Angra ensina significado de egrégora do bem em Curitiba e enxerga ciclo de dor no retrovisor
Resenha - Angra e Jeff Scott Soto (Ópera de Arame, Curitiba, 13/04/2024)
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de abril de 2024
O mundo do esoterismo cunhou o conceito de egrégora – que é a energia que resulta dos pensamentos e sentimentos emitidos por determinado grupo de pessoas. Os mais sensíveis conseguem captar se essa atmosfera está positiva ou negativa.
No sábado, 13 de abril, na Ópera de Arame, Curitiba, os cinco integrantes do Angra desfilaram seus hits de décadas de carreira (destaque para "Angels Cry", "Lisbon" e "Time"). Houve, claro, espaço para canções recentes do novo álbum "Cycles of Pain", ou "Ciclos da Dor" em português.
"Vida Seca", com Rafael Bittencourt se fazendo de Lenine, "Ride into the Storm", feita sob medida para os fãs de power metal, e a intensa "Tide of Changes", com participação especial de Jeff Scott Soto, mostraram porque tem muito fã considerando este disco como um dos melhores da discografia da banda.
Seja nas interações do cantor Fabio Lione com a plateia, que tratou de levantar das cadeiras do teatro, ou nos sorrisos trocados e na nítida aparência de "estar à vontade" no palco, a egrégora positiva formada pelo quinteto era quase palpável. Esses tais ciclos da dor que nomeiam o último álbum ficaram para trás.
No começo, a dobradinha da era Andre Matos com "Nothing to Say" e "Angels Cry" colocou a Ópera na sintonia para o que viria a seguir: um passeio com mais altos do que baixos por vários discos. Os pontos menos empolgantes da apresentação ficaram com "Cycles of Pain" e "Morning Star", mas nada que apagasse a energia.
Surpresas como "Silent Call" (apenas Bittencourt no formato acústico) e "Gentle Change" (mesmo formato, com adição de Lione) foram acertos. Mais para o final, o convidado Jeff Scott Soto emprestou sua potente voz para uma linda versão de "Tide of Changes". Ele e Lione ainda cantaram "The Show Must Go On", do Queen, perdendo oportunidade de inserir outra do Angra – que cairia melhor.
A já manjada aglutinação de "Carry On" e "Nova Era" foi interpretada ao final e a julgar pela vibração da galera tudo indica que já é hora das duas acabarem com essa simbiose e serem interpretadas em sua totalidade.
Na abertura, Jeff Scott Soto e Leo Mancini fizeram um duo acústico passeando pela carreira de Jeff. Foram tocados clássicos do Steel Dragon ("Livin' the Life"), Talisman ("Mysterious"), Sons of Apollo ("Alive"), W.E.T. ("Comes Down Like the Rain"), além de covers, como "Crazy", do Seal e "Carry on Wayward Son". Essa última com a participação especial de Renan Zonta, vocalista do Electric Mob, que Soto chamou de "nova geração do rock".
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