Resenha - Fireworks - Angra
Por Maurício Gomes Angelo
Postado em 15 de setembro de 2003
Nota: 10 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Fraco. Insosso. Irregular. Desprezível. Medonho. Eu não sei como um ser humano em são estado de consciência e com todos os seus sentidos em perfeito estado pode proferir essas palavras a respeito do álbum "Fireworks". Sem as firulas, a leveza e batucadas do seu antecessor ("Holy Land"), este cd se mostra muito mais conciso.
A opção da banda fica clara logo ao se apertar "play". Este é o único cd do Angra (até agora) que não possui uma introdução. É o mesmo Angra melódico e com influências clássicas de antes, mas muito mais direto, preciso, pesado e arrebatador.
Só para começar, "Fireworks" tem o melhor trabalho de guitarras de todos os cds do Angra. Solos inimagináveis de serem alcançados por mãos humanas e muito mais riffs (como prova "Extreme Dream") do que qualquer coisa feita antes. As guitarras estão bem altas, deixando transparecer toda a técnica e talento de Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt.
"Metal Icarus" é o melhor exemplo disso. Solos, riffs, transposições, passagens clássicas, duetos... o trampo de guitarras mais perfeito, pesado e convincente de toda a história da banda.
André Mattos resolve mostrar todo o poder de sua voz. Menos melódico, mais agressivo e pesado, demonstra que canta do jeito que quiser, e que é sim, facilmente, um dos melhores do mundo, além de colocar sentimento e melodia na dose certa. Fora o seu vocal de dar orgulho a qualquer patriota, suas letras inteligentes e poéticas dão vazão aos nossos sentimentos mais profundos.
Ricardo Confessori finalmente mostra tudo o que sabe tocar. Faz a bateria obter posição de destaque em algumas músicas e Luís Mariutti completa perfeita e brilhantemente uma das melhores cozinhas de todos os tempos do metal nacional.
Parece clichê, mas destacar alguma música beira a injustiça, visto que este cd é perfeito do início ao fim. De ruim aqui só o que iria acontecer após seu lançamento.
Mas sempre temos aquelas que se tornam clássicos, que ficam na nossa memória e que fazem você ter certeza de que o metal é a melhor coisa do mundo (ou quase isso). Destaco: "Wings of Reality" (uma reunião de todos os ingredientes que o Angra utiliza), "Lisbon" (balada clássica e tocante), "Metal Icarus" (preciso falar mais alguma coisa dela?), os convincentes riffs e o clima "up" de "Mystery Machine", e a paradisíaca "Gentle Change".
Algumas músicas ficaram mais longas, mas felizmente não cansam. São 57 minutos e meio num show de um metal melódico, de feeling, de técnica, de peso, de belos arranjos que se diferenciam das outras bandas da mesma linha existentes.
Após o lançamento, a imprensa fez coro, falou tudo que podia e que não podia a respeito, detonou sem pudor, a banda caiu em desgraça, problemas de relacionamento e a conseqüente dissolução. Não vejo o porque.
Ouviu falar mal da produção? Ela não está límpida e cristalina como de costume, mas Chris Tsangarides fez um belo trabalho e ainda ajudou na composição de algumas músicas. Todos os instrumentos ficaram muito claros, com voz e guitarras em destaques e o clima mais denso empregado, julgo eu, propositadamente.
Este é o Angra: uma banda de músicos extremamente competentes, experientes, que têm inteligência, técnica e carisma. Uma banda que se destaca no meio metálico mundial justamente por se diferenciar, por buscar novos caminhos, novos rumos, novos experimentos, e novos destinos para a música. Este é o Angra, um dos maiores orgulhos do metal brasileiro de todos os tempos.
Outras resenhas de Fireworks - Angra
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
O álbum clássico do Iron Maiden inspirado em morte de médium britânica
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
O rockstar que Brian May sempre quis conhecer, mas não deu tempo: "alma parecida com a minha"
Andi Deris garante que a formação atual é a definitiva do Helloween
O álbum do Led que realizou um sonho de Jimmy Page; "som pesado, mas ao mesmo tempo contido"
A banda de rock favorita do Regis Tadeu; "não tem nenhuma música ruim"
O melhor álbum do Led Zeppelin segundo Dave Grohl (e talvez só ele pense assim)
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
A banda que superou Led Zeppelin e mostrou que eles não eram tão grandes assim
Loudwire elege os 11 melhores álbuns de thrash metal de 2025
A canção que Sandy & Junior recusaram e acabou virando hino do rock nacional nos anos 2000
A cantora que fez Jimmy Page e Robert Plant falarem a mesma língua
David Ellefson explica porque perdeu o interesse em Kiss e AC/DC; "Foda-se, estou fora"
O baterista que Neil Peart dizia ter influenciado o rock inteiro; "Ele subiu o nível"
Sai, capeta: as 10 bandas mais satânicas do rock e do heavy metal
Red Hot Chili Peppers: A opinião de John Frusciante sobre o "One Hot Minute"
"Quando ele cuspiu em mim, bati na cara dele", contou Ney Matogrosso sobre briga com Cazuza


Beatles, Led Zeppelin; Regis Tadeu explica o que é uma boyband e quem é ou não é
Aquiles Priester celebra título da Copa do Brasil conquistado pelo Corinthians
Cinco músicos brasileiros que integram bandas gringas
Angra fará novos shows de reunião? Empresário afirma que dependerá da química no Bangers
Como um telefonema permitiu a participação do Twisted Sister no Bangers Open Air
O álbum conceitual do Angra inspirado no fim do casamento de Rafael Bittencourt
Regis Tadeu coloca Deep Purple no grupo de boybands ao lado do Angra
Por que Angra escolheu Alírio Netto como vocalista, segundo Rafael Bittencourt



