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As "traições do movimento" mais emblemáticas do rock 'n roll

Por Jonathan Silva
Postado em 23 de novembro de 2022

Fãs de música costumam ter um comportamento um tanto "idólatra" em relação aos seus ídolos. Na cabeça deles, os estilos musicais acabam se tornando as "religiões" onde os "deuses da música" são venerados. Entre os fãs mais fundamentalistas, há um dogma que deve ser seguido tanto pelo próprio fã como pelo artista idolatrado, para que não caiam sobre esses dois personagens a terrível alcunha de "poser" (ou, melhor dizendo, herege).

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Qualquer comportamento desviante é publicamente rechaçado, e muitos artistas pagaram um preço alto por romper tais condutas sacrossantas - que só são assim na mente dos fãs xiitas. Nessa lista, você confere as maiores intrigas envolvendo artistas e seus fãs que tomaram um chifre ideológico pelos mais patéticos motivos.

RATOS DE PORÃO: A banda que "traiu" o movimento punk

É claro que o RDP deveria abrir essa lista, uma vez que pertence a eles o sólido título de "traidores do movimento punk", um xingamento proferido até mesmo pelo ex-galã global Dado Dolabella (que nunca foi punk). Mas de tanto o termo ser dito e repetido por aí, que crocodilagem foi feita pelo grupo para merecerem tal rótulo?

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Foto: Marcos Hermes
Foto: Marcos Hermes

Segundo João Gordo, tudo começou em 1983, após um zine chamado Lixo Cultural ter acusado a banda de mudar do punk para hardcore, vertente considerada adiantada demais na cena da época. E as traições só seguiram dali em diante.

O segundo álbum do RDP, Descanse em Paz (1986), demarcou para sempre o direcionamento do som da banda ao thrash metal/crossover, o que já era uma mudança sonora pior do que o hardcore naqueles anos ingênuos. Na década seguinte, mais uma traição básica: o vocalista João Gordo virou VJ na MTV (organização capitalista que matava a criatividade do rock ‘n roll com videoclipes, diziam os punks). Como se essa emissora pop não fosse o bastante, Gordo ainda foi parar na Rede Record, aquela do dono da Igreja Universal, instituição religiosa essa bastante "elogiada" numa música homônima do disco Anarkophobia (1991). Com mais de 40 anos de estrada e 13 álbuns de estúdio gravados, percebe-se que o Ratos de Porão conhecia bem o cancelamento antes mesmo da prática virar moda atualmente - e soube sobreviver a isso.

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AEROSMITH: Se envolveu com rap - e coverizou uma música nesse estilo

A primeira metade dos anos 1980 não foi boa pro Aerosmith. Depois de chegar com tudo na década anterior, com os petardos Toys in the Attic (1975) e Rocks (1976), a banda estava completamente escanteada no cenário musical e seus discos passavam batido. Paralelo a esse fracasso, jovens negros da periferia de Nova Iorque emplacavam um novo ritmo musical dançante e cheio de rimas que ganhava cada vez mais espaço na mídia: o rap.

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Foto: Divulgação - Facebook Oficial
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Um desses grupos era o Run D.M.C., que em seu segundo álbum (Raising Hell, de 1986) teve a participação do até então apagado Aerosmith num cover de "Walk This Way", do já citado álbum Toys. O que seria uma parceria facilmente realizável nos dias de hoje encontrava na época barreiras culturais: o rap era mal visto pela ala mais conservadora de críticos, empresários da música, radialistas, ouvintes e músicos (em especial, de rock).

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Inicialmente, os dois grupos estavam inseguros quanto à parceria, idealizada pelo produtor Rick Rubin. Porém, após o sucesso do cover, Run D.M.C. alavancou ainda mais sua carreira e o Aerosmith saiu do anonimato. No entanto, como Steven Tyler relatou posteriormente, o Aerosmith ainda teve que ouvir a desaprovação de antigos fãs, que não suportaram a ideia do grupo voltar aos holofotes graças a um grupo de rap.

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KISS: Compôs um rock disco, sendo que música disco "é uma droga!"

Em uma das cenas do filme de comédia/propaganda do Kiss "Detroit: A Cidade do Rock", que se passa em 1978, um dos protagonistas do filme garante a uma fã de disco music que o Kiss nunca gravaria uma música desse gênero. Quem sacou a referência sabe que o filme ri da cara de quem na época puxou os cabelos ao ouvir a faixa "I Was Made for Loving You", composta por Paul Stanley e outros dois produtores do pop (Vini Poncia e Desmond Child) com o intuito de emular a disco music.

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Foto: Divulgação
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A banda até conseguiu uma ótima colocação nas paradas (ficando em 11º lugar nas paradas da Billboard), mas a aversão dos fãs foi maior: no final da década de 70, a disco music enfrentava movimentos de ódio por parte dos roqueiros, o que culminou no evento Disco Demolition Night, em julho de 1979, onde uma pilha de discos do gênero foi explodida no estádio Comiskey Park, em Chicago. Quem sabe o single do Kiss não estaria no montante?

