Célio Azevedo: Entrevista ao RockNews
Por Luciane Cunha
Fonte: Rock News TV
Postado em 28 de janeiro de 2020
Célio Azevedo é jornalista, músico, produtor e escritor, possui 3 álbuns e 4 livros lançados, além de diversos singles. Também trabalha como produtor musical e atua como cientista político. Está lançando a sua primeira ópera rock, a "Celio Azevedo’s Scout: Scoutish - The XXI Rock Ópera". Eu sou a Luciane Cunha, e nós da Rocknews vamos entrevistá-lo hoje.
Luciane Cunha: Célio, por favor, conte-nos mais sobre como será a temática de sua ópera:
Célio Azevedo: Olá Luciana. É muito bom respondê-los nesse momento tão importante em minha vida. Essa é a minha primeira ópera neoclássica, portanto estou extremamente feliz em divulgar a minha arte.
A temática em si fala sobre a grande odisseia que é a vida moderna, os seus altos e baixos, onde que os personagens principais somos todos nós. E essa história só acaba quando morremos, ou não. O casal John e Ana representa essa síntese moderna, pós-ideológica, a qual todos vivemos. Eles amam, sofrem e lutam para sobreviver nesse mundo apocalíptico. Há momentos de tristeza, solidão, desespero, alegria e esperança.
O nome Scout, e sua licença poética "Scoutish", remetem uma homenagem à minha primeira banda oficial, a Scout, que recentemente completou 21 anos de fundação.
Luciane Cunha: É uma visão muito realista dos fatos. Algo raro na música de hoje em dia.
Célio Azevedo: Sim, as minhas letras não costumam falar sobre situações abstratas, mas sim sobre a vida como ela é. Isso não quer dizer que minhas músicas sejam autobiográficas. Grande parte delas é sobre situações, pessoas as quais já tive contato, uma determinada realidade política/social, a humanidade de um modo geral e o universo. "Vida Sofrida" e "Do it Again" por exemplo não falam sobre mim. "Ponto de Fuga" fala sobre o relacionamento do homem com o universo. Também utilizo muito de metáforas e ironias. É sempre um prazer compor diversas músicas por dia, desde os 16 anos de idade.
Luciane Cunha: Uma curiosidade, você possui diversas formações acadêmicas ao longo de sua vida. Quantas formações você tem no momento? 3? 4?
Célio Azevedo: Na verdade são 5, contando com as pós-graduações. Completei Comunicação Social - Jornalismo, Informática como graduações e Docência do Ensino Superior, mais 2 MBAs, um em Marketing e o outro, em Gestão de Negócios, respectivamente. Seriam 6, no entanto, no meio disso, eu tranquei uma a qual vi que realmente estava muito aquém do que eu julgava importante, Direito. Não gostei para mim, talvez seja útil para quem eu contrate. Risos.
Luciane Cunha: Notei também que sempre viaja muito. Quais os países que você já tocou? Você realizou muitos shows no exterior?
Célio Azevedo: Viajei por mais de 10 países ao longo de minha vida até o presente momento, o que ainda acho pouco. Mas só toquei em três no exterior, um show no Chile e um outro na Argentina, na América Latina. E em Praga, República Tcheca, realizei uma apresentação em um pub, com os amigos. Como também trabalho com mercado financeiro, posso atuar de qualquer lugar do mundo, graças à tecnologia. Pretendo fazer uma turnê em breve. Espero que não seja dirigindo, pois detesto dirigir.
Luciane Cunha: Célio, fale-nos sobre os outros músicos em sua ópera rock?
Célio Azevedo: Tenho a Dani Starr, que é uma excelente e belíssima cantora, com uma voz de anjo. O Mário Sevciuc, da banda de heavy metal do Rio de Janeiro, Sevciuc, Alexandre Fersan, também da banda, e eu. Há também um baixista. Talvez eu consiga encaixar mais um vocal feminino, mas o nosso álbum já está quase pronto.
Luciane Cunha: E para quando é o lançamento?
Célio Azevedo: No primeiro semestre de 2020, com certeza. Vocês podem conferir na Amazon, Apple Music, Spotify, Google Play, Deezer, etc.
Luciane Cunha: Quando você iniciou a carreira musical e quais são as suas principais influências?
Célio Azevedo: Eu comecei na verdade quando era criança, quando meu pai me deu meu primeiro violão. Mas oficialmente, comecei no final de 1999. De lá para cá, nunca parei de fazer música.
Minhas influências principais são The Doors, Radiohead, Blur, Beatles, Helloween, Stratovarius, Blind Guardian, além de vodka russa. Risos.
Luciane Cunha: Entre as bandas Scout e Prematório, qual das duas te marcou durante os seus mais de 20 anos de carreira?
Célio Azevedo: A Scout foi a minha primeira banda a qual pude dizer que era realmente minha, formada por mim. A Prematório é um projeto mais maduro e profissional. A primeira banda a qual participei foi uma chamada "Metalwave", que tocava covers diversos. Nessa daí fui apenas um vocalista convidado. Logo depois, saí e criei a Scout, que teve músicos como Edson Gama e Hugo Bhering. Atualmente, estou mais focado nessa carreira solo.
Luciane Cunha: Você acha que o politicamente correto tem atrapalhado o rock?
Célio Azevedo: Não só o rock, como todos os aspectos da vida cotidiana. Hoje em dia, o mundo está muito chato e não podemos falar mais nada. Deveríamos ter mais liberdade para ofender os outros. Risos.
Luciane Cunha: O que você espera para o futuro da música como um todo?
Célio Azevedo: A música nunca vai parar de nos surpreender com coisas espetaculares. No entanto, cada vez mais está difícil existir algo que seja totalmente original, pois quase tudo já foi criado anteriormente.
Luciane Cunha: E da política mundial?
Célio Azevedo: Vejo uma guinada liberal no ocidente e uma eurasiana no oriente. No mundo, não há mais lugar para esquerdismos radicais.
Luciane Cunha: Qual é a sua mensagem final para os nossos espectadores?
Célio Azevedo: Façam o que querem e não liguem para o que os outros pensam de você, mas nunca se esqueçam de buscar o que é belo. Se você quer ser músico, faça pela arte, não apenas pelo dinheiro, que também é importante, mas não é tudo na vida. Um grande abraço a todos!
Luciane Cunha: Agradeço pelo seu tempo e espero entrevistá-lo mais vezes.
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