Resenha - Shock Tactics - Samson
Por Luis Wasques
Postado em 04 de fevereiro de 2007
Nota: 9
O NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal) foi talvez o movimento mais importante para a sedimentação e popularização do Heavy Metal em todo o mundo, a partir dos anos 80. Em meio à febre punk, grupos de metal remodelavam o conceito de rock pesado, até então representado por bandas como Deep Purple, Led Zeppelin e Black Sabbath.
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Neste contexto, é lançado em 1981 o álbum "Shock Tactics", terceiro trabalho da banda Samson que revelaria ao mundo nada mais nada menos do que Bruce Dickinson (Bruce Bruce). O vocalista, que encontraria a glória no Iron Maiden alguns anos depois, daria também sua última contribuição em álbuns de estúdio com o Samson. Mas basta colocar a primeira faixa pra rolar para perceber que a banda estava em sua melhor fase e tinha qualidade suficiente para se equiparar aos maiores nomes do gênero. "Riding with the Angels" é uma pérola do Heavy Metal e com seu riff certeiro e linhas vocais pra lá de furiosas de Mr. Bruce; figura entre as melhores músicas de toda a carreira do Samson, sem sombra de dúvida.
Após uma abertura fantástica, "Earth Mother" mantém o padrão de qualidade evidenciando as influências progressivas da banda. Agora, é impossível ouvir "Nice Girl" e não lembrar imediatamente do Deep Purple. O Samson bebia nas melhores fontes e nessa música Bruce Dickinson encarna Ian Gillan de forma surpreendente. "Blood Lust" apresenta uma levada mais arrastada e sombria. Nesta faixa, o guitarrista e fundador da banda Paul Samson deixa transparecer todo seu talento que, se não era baseado em um nível técnico tão elevado, mostrava um feeling cativante.
Já "Go to Hell" evidencia o trabalho no comando das baquetas do lendário Thunderstick, o baterista mascarado. "Bright Lights" é um rock´n roll bem "esperto" que flerta de maneira bem remota com aquele rockabilly dos anos 50. Bruce alcança agudos incríveis nesta música no vigor de seus 22 anos. Na seqüência, "Once Bitten" figura como a faixa mais fraca do disco. Mesmo assim não chega a ser ruim, porém seu problema é estar em um álbum acima da média.
Em "Grime Crime" a banda faz um som bastante influenciado pelo rock setentista e o destaque é o refrão "berrado" ao melhor estilo Bruce. Após oito faixas de porrada, "Shock Tactics" guarda para seu desfecho uma saideira de emocionar o mais radical dos headbangers. "Communion" é uma balada com clima de despedida que parecia prever o destino de um certo front-man que ali se desenvolvia. Belíssima música com um toque progressivo e um trabalho de guitarras acústicas notável.
"Shock Tactics" ainda renderia o disco ao vivo "Live at Reading" bastante aclamado pelos fãs. Porém, o Samson sempre foi conhecido mais por ser o grupo de origem de Bruce Dickinson e nunca alçou vôos mais altos. Uma pena. Tratava-se de uma banda que possuía um potencial enorme para se tornar grande mas que teve o azar de perder um elemento importante de sua formação em uma época crucial. O Iron Maiden que o diga....
"Shock Tactics""
1. Riding With The Angels
2. Earth Mother
3. Nice Girl
4. Blood Lust
5. Go To Hell
6. Bright Lights
7. Once Bitten
8. Grime Crime
9. Communion
Bruce Bruce (Dickinson) - vocais
Paul Samson - guitarras
Chris Aylmer - baixo
Thunderstick - bateria
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