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EMERSON, LAKE & PALMER: Se tornaram o Bee Gees do rock progressivo

Enquanto o Kiss só botou um pé na disco music, os titãs prog do Emerson, Lake & Palmer entraram de roupa e tudo no pop romântico. E tudo por pressão da gravadora da banda, Atlantic, cujo presidente Ahmet Ertegun pressionou o tecladista Keith Emerson a fazer um álbum mais comercial. Caso não aceitassem, não haveria investimento para álbuns solo dos integrantes.

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O resultado da livre e espontânea pressão da gravadora foi o álbum Love Beach (1979), que provavelmente você já deve ter visto em listas de "Piores Álbuns de Rock" e "Piores Capas de Disco de Rock". Na foto da capa, os três integrantes mais parecem um Bee Gees cover, e o som é uma tentativa bagunçada de soarem românticos e acessíveis. A crítica e os fãs de prog rock (que já são críticos por natureza) não gostaram nada do desvio conceitual da banda, que, de raiva, sequer fez turnê do disco e se desfez pouco tempo depois, retornando apenas em 1991.

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BOB DYLAN: Ensurdeceu os fãs de folk com rock ‘n roll

Os roqueiros têm hoje a fama de odiarem diversos estilos musicais mais populares. O que não deixa de ser irônico, pois, no passado, quando o rock emergia em popularidade, o gênero era o alvo de ódio de outros ouvintes. Era o caso dos fãs diferentões de música folk. Nos anos 1960, o rock era mal visto por esse público como algo "popularesco", "barulhento" e "vazio de conteúdo".

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Foto: William Claxton - Sony Music
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Mas o maior porta-voz da geração engajada do folk queria baldear seu som para esse lado. Era Bob Dylan, que depois de um encontro com o Beatles, sentiu vontade de eletrificar seu repertório. Para o tradicional Newport Folk Festival de 1965, Dylan trocou o violão acústico por uma guitarra elétrica e veio acompanhado de uma banda potente. Tocaram por 15 minutos, apenas isso, mas foi o suficiente para provocar no público vaias tão altas que disputavam com a altura do som da banda.

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Nesse mesmo ano, as heresias de Bob Dylan estremeceram cada vez mais os pilares conservadores do folk: o cantor lançou os álbuns Bringing It All Back Home e Highway 61 Revisited, responsáveis por unir o folk com rock. A música mudou a partir daí, mas até o final da década, Dylan ainda teve que ouvir muitos gritos de "Judas" sendo proferido por puristas em shows.

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THE CLASH: Assinou com uma major e ganhou muito "cash"

Que o Sex Pistols era uma banda que, mesmo cuspindo e berrando contra todos, era doida pra assinar com uma grande gravadora, isso até o mais novato punk já sabe. O mesmo tipo de ambição, no entanto, não era vista no The Clash, nos anos iniciais do movimento punk em Londres. Os fãs ainda viam a banda como sinônimo de independência musical e comercial. Isso até janeiro de 1977, quando a banda assinou com a gravadora CBS.

Foto: Reprodução - Combat Rock
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Graças ao contrato, a banda recebeu 100 mil libras esterlinas, uma quantia incomum se tratando de uma banda iniciante num gênero mal afamado na imprensa. Tão incomum que acompanhava o cenário punk da época não aceitou bem a notícia. O escritor britânico Mark Perry, autor do fanzine Sniffin Glue, chegou a dizer na época que "o punk morreu quando o The Clash assinou com a CBS", e os anarcopunks do Crass alfinetaram a banda na música "Punk Is Dead". As críticas afetaram o vocalista Joe Strummer, que alegou buscar segurança financeira como o motivo do contrato. "Estive lascado por tanto tempo que eu não me tornarei repentinamente o Rod Stewart, só porque agora recebo 25 mil libras por mês", justificou o músico naquele ano.

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DISCHARGE: Mudou de moicano punk pro laquê do hair metal

No mesmo ano em que o Ratos de Porão traía o movimento punk brasileiro misturando punk com thrash metal em Descanse em Paz (1986), os ingleses do Discharge desgraçaram geral misturando punk com hair metal no disco Grave New World. Sem nenhuma pressão de gravadora, a banda ofereceu ao seu público essa vergonha alheia em forma de álbum após o vocalista Keith "Cal" Morris ter "redescoberto o Led Zeppelin" e querer fazer algo na moda glam oitentista.

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A banda não só mudou o som como também seu figurino. Deixaram os cabelos crescerem e usavam roupas típicas do glam (ainda que pretas). O instrumental das músicas só não era mais fajuto do que os vocais de Morris, que parecia uma imitação brega do Rob Halford. A banda até tentou fazer uma turnê do álbum nos EUA, meca do glam/hard rock, mas ao invés de encontrarem seus novos pares, deram de frente com antigos fãs que detonaram tanto o Discharge que eles foram obrigados a encerrar a turnê - e também as atividades.

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METALLICA: Lars Ulrich vs Napster

A guinada comercial dada pelo Metallica no disco Black Album (1991) mostrou aos fãs mais antigos que as mudanças estavam chegando. Logo surgiram os clipes na MTV, som mais acessível, unhas pretas, vestuário descolado, beijo de língua entre integrantes, popularidade fora do circuito metal e a treta com o Napster em 2000. Ah, sim, teve a treta com o Napster.

