Resenha - Honky - Keith Emerson
Por Rodrigo Werneck
Postado em 13 de junho de 2006
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Um projeto sempre adiado pelo tecladista Keith Emerson foi o seu primeiro disco solo. Sempre que pensava em algo do tipo, sua gravadora propunha que ele chamasse seus companheiros Greg Lake e Carl Palmer para gravar junto (e colocava uma grana pesada), e acabava virando um projeto da banda. Mas, após o fim do ELP em 1979 e com sua mudança para as Bahamas, ele acabou encontrando o momento ideal para isso e gravou "Honky", sendo agora finalmente lançado em formato CD pela Sanctuary Records com distribuição mundial.

Após anos muito intensos junto às bandas The Nice (na segunda metade dos anos 60) e Emerson Lake & Palmer (durante toda a década de 70), Keith Emerson se mudou com a família para Nassau, nas Bahamas, para merecidas férias. Nesse período, despojado de quaisquer pressões de qualquer tipo, Emerson costumava passar os dias pescando, andando de lancha, surfando, esquiando, etc. De vez em quando, passava um tempo no piano e outros teclados variados, compondo algum material para futuros projetos.
Foi nessa época que Emerson finalmente conseguiu gravar seu tão aguardado disco solo, chamado singelamente de "Honky" em virtude de um apelido seu, oriundo de seu hit single "Honky Tonk Train Blues".
Cercado pelo seu arsenal de teclas, nominalmente um órgão Hammond, pianos Steinway e Yamaha, os clássicos sintetizadores analógicos da Moog (Modular Moog, Minimoog, etc.), e os – na época – novos sintetizadores digitais da Korg (3100, 3300) e da Yamaha (CP30), Emerson foi auxiliado por músicos desconhecidos, porém competentes: Kendal Stubbs no baixo, Neil Symonette e Frank Scully na bateria, mais participações de Mott na guitarra, e Andrew Brennen Dick Morrisey e Pete King nos saxofones.
O material é bastante eclético, dando uma amostra de tudo o que Keith já havia feito nos anos anteriores. A abertura do disco fica por conta de uma suíte progressiva dividida em 3 partes, "Hello Sailor". Nela, Emerson inclui um interlúdio no piano solo, como sempre brilhante, e termina no melhor estilo do ELP, um prog rock visceral. "Salt Cay" segue na mesma linha, mantendo o alto nível do disco. A sonoridade até aqui lembra muito o último disco do ELP, "Love Beach", que apesar de todos seus detratores, é um excelente trabalho (a péssima capa e o ridículo título do disco, escolhas da gravadora à revelia da banda, contribuíram muito para o seu não merecido insucesso).
"Big Horn Breakdown", do mesmo autor de "Barrelhouse Shakedown" (Billy Taylor) e "Yancey Special", do mesmo autor de "Honky Tonk Train Blues" (Meade (Lux) Lewis), nos remetem logicamente aos tempos do disco "Works Volume 2", também do ELP, com influências do jazz tradicional e do piano ao melhor estilo "ragtime".
As influências caribenhas se mostram, de forma sutil, em faixas como "Rum-A-Ting" e "Jesus Loves Me", embora a assinatura de Emerson e sua tão característica sonoridade pilotando a tecladeira à sua disposição, estejam claramente lá. O que fica patente é o clima de felicidade e bom humor com o qual o disco foi gravado, um retrato do bom momento passado pelo tecladista na época, sem as pressões que recaíam sobre uma superbanda como o ELP.
O encarte inclui excelente texto de Jerry Ewing, da revista Classic Rock inglesa, que narra de forma bastante elucidativa todo o processo de produção da obra em questão. Além disso, várias fotos de Emerson nas Bahamas, com sua família e amigos, ensaiando e compondo, dão uma boa idéia do clima no qual se realizaram as gravações.
Recomendado aos fãs de boa música desprovida de rótulos e preconceitos!
Tracklist:
1. Hello Sailor (8:49)
a. Hello Sailor Intro (1:59)
b. Bach Before The Mast (2:19)
c. Hello Sailor Finale (4:31)
2. Salt Cay (4:58)
3. Green Ice (6:16)
4. Intro-Juicing (0:25)
5. Big Horn Breakdown (2:11)
6. Yancey Special (4:30)
7. Rum-A-Ting (5:09)
8. Chickcharnie (6:20)
9. Jesus Loves Me (5:04)
Site oficial: http://www.keithemerson.com
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os melhores guitarristas da atualidade, segundo Regis Tadeu (inclui brasileiro)
AC/DC confirma show único no Brasil em São Paulo para fevereiro
O disco do Metallica que para James Hetfield ainda não foi compreendido; "vai chegar a hora"
Show do AC/DC em São Paulo será realizado no MorumBIS; Pretty Reckless fará a abertura
Como uma música completamente flopada me apresentou a uma das bandas do meu coração
Greyson Nekrutman mostra seu talento em medley de "Chaos A.D.", clássico do Sepultura
Como era sugestão de Steve Harris para arte de "Powerslave" e por que foi rejeitada?
As duas bandas que atrapalharam o sucesso do Iron Maiden nos anos oitenta
As músicas do Iron Maiden que Dave Murray não gosta: "Poderia ter soado melhor"
"Guitarra Verde" - um olhar sobre a Fender Stratocaster de Edgard Scandurra
A banda brasileira que está seguindo passos de Angra e Sepultura, segundo produtor
Mais um show do Guns N' Roses no Brasil - e a prova de que a nostalgia ainda segue em alta
O artista que Neil Peart se orgulhava de ter inspirado
A banda que Dave Grohl acha "indiscutivelmente a mais influente" de sua geração
Ramones e a complexidade técnica por trás da sua estética
Nicko McBrain cogitou deixar o Iron Maiden quando soube do retorno de Adrian Smith
O dia que hospital dos EUA julgou que RPM não tinha grana e Paulo Ricardo mostrou fortuna
O riff que foi o maior do Led Zeppelin, foi justamente o único que não foi de Jimmy Page

Svnth - Uma viagem diametral por extremos musicais e seus intermédios
Em "Chosen", Glenn Hughes anota outro bom disco no currículo e dá aula de hard rock
Ànv (Eluveitie) - Entre a tradição celta e o metal moderno
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Soulfly: a chama ainda queima
Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto



