Pra conhecer: Death Metal latino americano
Por Arysson Lima
Postado em 15 de setembro de 2017
O Death Metal é, junto ao Thrash Metal, o estilo mais difundido e popular dentre toda a cena latino-americana. É chover no molhado falar sobre como algumas dessas bandas foram importantes e de extrema importância. Hoje em dia existem inúmeras bandas em todas as regiões do continente, e muitas delas fazem um som acima da média. Mas o objetivo dessa matéria é comentar e apresentar alguns dos melhores álbuns do gênero lançados por algumas das bandas latino-americanas pioneiras do gênero. Álbuns que, antigos ou novos, são elogiados pelos fãs e pela crítica, álbuns que merecem ser escutados por aqueles que ainda não os conhecem.
SARCÓFAGO – The Laws Of Scourge - 1991 (Brasil)
Esse é um dos álbuns mais técnicos e brutais já lançados por uma banda latino-americana, e também um dos mais conhecidos. Wagner Lamounier e Gerald Minelli estavam em seus melhores momento como letristas/compositores, e contando com os virtuosos Fábio Jhasko (guitarra solo) e Lúcio Oliver (bateria), lançaram seu magnum opus.
HEADHUNTER D.C – And The Sky Turns To Black - 2000 (Brasil)
Esse álbum é uma verdadeira aula de brutalidade e profanação, um dos maiores monumentos da música pesada latino-americana. Perfeito em todos os aspectos, desde os arranjos (escutem a faixa título ou Conflicts of Dark And Light e tentem não ficar de boca aberta), letras e também a produção, de um refinamento quase que incomum em bandas do gênero. Sérgio Baloff tem um dos melhores vocais de Death Metal que se pode ver por aí; violento e aterrorizante.
MORTUARY – Blackened Images - 1991 (México)
Uma pérola da violência sonora mexicana. Um dos álbuns mais brutais lançados no ano de 1991, e olha que a concorrência era grande na época. Pura e singela demonstração de como uma banda de thrash/death metal oldschool deve soar, crua e poderosa.
SADISM – Tribulated Souls - 1992 (Chile)
Uma das bandas mais brutais do Chile. O trabalho que os consagrou como uma potência do Death Metal latino foi a demo "Perdition of Soul", mas "Tribulated Souls" é muito melhor produzido, e é talvez o lançamento que mostra a banda em seu auge enquanto compositores. Há momentos onde os músicos demonstram virtuosismo, há momentos onde a porradaria come solta. Simplesmente magistral.
EXPULSER – THE UNHOLY ONE – 1992 (Brasil)
Outro grande lançamento de Death Metal brasileiro. Profano, extremo e muito influenciado pela sonoridade de bandas mais antigas como Sepultura, Sarcófago e Chakal, The Unholy One é um daqueles álbuns onde até mesmo a arte gráfica consegue intimidar. O trabalho D. Strike nas guitarras é simplesmente insano!
MASACRE – Sacro – 1996 (Colômbia)
Masacre é talvez a banda de Death Metal mais conhecida da Colômbia, e não é por menos. Eles foram responsáveis por manifestações maléficas em forma de música em seus primeiros registros, e Sacro, lançado em 1996, é talvez o melhor. Técnico e refinado, junto ao And The Sky Turns to Black mencionado mais acima, esse é talvez um dos álbuns mais maduros já lançados por uma banda latina; não é preciso comentar muito mais. Basta escutar.
THE CHASM – Procreation of the Inner Temple – 1994 (México)
Essa é a banda mais distinta em termos de sonoridade, nessa pequena antologia. O som dos mexicanos do The Chasm evoca tristeza, depressão, e também, cólera. Os riffs fogem aos padrões do que se é acostumado a ouvir no gênero. Em suma, a banda tem sua própria identidade, uma sonoridade única e imediatamente reconhecível, e só por esse motivo já devem ser respeitados por todos. Todos os seus lançamentos são destacáveis, mas Procreation of the Inner Temple, debut, é um marco para o metal mexicano e latino.
