Dream Theater
Postado em 06 de abril de 2006
Em 1985 John Petrucci (guitarrista) e John Myung (baixista), provenientes de Long Island, estudavam no famoso Berklee College of Music, em Boston. Nas salas de ensaio desta escola, conheceram o baterista Mike Portnoy, de Long Beach. Rapidamente descobriram que tinham muito em comum e resolveram formar uma banda, chamando para acompanhá-los o vocalista Chris Collins e o tecladista Kevin Moore. O nome inicial da banda foi Majesty. Em 1988 descobriram que o nome Majesty já pertencia a uma outra banda de Las Vegas e, por sugestão do pai de Mike, adotaram o nome Dream Theater (nome de uma sala de espetáculos da Califórnia).
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Após lançar uma fita demo com seis canções (que traziam a primeira amostra do seu metal progressivo com influência de música clássica, estilo que mais tarde seria adotado por diversas bandas) o vocalista Chris Collins foi demitido por não conseguir se adaptar ao estilo da banda, e para o seu lugar foi chamado Charlie Dominici. Mesmo não sendo ainda uma banda profissional (todos tinham empregos paralelos para se sustentar) com esta formação gravaram seu primeiro disco, "When Dream And Day Unite". O disco foi excelentemente aceito pela crítica musical e possivelmente só não foi um grande sucesso de público em virtude da tiragem bastante limitada. A difusão em rádios, porém, foi suficiente para que a banda conseguisse um bom reconhecimento dos fãs e shows em pequenos clubes sempre lotados. A chance para um vôo mais alto veio com o convite para abrir um show da banda de rock progressivo Marillion (conta a lenda que o Marillion exigiu o Dream Theater como banda de abertura).
Infelizmente, porém, novamente por diferenças musicais, tiveram de despedir seu vocalista. Durante cerca de dois anos se apresentaram sem um vocalista fixo, porém não cessaram a composição de material novo nem as apresentações. As faixas instrumentais compostas dariam origem ao álbum "Images and Words". Passaram neste período pela banda diversos vocalistas, entre outro John Arch (que havia tocado com o Fates Warning), Steve Stone e Chris Cintron. O cargo ficaria porém com um vocalista da banda canadense Winter Rose, que lhes enviou uma fita e o oferecimento para se juntar à banda. Finalmente havia sido encontrado o vocalista procurado a tantos anos, Kevin Labrie (que adotou o nome James Labrie para evitar confusões visto que a banda já tinha dois Johns e dois Kevins).
Em 1991 finalmente saiu "Images and Words" e o convite para abrir alguns shows para a banda Iron Maiden. A excelente recepção por parte da MTV e o estouro de vendas de "Images and Words" no Japão (país sempre receptivo ao metal mais melódico) levou a banda a fazer sua primeira turnê mundial. Na Europa fizeram as gravações para o EP ao vivo "Live at the Marquee".
Em meio à gravação do terceiro disco, porém, o tecladista Kevin Moore resolveu abandonar a banda para seguir carreira solo. Ainda sem substituto terminaram a gravação de "Awake", que imediatamente conquistou o mercado americano e europeu e se tornou talvez o mais importante álbum da sua carreira. Para o lugar de Moore seria chamado Derek Sherinian (que já havia tocado com o Kiss e Alice Cooper).
Em 1995 foi lançado o EP "A Change of Seasons", contendo o épico de mesmo nome que devido a seus 26:03 minutos, não pôde ser lançado no album "Images and Words". Além disso, o EP contou com mais alguns covers ("Funeral For a Friend/Love Lies Bleeding", de Elton John, "Perfect Strangers", do Deep Purple, as fusões de "The Roover", "Achilles Last Stand" e "The Song Remains The Same", do Led Zeppelin, e de "In The Flesh?", "Carry On Wayard Son", "Bohemian Rhapsody", "Lovin Touchin, Squeezin", "Cruise Control" e "Turn It On Again", respectivamente do Pink Floyd, Kansas, Queen, Journey, Dixie Dregs e Genesis) gravados ao vivo no Ronnie Scott's Jazz Club, em Londres.
O álbum "Falling into Infinity" veio com músicas um pouco mais melódicas, não tanto agressivas como no "Awake". O tecladista Derek Sherinian, de influência pop, mudou levemente o som da banda, não sendo muito bem recebido pelos fãs. As músicas mais marcantes foram as baladas "Take Away My Pain" (um desabafo de John Petrucci pela perda do seu pai) e "Anna Lee". Antes do disco sair, a banda entrou em tour, passando inclusive pelo Brasil.
