Resenha - House Of Atreus; Part II - Virgin Steele
Por Haggen Kennedy
Postado em 23 de novembro de 2000
Nota: 10
Bandas grandes são aquelas que conseguem a façanha de lançar discos clássicos em seqüência. Lógico que tudo tem um limite, e não é fácil ultrapassar a marca de sucesso e vitória que certos discos deixam gravados no mármore reluzente do passado de um grupo. Por isso mesmo, é extremamente surpreendente o fato de um conjunto com nomes como "Marriage of Heaven and Hell" e "Invictus" no currículo se exceder em sua busca da evolução e ser capaz de mostrar ainda mais potencial do que foi-se apresentado no decorrer da carreira. E mais pungente ainda é perceber que, ao discorrer sobre a primeira parte da saga, "The House of Atreus Act I", tinha-se pensado que não haveria meios de surgir com um disco que fosse tão bom quanto ele. Melhor ainda? Impossível. Ou melhor, quase impossível. Porque a verdade está aí para que todos vejam: David DeFeis conseguiu novamente.
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É difícil acreditar, contudo este é realmente o fastígio definitivo do Virgin Steele. O refocilamento de seus integrantes - em especial de DeFeis - explica a dilação de "Act II". Muito provavelmente a contumácia do vocalista em construir um trabalho que superasse todas as expectativas foi a principal razão para esse procrastinamento, de certa forma, acentuado. Todavia, os fins justificam os meios, e o novo petardo estabelece-se como a nova força Steeliana.
A parte lírica do álbum é imaculável. A história dos descendentes de Atreu é contada de modo fenomenal; os jogos de intriga e prevaricação são narradas em destreza nababesca; o relato da queda da casa de Atreu é chacinante. A parte melódica, por sua vez, apenas corrobora o predicado insofismável de todo o esforço colocado na realização desse disco. E, impressionantemente, disco esse que, na verdade, são dois.
"Act II" impõe-se, hirsuto, a qualquer um que ouse desafiá-lo a ouvi-lo e não gostar do que está presente. Com um set de 10 músicas perfeitas na primeira parte da história (ou chame de 'primeiro CD', se quiser), chega a ser engraçado o modo como as 12 faixas do segundo disco exibem igual nível.
Um CD perfeito é, supostamente, algo impossível de existir. Mas quando se tem nas mãos 23 músicas, dentre as quais não há sequer uma única ruim, e uma história forte relatada num nível de iguais proporções, fica difícil dar menos do que isso - principalmente quando se deu 9 no "capítulo" (ou diga "disco", se quiser) anterior, e vê-se facilmente que o novo, "Act II", é melhor que aquele. Perdoem-me os mais radicais, mas esse álbum merece. O único problema nessa estória toda foi fazer um review a altura desse petardo. Ainda bem que DeFeis não sabe português...
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