Foto: Reprodução
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Todo fã da banda sabe dessa história: ao saber que o single "I Disappear", que integraria a trilha sonora do filme Missão Impossível 2, vazou e estava tocando em rádios nos EUA, o baterista Lars Ulrich descobriu que o público teve acesso à faixa graças ao Napster, serviço online de compartilhamento e download gratuito de arquivos MP3. Pra resumir: Lars foi bater no senado americano contra o Napster, houve uma acordo extrajudicial entre as partes conflitantes e o baterista ficou com uma imagem desgastada entre o público.

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Isso porque representantes do Metallica entregaram uma lista com 335.435 mil IDs de usuários que fizeram download da faixa aos responsáveis pelo site, Sean Parker e Shawn Fanning, resultando no banimento desses usuários na plataforma. Como Lars era o membro mais vocal na guerra contra o Napster, levou o nome de "vendido" e "ganancioso". Atualmente, com os serviços de streaming cada vez mais populares, a banda soube entender melhor a realidade da distribuição de músicas na internet - e Lars hoje é parça do Sean Parker.

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AGAINST ME!: Ué, mas vocês não eram anarquistas adolescentes?

Enquanto algumas bandas incendiárias do rock político não veem problema algum em assinar contratos com grandes gravadoras (como é o caso do Rage Against The Machine), outras, no entanto, pressentem que tal envolvimento com majors pode ser uma sentença de morte da sua credibilidade com o público. Foi o que aconteceu com a banda punk Against Me!, que após 3 álbuns lançados em selos independentes, assinou um contrato com a Sire Records (de propriedade da Warner) e peitou as reclamações.

O quarto disco, e primeiro na nova gravadora, New Wave (2007), foi elogiado pela crítica, só que os antigos fãs quiseram ser "Contra Eles!": taxaram a banda de "vendida", vandalizaram a van do grupo e os ameaçaram de morte, fora os xingamentos em fóruns na internet. A banda poderia ter ficado mais preocupada com a repercussão, mas como a própria cantora Laura Jane Grace canta em "Don’t Lose the Touch", "Há algo de errado com essas músicas? Talvez haja algo de errado com o público".

CHUMBAWAMBA: Os anticapitalistas que gravaram uma canção para a Copa do Mundo

Se você nasceu nos anos 1990, com certeza deve ter ouvido o hit "Tubthumping", da banda pop inglesa Chumbawamba, mas o que talvez você não saiba é a história por trás da canção, que sem dúvida é trairagem musical mais lembrada de todos os tempos, e que por anos virou notícia na imprensa inglesa na década de 90.

Inicialmente formada como uma banda de anarcopunks em 1982, o Chumbawamba passou mais de uma década agindo como uma banda independente, compondo discos que mesclavam punk anarquista com música folk, além de serem militantes contra o Estado, a Igreja, o Capitalismo e tudo mais. Mas foi em meados da década de noventa que o grupo sentiu que poderia passar a sua mensagem de protesto para um número maior de pessoas (aquela tentaçãozinha básica de querer ganhar muito dinheiro e fama com música, quem nunca teve?). Logo, entocaram o anarquismo no armário e lançaram o disco Tubthumper, em 1997, após assinarem contrato com a EMI (Europa) e Universal Records (EUA). Na nova fase, o trabalho era mais orientado ao pop-dance e com leves pinceladas de crítica social.

Como se lançar um disco comercial já não fosse o bastante, a banda ainda gravou um single para a coletânea musical da (capitalista) Copa do Mundo de 98, "Top of the World (Olé, Olé, Olé)". Um sacrilégio imperdoável para os antigos fãs e demais bandas anarquistas da cena, que gravaram em conjunto um EP chamado "Bare Faced Hypocrisy Sells Records - The Anti-Chumbawamba EP" (A Hipocrisia Cara de Pau Vende Álbuns - O EP Anti-Chumbawamba) em sinal de protesto.

O Chumbawamba até gerou uns burburinhos na imprensa para mostrar que ainda eram revoltados:: eles incentivaram o roubo dos próprios CDs, diziam gostar de ver a morte de policiais e se apresentaram no BRIT Awards de 1998 vestindo camisas estampadas com frases como "vendidos", "vadias de gravadora" e "um sucesso só". Mas a credibilidade da banda estava entre os desgastada pelos velhos fãs e, nos mais novos, a fama do grupo foi diminuindo, até chegar no encerramento de suas atividades em 2012.

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Sobre Jonathan Silva

Jonathan Silva, freak de nascença, é um aspirante medíocre a jornalista e interessado em literatura marginal e vídeo games violentos. Começou a ouvir na infância bandas do mainstream do rock nacional até o momento em que descobriu o Iron Maiden. Daí, começou uma miscelânea de estilos, que vai desde o jazz erudito até o mais barulhento das bandas de grindcore, passando por várias esquisitices sonoras. EM pleno séc. XXI, ainda é um comprador de CDs e DVDs, só que gasta com isso um valor bem menor do que gostaria.
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