Alguns fãs mais antigos não gostaram do álbum, e um dos destaques foram as músicas inclusas em singles, como "The Way It Used To Be" e a versão demo de "You Not Me". Em outubro de 1998 a banda lançou o segundo registro ao vivo, "Once In a LiveTime". O álbum deixou de fora algumas faixas dos discos iniciais. Um vídeo, com o nome "5 Years in a LiveTime" surgiu também, com os principais momentos da banda nos últimos 5 anos - imagens ao vivo, em estúdio e clipes.
Enquanto isso, os projetos paralelos começaram a surgir. O mais conhecido foi o Liquid Tension Experiment, com Petrucci, Portnoy, Jordan Rudess ("the Keyboard Wizard", do Dixie Dregs) e Tony Levin (Pink floyd, King Crimson). Foi uma viagem progressiva ao extremo, marcada por jams bem divertidas. Mas no início do ano, uma bomba: a banda trocou o tecladista. Alegou que com o disco ao vivo estava encerrando um período de sua história. Como substituto para Derek, chamaram o amigo Jordan Rudess. Os fãs antigos voltaram a acreditar na banda, com fortes esperanças de um Dream Theater de volta aos bons tempos.
Durante 1999, boas surpresas. John Muyng emprestou seu baixo, junto de Derek Sherinian, ao Platypus e no Guardian Knot. John Petrucci gravou junto da mesma equipe do LTE o segundo disco, e Mike Portnoy ainda teve tempo para participar do Transatlantic, junto a músicos do Marillion e Spock's Beard. O vocalista James LaBrie não deixou por menos, e em setembro lançou o Mullmuzzler. Em outubro é lançado "Scenes From a Memory", um álbum conceitual e descrito por Mike Portnoy como o disco que ele sempre quis fazer.
Após o sucesso do álbum "Scenes From a Memory" e a tour mundial que se seguiu, a banda gravou, no Roseland Balroom, em Nova York, um DVD contendo o show e sua super-produção, com direito a corais, convidados e um telão. O show, de três horas e meia, seria lançado também como um CD triplo. A data marcada para o lançamento do mesmo, infelizmente, coincidiu com os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001, e mais infelizmente ainda, a capa do CD trazia as Torres Gêmeas dentro de chamas. Todos os CDs foram recolhidos e a capa refeita, trazendo agora o símbolo da banda no lugar da maçã (The Big Apple) e das torres.
Mas nem mesmo as trágicas coincidências foram suficientes para abalar a criatividade da banda, que novamente se trancou no Bear Tracks Studio e saiu de lá com um disco duplo, experimental e controverso. "Six Degrees of Inner Turbulence", lançado em 2001, trazia músicas já extensas no primeiro CD (a menor faixa tem quase 7 minutos), e um épico de impressionantes 42 minutos de duração, dividido em 8 partes, no segundo CD.
Após a turnê do bem sucedido "Six Degrees Of Inner Turbulence", além de projetos paralelos, no início de 2004, lançam um novo álbum, intitulado "Train Of Thought", que como o trabalho anterior, muda um pouco a linha musical do Dream Theater, levando a críticas severas de fãs antigos. Realmente, o trabalho contém linhas mais pesadas do que qualquer outro álbum anterior, nao deixando o feeling, a virtuosidade, a técnica, o progressivismo, e até a boa vontade de lado. Possui letras excepcionais, dando destaque à ótima "In The Name Of God" que fecha o álbum, entre outras, com tempos extensos, e com belas letras e harmonias.
(Colaborou: Breno Cacossi Capodeferro)
A Tour do Train of Thought acaba por ser registrada em um álbum triplo chamado "Live At Budokan", contando com uma ótima performance ao vivo da banda. Destacam-se as versoes de "Beyond This Life" e de "Hollow Years".
Passada a turnê do TOT, o Dream Theater entra em estúdio novamente para a gravação do álbum entitulado "Octavarium", que após o lançamento rendeu bons comentários por parte de alguns, mas não foi muito bem recebido pela corrente de fãs fundamentalistas. As sete primeiras músicas do álbum possuem recursos musicais diferentes, como uma ainda maior utilização de sons eletrônicos, e influência de estilos musicais mais atuais como o new-metal. Há também algo nunca visto antes no Dream Theater: solos escassos. A oitava música, que dá nome ao álbum, é a mais comprida, com aproximadamente 24 minutos, e parece de certa forma distoar das outras cançoes do álbum... em alguns aspectos, parece voltar ao rock progressivo essencial, mas de uma forma bem Dream Theater.
Agradecimentos:
Allan Lopes, André Pase, Pedro Oliveira, Luiz Henrique Facci Urban
Colaborou: Breno Cacossi Capodeferro
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