Dream Theater: Uma viagem pelo teatro dos sonhos!
Por Sergio Henrique
Postado em 18 de abril de 2010
DREAM THEATER! A banda de Prog Metal mais bem sucedida atualmente é fruto de muita técnica, versatilidade, ousadia e dedicação.
Desde 1985, quando John Petrucci (guitarra), John Myung (baixo) e Mike Portnoy (bateria) se conheceram no aclamado Berklee College of Music, o propósito da banda tem sido desenvolvido com louvor.
O nome MAJESTY foi escolhido inicialmente pelos três músicos, mas outra banda já havia feito a mesma escolha anteriormente. O pai do baterista Mike Portnoy, então, sugeriu o nome DREAM THEATER que foi aceito e acolhido ferozmente pelos três.
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Este nome não tinha nada a esconder. Estava surgindo ali um verdadeiro espetáculo, que seria por anos e anos aplaudido bravamente por milhares e milhões de fãs a cada ano.
Este texto é dedicado a banda, podendo conter críticas negativas e positivas, mas, além de tudo tentando explicar o motivo pelo qual o DREAM THEATER é o que é hoje, independente de fanatismo ou não.
Desde o primeiro encontro, Portnoy, Petrucci e Myung notaram que tinham muita coisa em comum. Muitas ideias batiam e vinha à cabeça a proposta principal da banda, de seguir em frente, enfrentando os obstáculos.
O primeiro ato da peça começa com o debut 'When Dream And Day Unite', lançado em 1989. É impressionante ouvir este disco e não notar uma diferença absurda do DREAM THEATER para as outras bandas da época, em termos de progressivo. Um dos motivos poderia ser que os músicos eram fãs de bandas como YES, RUSH, MARILLION e THE WHO, bandas que variam do progressivo ao rock 'n' roll tradicional. Mas, certamente, não era só isso. A qualidade técnica aliada à facilidade de criação realmente demonstrava ao público uma banda que dominava um estilo que, por assim dizer, estava acabando de criar.
Este disco recebeu críticas positivas do meio musical, mas não fez grande sucesso já que a tiragem foi limitada.
Após uma mudança nos vocais, depois de algum tempo sem vocalista fixo, chega à banda Kevin James LaBrie, adotando somente James LaBrie (pois a banda já contava com dois John's e não queria ter também dois Kevin's - o outro era o tecladista Kevin Moore). Um vocalista técnico, com alto poder vocal, vindo de uma banda de hard rock do Canadá chamada WINTER ROSE. Parecia que ali se firmara a banda que faria mais um álbum, e realmente foi o que aconteceu.
Em 1992 foi lançado 'Images & Words', com muitas composições já um pouco antigas, faltando somente adicionar os vocais. O primeiro hit da banda, "Pull Me Under", estourou na mídia com grande aceitação dos fãs de rock progressivo e heavy metal. Foi ali que o público definitivamente se misturou. O disco inteiro contém passagens de difícil execução, o que nos leva a pensar que a composição foi detalhadamente trabalhada, chegando a conclusão de que o nível musical da banda era fortemente técnico. Este disco é, para muitos, um clássico do progressivo, numa década onde o rock progressivo já não estava mais em alta, já que o rock mais pesado (firmado por bandas como IRON MAIDEN, METALLICA, etc) cresceu bastante nos anos 80. Se há dúvida em pensar se o disco se encaixa ou não na lista de clássicos do progressivo, com certeza não há essa dúvida para a lista do prog metal, onde o disco é o clássico dos clássicos.
No ano de 1992 e 1993, a banda fez uma turnê mais ampla, chegando até ao Japão. Gravou, também, um EP ao vivo intitulado 'Live at Marquee', na Europa, onde já demonstrou a perfeição das execuções ao vivo, mesclando riffs com improvisos e adicionando elementos não existentes no álbum de estúdio, a fim de levantar o público. Como exemplo, a música 'The Killing Hand', gravada no álbum "When Dream And Day Unite", foi lançada ao vivo neste álbum, 'Live at Marquee', com a variação no nome, ficando 'Another Hand - The Killing Hand', com mudanças suaves na execução.
Em 1994, mesmo com a saída do tecladista Kevin Moore, lançaram o terceiro álbum, chamado 'Awake'. A banda seguia no ramo melódico mesclado com rock progressivo, o que continuou agradando os fãs, apesar de ter sido um disco mais difícil de engolir. Afinal, DREAM THEATER começava a ser tida como banda para músicos, com guitarras, baixos e baterias muito, mas muito bem trabalhadas, passando uma mensagem de difícil interpretação. As letras eram escritas da mesma forma, expressando sentimentos obscuros de forma quase subliminar. A turnê do 'Awake' também foi muito bem sucedida, tendo aumentado o número de cidades visitadas pela banda, na turnê mundial.
