Resenha - Burn - Deep Purple
Por Valmor José Pedretti Júnior
Postado em 14 de maio de 2000
Em 1973, no auge de sua mais clássica formação, o Deep Purple surpreende seus fãs com a partida dos dois membros que ajudaram a consolidar este sucesso: Ian Gillan (vocais) e Roger Glover (baixo). Estes haviam substituído, respectivamente, Rod Evans e Nick Simper alguns anos antes e trouxeram o Purple ao seu novo e marcante estilo de fazer rock. A banda precisava de substitutos à altura, e o primeiro a ser recrutado foi o baixista Glenn Hughes, do Trapeze. Hughes tinha ainda como vantagem, além de seu groove influenciado pelo soul, poderosos vocais. Mas o DP não estava pronto para um vocalista/baixista, e para o posto de frontman foi encontrado (através de uma demo tape) um novato de nome David Coverdale.

Com o grupo restabelecido, eles viajam para a mística cidade de Montreux, na Suíça, e gravam este clássico do rock no mês de novembro do ano de 1973. E de fato, a mudança no line-up não foi nada burocrática, trazendo profundas transformações no som do Purple. O álbum abre magistralmente com a canção-título, que na minha humilde opinião se trata da maior criação do grupo. "Burn" tem um riff poderoso, uma pegada incessante, dois solos lindos e um show de bateria do mestre Ian Paice, que inova ao tocar uma espécie de solo no trecho que contém os versos. Além disso, Coverdale e Hughes dividem os vocais, e ao vivo temos este último abusando fantasticamente do berreiro.
Em seguida chega o primeiro single "Might Just Take Your Life", uma contagiante canção onde o teclado de Jon Lord ganha mais espaço e mais uma vez contamos com o dueto vocal (Hughes chega a fazer dueto com si mesmo, empregando entonações diferentes e alternadas na suas partes). "Lay Down, Stay Down" é uma canção frenética, com Ian Paice saindo do sério outra vez. Como sempre um riff de guitarra bem sacado do mestre Ritchie Blackmore. "Sail Away" baixa um pouco a bola, numa canção com um vocal sem a exaltação das anteriores, mas muito bem colocado. "You Fool No One" tornou-se importante pela sua participação no set ao vivo, onde passava a ter mais de 15 minutos ao incluir solos de teclado e guitarra, mais o solo de bateria de Ian Paice, que abre a música com uma inconfundível levada no cowbell. "What's Goin' On Here" é um blues irreverente que tem as frases todas alternadas entre os dois vocalistas. A sétima canção, "Mistreated", é o momento de David Coverdale brilhar. Tornou-se extremamente performática ao vivo, com a interpretação cheia de sentimento do vocalista. Um blues-rock cheio de paradas e um solo simples, porém preciso de Blackmore. O disco fecha com uma instrumental, "A 200", que conta com algumas viagens de teclados e uma levada de marcha.
No ano de seu lançamento, o Deep Purple faria uma de suas apresentações mais memoráveis, para o programa de TV ABC in Concert. Registrado no disco "California Jam 1974", ficou marcado pelo trecho final do show, quando Ritchie Blackmore, irritado com os produtores do concerto, destrói sua Fender Stratocaster golpeando uma das câmeras da emissora. Essa formação do Purple costuma dividir alguns fãs. Muitos não apreciaram o direcionamento funk/soul que seria tomado nos anos seguintes, até a (provisória) dissolução do grupo em 77. Deste rompimento surgem novos grupos, de importância inegável, como o Rainbow de Blackmore e o Whitesnake de Coverdale. Mas a maioria dos fãs é simpatizante desta fase diferente, porém sempre criativa de uma das maiores bandas da história do rock.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Megadeth anuncia mais datas da turnê de despedida
"Estou muito feliz pela banda e por tudo que conquistamos", afirma Fabio Lione
Os cinco maiores guitarristas de todos os tempos para Neil Young
Bruno Sutter aposta alto e aluga o Carioca Club para celebrar 50 anos de Iron Maiden em São Paulo
A melhor banda ao vivo de todos os tempos, segundo o lendário Joey Ramone
"Fade to Black" causou revolta na comunidade do metal, segundo Lars Ulrich
Sweden Rock Festival anuncia line-up com Iron Maiden e Volbeat entre os headliners
Os dois guitarristas que são melhores que Ritchie Blackmore, de acordo com Glenn Hughes
A música inspirada em Soundgarden que virou um hit do Metallica - não é "Enter Sandman"
A banda que enche estádios, mas para Roger Waters seus shows são "uma piada"
A maior canção já escrita de todos os tempos, segundo o lendário Bob Dylan
Os quatro clássicos pesados que já encheram o saco (mas merecem segunda chance)
Fernanda Lira desabafa sobre ódio online e autenticidade: "não sou essa pessoa horrível"
Por que o Genesis nunca deve se reunir com Peter Gabriel, segundo Phil Collins
As cinco melhores bandas brasileiras da história, segundo Regis Tadeu
Glenn Hughes celebra 28 anos de sobriedade; "Pela graça de Deus, estou vivendo uma vida limpa"
A banda que Ritchie Blackmore se envergonha de ter feito parte; "Você aprende com os erros"
As maldades que os fãs fizeram com Steve Morse no Deep Purple, segundo o próprio
Deep Purple continuará "até onde a dignidade humana permitir", declara Ian Gillan
Plantão Médico Deep Purple: 6 membros atuais e antigos que convivem com problemas de saúde
O guitarrista que Mick Jagger elogiou, e depois se arrependeu
Esposa e filho homenageiam David Coverdale após anúncio de aposentadoria


