Apocalyptica: Um excelente show que agrada diferentes tribos em São Paulo
Resenha - Apocalyptica (Carioca Club, São Paulo, 19/01/2024)
Por Diego Camara
Postado em 08 de fevereiro de 2024
Janeiro é um mês tímido para as apresentações internacionais em São Paulo. Abrindo a agenda do ano de 2024, pelo período de férias escolares, com muitas pessoas viajando, e também o momento de ressaca financeira bastante comum após os gastos no final de ano, é bastante corajoso marcar shows no início do ano, pois eles costumam não ter grande presença de público. O Apocalyptica faz parte da pequena lista de shows que abrem os espetáculos internacionais, a primeira cobertura do Whiplash neste ano. Confira abaixo os principais detalhes do show, com as imagens de Fernando Yokota.
O show começou no horário quase em ponto. A banda subiu ao palco, ovacionada pelos fãs para tocar "Ashes of the Modern World", música do último lançamento da banda "Cell-0", que já se aproxima dos quatro anos de idade. O show começou muito bem, com força instrumental e muita potência. O som alto e pesado da banda enche o Carioca Club, que contou com um público razoável, mas muito distante de lotar a casa.

A banda encaixa com a primeira o cover de "For Whom the Bell Tolls" do Metallica, quase que um expoente eterno da banda que ficou conhecida por fazer esses covers no final da década de 90. O público curte bastante, com uma parte deles tentando puxar os vocais ao som dos cellos, mas só o refrão da música ganha destaque. A banda mostra muita capacidade técnica no show, e a apresentação ganha corpo e força desde o início.

Logo em seguida, a banda lançou o cover de "Refuse/Resist", em uma pegada extremamente rápida que tenta emular o estilo de thrash metal dos brasileiros. Aqui, porém, falta um pouco de potência e pegada. O público acompanha os vocais de maneira bastante tímida, e o cover realmente não encanta no seu resultado, não atingindo nem com força a pancada heavy metal do Sepultura e nem o estilo sinfônico do Apocalyptica.

A falta dos vocais para acompanhar as músicas terminou com a entrada do vocalista Erik Canales ao palco, que subiu para fazer uma pequena sequência musical. A primeira foi "I’m not Jesus", que convidou o público a cantar juntos em especial o refrão. A canção, porém, não pareceu causar o mesmo ânimo no público, que no geral se reservou a uma performance acanhada na pista. "Not Strong Enough", que veio depois, essa sim colocou fogo nos fãs, que cantaram a plenos pulmões.

A sequência é de altos e baixos, pois "Rise" veio logo em seguida com uma pegada mais lenta, que faz o público ficar quieto, encantado, apenas observando as nuances musicais dos cellos, emocionados com a performance da banda. "Shadowmaker" é outra flertar com a pegada lenta, mas sua explosão de som no solo leva novamente o público ao delírio.

"I Don’t Care", um dos grandes sucessos da banda, é outra explosão de som que o público canta com muita vontade, acompanhando o vocalista. Já se aproximando do final, a banda veio com outra sequência de covers. O primeiro foi "Nothing Else Matters", do Metallica, uma das musicas responsáveis por alavancar a banda. Em uma versão um pouco mais pesada e pegada do que a original do "Inquisition Symphony", o público cantou junto, puxando bem o refrão. A performance é emocionante e encantadora.

"Inquisition Symphony", do Sepultura, veio logo em seguida, e a sequência terminou com "Seek & Destroy", uma boa performance de brutalidade e rapidez nestas duas. "Farewell" vai alinhando o final do show com uma música mais cadenciada e melodiosa, uma performance realmente mágica da banda no ao vivo. O show é fechado com "Peikko", uma performance realmente forte do cello metal encontra a música clássica.

No geral, o show do Apocalyptica foi de uma performance realmente incrível em um encontro de fãs do heavy metal mais tradicional, amantes da fusão do gênero com a música clássica e os amantes da música gótica. Todos encontram no Apocalyptica a sua casa. Há, porém, uma vagarosa e perene travessia da banda para um estilo mais popular, com o uso primeiro da bateria e posteriormente dos vocais. O caminho para a popularidade no gênero parece ir por este caminho.

Setlist:
Ashes of the Modern World
For Whom the Bell Tolls (Metallica cover)
Grace
Refuse/Resist (Sepultura cover)
I'm Not Jesus
Not Strong Enough
Rise
En Route to Mayhem
Shadowmaker
I Don't Care
Nothing Else Matters (Metallica cover)
Inquisition Symphony (Sepultura cover)
Seek & Destroy (Metallica cover)
Farewell
Peikko













Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Brian May escolhe os 5 maiores bateristas e inclui um nome que poucos lembram
Com shows marcados no Brasil em 2026, Nazareth anuncia novo vocalista
Cinco músicos brasileiros que integram bandas gringas
Disco do Pink Floyd atinge o topo das paradas do Reino Unido 50 anos após lançamento
A banda que John Paul Jones considerava num patamar acima do Led Zeppelin
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Rodolfo Abrantes lembra cachê de R$ 22 após deixar o Raimundos
O megavocalista que Axl Rose teve como seu maior professor; "eu não sei onde eu estaria"
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
Max Cavalera achou que seria substituído no Sepultura por alguém como Robb Flynn
O disco que o incansável Max Cavalera mais se divertiu gravando
O álbum do rock nacional que Rick Bonadio se recusou a lançar - e até quebrou o CD
Saída do Scorpions marcou queda irreversível de James Kottak: "Bebia o tempo todo. Dia e noite"
Esposa de Gene Simmons mostra "suspeito" levando presentes de Natal na porta de casa

Molchat Doma retorna ao Brasil com seu novo álbum Belaya Polosa
Gloryhammer - primeira apresentação no Brasil em ótimo nível
Planet Hemp é daquelas bandas necessárias e que fará falta
Masterplan - Resenha e fotos do show em Porto Alegre
Em 16/01/1993: o Nirvana fazia um show catastrófico no Brasil
Deicide e Kataklysm: invocando o próprio Satã no meio da pista


