banda de Metal, com suas brigas de ego que ficam claras a cada faixa". Levei a "bolacha" pra casa, sentei no sofá e suspirei fundo. Eu estava pronto para ser lançado em um universo de gritos agudos e solos intermináveis de guitarra. Quando botei "Immortal" pra rodar, entretanto, fui apresentado a algo bem diferente do que imaginei.
Ricardo Confessori, baterista e fundador da banda em 2000, comanda uma "trupe" azeitada. Destaco, com honrarias de chefe de estado, o vocal de Thiago Bianchi, que vai do extremo - em "Tribal by Blood" - ao doce - na faixa "One Life". Além disso, o rapaz ainda assina a produção, a mixagem e a composição das letras, numa rara postura para um vocalista de Metal (quase sempre impávidos e isolados em suas "bolhas de superioridade").
Outro ponto positivo, a meu ver, é o fato de manterem apenas um guitarrista, Leo Mancini. Isso ajuda a manter um timbre próprio, bem peculiar, que caracteriza a banda. E Mancini não deixa a peteca cair, criando bases grudentas, como em "Inside Chains", mas nunca abusando dos solos. Isso se chama feeling, senhoras e senhores: a arte de saber onde cada parte se encaixa. E isso, infelizmente, é para poucos.
Ainda no quesito produção, é extremamente necessário citar que "Immortal" é Made in Brazil até os ossos: gravado, mixado e masterizado em São Paulo; a belíssima parte gráfica ficou a cargo de Rodrigo Cruz, do SCstudio; além da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, que dá o ar da graça na faixa de introdução, "Rennovatti", além de criar climas interessantes ao longo do trabalho. A qualidade dessa junção de fatores com certeza fechará a boca de muitos inimigos da produção nacional. A única parte que veio de fora foi um cântico indígena gravado numa tribo do Equador. O dialeto aparece na competente faixa-título.
Para fechar com chave de ouro, o Shaman te joga no meio de uma floresta na faixa "The Yellow Brick Road". E quem chega até aqui, como eu cheguei, passa a enxergar no escuro.
E antes que alguém pergunte pela nota, eu digo: nota 10.
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