PENTAGRAM CHILE – The Malefice – 2013 (Chile)
Outra potência chilena. O Pentagram Chile é a banda mais conhecida do país no gênero, e também a mais influente. Bandas como Napalm Death e Avulsed os homenagearam com covers de suas músicas. Mas a banda não havia lançado nenhum álbum completo até 2013 (a banda nasceu em 1985), mas antes tarde do que nunca. The Malefice é um álbum extremamente poderoso e mostra que quanto mais velho for, mais brutal é o som.
TRANSMETAL – El Infierno de Dante – 1993 (México)
Essa é a banda mais admirada entre os bangers mexicanos. O Transmetal é uma banda de peso no cenário extremo mundial. El Infierno de Dante é o que de melhor se pode escutar desse grupo, produzido no Morrisound Studios por Scott Burns. As influências de Death e Sepultura são latentes, aliados ao violento idioma castelhano sendo basicamente vomitado em seus ouvidos. Obra prima.
SEPULTURA – Schizophrenia – 1987 (Brasil)
Alguns se perguntarão o que o Sepultura está fazendo aqui. De tão famosos, talvez não existam headbangers latino americanos que não conheçam os seus álbuns. Mas a história e a importância falam mais alto. Schizophrenia não é o álbum mais maduro e tampouco o melhor produzido do mais famoso grupo de metal oriundo do terceiro mundo, mas é o responsável por dar o pontapé inicial para que eles se tornassem uma das bandas mais importantes da história do Heavy Metal como um todo. Ainda hoje um dos álbuns mais brutos e influentes já lançados no gênero. Canônico.
VULCANO – Bloody Vengeance – 1986 (Brasil)
O primeiro álbum de Metal extremo lançado no país. O Vulcano sempre foi uma banda claramente influenciada por Venom e Hellhammer. Tendo essas referências como base, criaram um som ainda mais caótico, veloz e profano. Os primeiros sopros da música maligna latino americana! Outra verdadeira pérola do Metal que dispensa comentários e deve ser apreciada na íntegra.
SEXTRASH – Sexual Carnage – 1990 (Brasil)
Nicke Anderson, ex-baterista do Entombed, em entrevista à Rock Brigade em 1992, afirmou que conhecia três bandas brasileiras: Sepultura, Sarcófago e Sextrash. Da última, ele dizia não ter ouvido uma música sequer; mas que os conhecia pela "capa da mulher nua". Isso deixa mais que provado que o Sextrash era também uma banda de influência e polêmica na época. Sexual Carnage é um álbum poderoso, selvagem, voluptuoso, com uma sonoridade devastadora, semelhante à do I.N.R.I, do Sarcófago, devido ao jeito de tocar de D.D Crazy, um dos primeiros bateristas a utilizar blast beats e ao lado de Igor Cavalera, o mais célebre baterista latino da época. Sensacional.
CHAKAL – ABOMINABLE ANNO DOMINI - 1987 (Brasil)
O Chakal sempre foi uma das bandas mais virtuosas da cena mineira. Mas Abominable Anno Domini é um verdadeiro clássico da crueza. Muitíssimo bem tocado para os padrões da época, esse álbum é um dos mais cults e idolatrados da história do Metal latino americano. Vladimir Korg tem um dos vocais mais peculiares, expressivos e agressivos do gênero. Uma banda que com toda a certeza, merecia muito mais destaque e conhecimento.
VIBRION – Erradicated Life – 1992 (Argentina)
Confesso que não conheço muita coisa da cena argentina de Metal extremo. E eu deveria saber mais. O Vibrion é uma das bandas pioneiras no gênero desse país, e Erradicated Life é o único registro que pude escutar deles; um ep de menos de 20 minutos que mostra uma banda muito influenciada por Death e Autopsy. Atinge o ouvinte como um torpedo feroz, fazendo sua cabeça balançar involuntariamente. Magnífico.
KRISIUN - Black Force Domain - 1995 (Brasil)
Hoje em dia, sem dúvidas o grupo latino de metal extremo mais relevante mundo afora. Donos de uma sonoridade extremamente brutal, esse power trio já iniciou lançando um dos grandes clássicos do Death Metal brasileiro de todos os tempos, Black Force Domain. Um dos álbuns mais velozes e barulhentos da época, que revelava o potencial deste grupo que iria gozar, anos mais tarde, de muito prestígio, dentro e fora do continente.
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