Mike Portnoy diz que há um "Lars Ulrich" de diferença entre ele e Neil Peart
Por Gustavo Maiato
Postado em 18 de outubro de 2025
Mesmo sendo considerado um dos bateristas mais técnicos e influentes do rock e metal progressivo, Mike Portnoy acredita que seu estilo é mais "solto" e espontâneo do que o do lendário Neil Peart, do Rush. Em entrevista exclusiva ao Ultimate Guitar, o músico do Dream Theater falou sobre as diferenças entre eles e compartilhou lembranças emocionantes do amigo, falecido em 2020.
Portnoy, que cresceu ouvindo o Rush e sempre considerou Neil um de seus maiores ídolos, explicou que o convívio com o baterista foi marcante em vários níveis - especialmente no campo pessoal. "Foi uma honra ter me tornado amigo dele nos últimos 15 anos antes de ele falecer. Acho que minha melhor lembrança é a última vez que o vi, simplesmente por ter sido a última vez que o vi", contou.
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Segundo o baterista, o encontro aconteceu durante a turnê de despedida do Rush, quando ele levou o filho, Max, para conhecer o ídolo. "Neil nos convidou para assistir à turnê e passou a tarde com a gente. Deixou o Max sentar na bateria, deu a ele suas baquetas, uma pele de bateria e abriu o camarim para nós. Foi como um rito de passagem."
Com emoção, Portnoy acrescentou: "Cresci ouvindo o Rush, e Neil era meu herói. O fato de o Max ter podido vê-lo ao vivo antes de ele se aposentar e antes de falecer... e de ele ter sido tão gentil conosco... guardo essa lembrança com muito carinho. Eu não fazia ideia de que seria a última vez que o veria pessoalmente."

Ao ser questionado sobre as influências técnicas que herdou de Peart, Portnoy destacou o lado criativo e musical do lendário baterista: "As coisas que peguei do Neil foram o kit de bateria enorme e a forma como ele era tão musical na construção das partes. Cada seção da música se desenvolvia de um jeito muito consciente e elegante."
Mesmo assim, ele reconhece que o estilo de ambos é bastante diferente. "Sou muito mais enraizado no metal. Trago elementos de Lars Ulrich e Vinnie Paul para o Dream Theater, enquanto o Neil vinha mais do prog tradicional. Ele era metódico, tocava tudo igual todas as noites. Eu sou o oposto - preciso improvisar, viver o momento."

Portnoy define seu estilo como uma ponte entre o rigor técnico de Peart e a pegada instintiva de Ulrich. "Eu trago um estilo mais solto, meio Lars Ulrich. Estou em algum lugar entre o Lars e o Neil - para o bem ou para o mal."
O baterista se prepara para lançar em novembro o novo álbum ao vivo do Dream Theater, "Quarantième: Live à Paris", que marca mais um capítulo de sua longa trajetória como um dos músicos mais versáteis e carismáticos do rock progressivo moderno.

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