Resenha - Danzig 5: Blackacidevil - Danzig
Por Ricardo Augusto Sarcinelli
Postado em 11 de novembro de 1999
Uma das bandas mais "Cult" dos anos 80 e início dos 90, o Danzig foi responsável pela reaproximação dos amantes da música pesada, invariavelmente comandada pela cena da Bay Area de San Francisco, do metal britânico e da escola do thrash germânico, ao bom e velho rock pesado, com elementos do rithm’and blues. Discos maravilhosos, que resistem ao tempo como o homônimo álbum de estréia; o excepcional, e para mim o melhor, "Lucifuge"; o pesado e predecessor de uma fase mais direta, "How The Gods Kill"e até mesmo o incompreendido, porém de sutil inteligência e harmonia "Danzig IV" reafirmaram a banda como um oasis musical, ao mesmo tempo que um refúgio para os rockers.
"Blackacidevil" inaugura um novo conceito para a palavra ruim. Ele é ruim em demasia. Existem discos complexos, que requerem várias audições, e alguns até certa dose de boa vontade do ouvinte. Este não é seu caso, uma vez que passei o último ano tentando compreendê-lo, ou ao menos conseguir ouví-lo de forma agradável e não forçadamente. Um ano inteiro tentando provar a mim mesmo que este álbum valeu o dinheiro investido e, muito mais importante que isso, valeu o nome estampado na capa - DANZIG.
Tal tempo envolveu também outra premissa, a de que precisava confirmar realmente minhas opiniões. Uma banda que lança quatro ótimos trabalhos consecutivos não poderia sucumbir de forma tão brusca à mediocridade.
Hoje para mim Glenn Danzig é a figura mais patética do meio musical. Ele ignorou conceitos básicos de respeito a seus fãs e principalmente à música e à imagem de sua banda. Ele vendeu sua criatividade, e este é um bem de valor intangível. Este álbum deve ter vendido migalhas, dado o nível de exigência musical de quem acompanhava seu trabalho, e certamente não merece cada centavo, cada comentário, inclusive este. Meu tempo, minhas palavras e sobretudo meus ouvidos valem muito mais que este lixo. Nem a participação de Jerry Cantrell em algumas faixas conseguiu salvar sequer um acorde. John Christ, e cia. devem ter antevisto este martírio musical e, por isso, pedido as contas, o que contribui ainda mais para o suplício deste, vá lá, trabalho. Glenn Danzig se juntou a uns camaradinhas metidos a vanguardistas e achou que introduzir sons futuristas (estou tentando não usar o termo techno, mas agora já era!) num ambiente musical calcado em infuências retrô daria algum resultado. E deu. Resultado zero.
Este caso encerra uma verdade cética: Todo artista procura por uma identidade singular, de forma a ser reconhecido por seu público ao menor sinal particular que o identifique, neste caso o seu som. Isto, de modo geral, consubstancia-se em sua marca, formando uma só unidade, desta feita, o seu nome. Sua marca é o seu maior patrimônio, e ela está correlacionada ao seu estilo e às características particulares que o identificam. Toda e qualquer alteração nesta espinha dorsal pressupõe a assunção de riscos adicionais que incorrem diretamente à sua imagem. Danzig pecou por não mensurar quão tênue é a linha que separa a inovação e o desastre.
Nota: 0 (Zero)
P.S: Se alguém quiser disco é só me contatar.
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