Resenha - Suspended Animation - John Petrucci
Por Ricardo
Postado em 23 de março de 2005
Quem chegou a conferir o bootleg do G3 com a participação de John Petrucci com certeza não vai se surpreender aqui, pois muita coisa que ele tocou no show está intacta em seu disco de estréia, a não ser pela primeira faixa que mudou de nome, mas só isso. Este é um daqueles discos bacanas pra quem gosta de som pesado com bastante variedade curtir, e ao mesmo tempo pode ser um disco que, quem toca guitarra, pode vir a gostar muito.
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Considere esse trabalho de estréia do guitarrista do Dream Theater como uma mistura de tudo que o cara já fez, e ao mesmo tempo uma mistura de todas as suas influências, desde Yngwie Malmsteen, Steve Morse, Alex Lifeson, Al Pitrelli, Metallica e outros mais. Diferente do debut de James LaBrie que foi vergonhoso, Petrucci aqui mostra uma grande variedade de sons pesados. E apesar de o cara ser um guitarrista com pouca personalidade própria, ele consegue reunir os clichês de forma que soe agradável aos ouvidos.
"Jaws Of Life" (antes chamada "IBS") é uma música boa, com bastante influências de Black Sabbath, Rush e Metallica que tem aqueles riffs que grudam na cabeça na primeira escutada, Petrucci em forma na hora dos solos e soando como de costume. "Glasgow Kiss" é uma música mais animada, muito legal e bem composta, com Petrucci demonstrando virtuosismo e feeling de maneira bem equilibrada. "Tunnel Vision" lembra um daqueles temas de filme de ficção com ação frenética, bem compassada, alguns trechos lembra música flamenca e alguns lances Malmsteenianos mas tudo misturado de maneira bem agradável. Eu poderia fazer uma análise musical técnica, falando dos elementos de escala frígia, harmonização, e o diabo a quatro, mas não acho que seja esse o caso, nem acredito que seja esse o tipo de resenha que alguém vá querer ler, seria bem maçante. Prefiro ficar na posição de ouvinte mesmo.
"Wishful Thinking" é uma balada bem agradável, talvez uma das mais agradáveis que Petrucci já compôs, lembra bastante aqueles temas de aventuras épicas, gostei bastante da sensibilidade que o cara demonstra nela, é bem melódica. "Damage Control" é interessante, mas aqui a chupação de riffs de Tony Iommi, Jimi Page com melodias e ritmos cortados de um Rush saltam aos olhos! Eu disse que o cara não tem muita personalidade! Mas é uma boa música. "Curve" e Interlude", que não se iluda, na verdade são um só tema, é chupação descarada e nota-a-nota de "Crushing Day" do Joe Satriani. É uma música legal, mas o cara poderia ser um pouquinho mais original, não? Além desse deslize, não há sentido nenhum em ele ter dividido a música em duas faixas. Sinceramente não sei porque cargas d'água o Petrucci achou que não iria ter faixas suficientes no disco! Vai entender...
"Lost Without You" é uma música bonita, a atmosfera bluesy da música já valeu a pena! Ela tem aquele tom melancólico e jazzístico que gente como Buddy Guy, Eric Clapton ou Miles Davis imprimem em suas canções, digna de uma homenagem a essas lendas sagradas, e com um clima bem na medida, uma das melhores do disco. É bom enfatizar que aquele que vos fala, meus caros, é um aficcionado pelas sagradas escalas pentatônicas de gente como Stevie Ray Vaughan, B.B.King, Eric Clapton, Jeff Beck, entre outras lendas, ou seja, tenho absoluta certeza daquilo que digo. Por fim, a longa de 11 minutos, "Animate-Inanimate" não é nada do que a gente já não tenha escutado antes pelas mãos de um Ritchie Blackmore, Tony Iommi, Yngwie Malmsteen, Doug Aldrich ou até mesmo pelo próprio Petrucci na sua banda, mas os elementos funcionam bem, e garantem um resultado bastante satisfatório no final.
A impressão que fica é que Petrucci está tentando achar uma identidade como artista solo. Ah, esse é o tipo de disco que tanto pessoas comuns quanto músicos podem escutar tranqüilamente. Legal também o cuidado com a produção e o encarte belíssimo do disco. Vale a pena conferir, dá até aquela vontade de procurar na estante aqueles discos clássicos do rock, como Paranoid, Holy Diver, Rainbow Rising, Fresh Cream e escutar com o volume no talo, após ouvir o disco.
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