Já na época do 'Awake', o tecladista cobiçado para o lugar de Kevin Moore era o atual Jordan Rudess, mas este último acabou ingressando na DIXIE DREGS. Então, a banda seguiu fazendo shows com Derek Sherinian nos teclados, ainda a procura de um tecladista definitivo. Por fim, quem acabou ficando foi mesmo o Derek Sherinian.
A essa altura, qualquer fã de progressivo estaria pensando: "Poxa, mas onde estão os épicos desta banda fantástica que é influenciada fortemente por rock progressivo?". Realmente, uma das características do rock progressivo é compor canções longas, com mudanças no tempo, na atmosfera, contando uma história, um conceito deixando melodia e letras aliadas a uma técnica virtuosa.
Pois bem, ainda nos tempos sem vocalista, Mike Portnoy, John Petrucci e John Myung compuseram uma faixa épica, 'A Change Of Seasons', que na época tinha aproximadamente 20 minutos, sem vocalista. Eles, com James LaBrie e Kevin Moore, a executaram por algumas vezes em alguns shows, porém não completa. Esta faixa era para ser lançada no álbum 'Images & Words', mas não pôde devido a restrições da gravadora.
Em 1995, foi lançado o EP 'A Change Of Seasons', que continha a versão final da faixa título, 23 minutos e 6 segundos, gravado em estúdio. Esta faixa foi a demonstração de toda a qualidade da banda para compor e executar. Uma excelente música, com diferentes elementos do começo ao vim, dividida em 7 partes, expressando emoções como se fossem mudanças climáticas, representando as 4 estações. Uma reunião de ideias somente vistas em grupos como RUSH, YES, KING CRIMSON e outras bandas de progressivo puro. O que firmava ainda mais o estilo Prog Metal.
Juntamente com a faixa 'A Change Of Seasons', gravada em estúdio, o EP continha mais 4 faixas, que foram reunidas de diferentes shows, todas elas covers de artistas que influenciaram a banda paralelamente desde o início, como DEEP PURPLE, ELTON JOHN, LED ZEPPELIN, PINK FLOYD, QUEEN, JOURNEY, KANSAS, DIXIE DREGS e GENESIS.
Em 1996, a banda realizou turnês e depois um descanso para gerar ideias para um novo trabalho. 'Falling Into Infinity' tinha a ideia de ser um álbum duplo, com muito material próprio. Infelizmente, a então gravadora da banda, Elektra, recusou a edição deste material. A banda, portanto, teve de reduzir todas as composições num só álbum.
Devido a tantas imposições desta gravadora, o grupo lançou um trabalho bastante diferente do que se imaginaria, pelos fãs, que fosse lançado. Muitos dos que acompanhavam o trabalho da banda desde o lançamento de 'Images & Words' acabaram se decepcionando com o 'Falling Into Infinity'. Por outro lado, a banda angariou novos fãs que gostaram da ideia de um disco de mais fácil aceitação, músicas mais melódicas e letras mais a ver com cotidianos.
Mesmo com seus contras, este disco deu à banda uma extensa turnê, da qual se procura bootlegs até hoje. Nesta turnê, inclusive, o grupo passou pelo Brasil, em show que é elogiado pelos fãs mais antigos.
Em 1998 foi lançado um álbum ao vivo, duplo, intitulado 'Once In a LiveTime', gravado ao longo de 2 noites em Paris, e um vídeo-documentário chamado 'Five Years In a LiveTime', contando a história da banda desde o 'Images & Words' até o então atual álbum.
A esta altura, mesmo com a decaída da proposta da banda em termos de técnica e ideias iniciais, os músicos presentes James LaBrie (vocais), John Petrucci (guitarra), John Myung (baixo), Derek Sherinian (teclado) e Mike Portnoy (bateria) já eram experientes o suficiente para saber lidar com tal situação. Eram, também, músicos aclamados e premiados, devido a sua qualidade técnica, principalmente Mike Portnoy, visto como um dos melhores do mundo até hoje. Aliás, Mike Portnoy, juntamente com John Petrucci são os membros mais ativos da banda, tendo participado de inúmeros projetos paralelos (principalmente Mike Portnoy), visando expandir o conhecimento e adaptação musicais. Ambos são excelentes músicos em todos os pontos de vista, visto que são eles quem dirigem os lançamentos em vídeo da banda e participam de todo o processo de mixagem e produção de todos os discos.
Dito isso, termina aqui a primeira parte desta viagem ao mundo dos revolucionários. A segunda parte será publicada em breve.
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