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Violator: a fantástica conexão com o público em um show depois da derrota do fascismo

Resenha - Violator, Dead Enemy, Damn Youth (Fortaleza, 15/05/2023)

Por Leonardo Daniel Tavares da Silva
Postado em 03 de maio de 2023

Fotos por Chris Machado

Pular do palco em um show de punk rock é simplesmente incrível! A sensação de se jogar no meio da multidão, sentir a energia do público e se conectar com as pessoas que estão ali é algo que não tem preço. É uma forma de mostrar que você está completamente imerso na música e no momento, e que está ali para se divertir e se envolver com a banda e com outros fãs. Comportamento relativamente comum nesse tipo de evento, esse tipo de atitude pode ser vista como uma forma de expressão da energia e emoção do momento, além de ser uma maneira de interagir com a banda e com outros fãs presentes no local.

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E pulos e rodas deram a tônica dos três shows promovidos pela Underground Produções no sábado, 15, no Hard Noise, em Fortaleza.

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Felizmente, a chuva que caiu durante a noite não atrapalhou em nada o festival com DEAD ENEMY, DAMN YOUTH e VIOLATOR (as duas primeiras, de Fortaleza, e o VIOLA, de Brasília). São Pedro, Thor, Zeus ou Tlaloc deram uma folga aos raios e à chuvarada por exatamente o tempo necessário para que as três bandas (e algumas dezenas de fãs) subissem ao palco do Hard Noise, no Benfica.

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Às 21:30, primeira no palco, a DEAD ENEMY, começou sua apresentação enérgica e contundente prometendo "tocar uma atrás da outra, sem falar besteira". E o mosh já estava quebrando costas durante canções como "Take me Out of This..." e "Words of Lying Fellowship". Com Fernando Gomes no vocal, Mateus Sales na bateria, Júnior Linhares na guitarra e Victor Rasga no baixo, o quarteto despejou seu crossover em cima dos bangers, que violentamente se entregavam ao mosh pit ou aos stage dives. "Politicians are like Cancer", o primeiro som que fizeram, não poderia faltar e não faltou. "Aqui é banda de amigos tocando pra amigos", fez questão de ressaltar Fernando no som rápido, veloz e endiabrado "We Are The Same". Cabe notar também que Rasga estava detonando no baixo.

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"Vamos homenagear aqui quem passa a perna na galera, quem marca turnê e não paga a galera, nem paga as passagens". A "homenagem", "Underground is not Business", foi dedicada a um certo produtor de Fortaleza que recentemente deixou uma banda de outro estado na mão em meio a uma turnê, sem ter ao menos como voltar para casa (não vamos mencionar o nome do rapaz aqui, pois, diante de tantos outros que só ralam para que tenhamos shows de metal na cidade, o sujeito só merece o esquecimento). O público só interrompia o mosh para acompanhar com "hey", "hey", "hey". Ainda rolou "Before Death", "Fight" e uns sons novos ("a gente tá gravando umas coisas feias aí"), enquanto moças e rapazes subiam e se jogavam do palco em direção à turba enlouquecida. Ao fim, o próprio vocalista também deu seu pulo.

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Com pouca demora, logo subiu ao palco a DAMN YOUTH. O segundo quarteto, formado por Elton Luiz (vocal), Ítalo Rodrigo (bateria), Jardel Reis (baixo) e Camilo Neto (guitarra), já é conhecido no país inteiro pela energia de seus shows e pela postura anti-facho. E aí começa novamente a grande competição para o Stage Dive.

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"Só o Rock Pauleira faz sentido nas nossas vidas", declara Elton antes de "Progress". E ainda afirmou "não tem divisória, a gente tá aí" apontando para o público. E o desfile de thrashera skatista anti-facho e anti-imperialista continuou botando todo mundo na roda (ou no palco). Até o vocalista, se não tiver cuidado, é arrastado para o meio da plateia. Quase ao fim do show, declaram: "Sem piedade pra Nazy". É a deixa para algumas de suas mais emblemáticas canções: "No Mercy to Nazy Simpathy" e "Nazy Punk / Bangers Fuck Off".

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Perto de 100% do público já tinha subido ao palco por pelo menos alguns segundos naquela noite, mas ainda faltava a atração principal, o VIOLATOR. E se as nossas costas e joelhos ainda não estavam completamente quebradas, logo Pedro "Poney" Arcanjo (baixo e vocal), Felipe Miuza (guitarra, substituindo Capaça), Márcio "Cambito" (guitarra) e David "Batera" Araya (bateria) tratariam de dar um jeito nesse sério problema.

O show começou com a coleção de riffs "Ordered to Thrash", a ode mais eloquente ao estilo que todos amamos. E, claro, a cada frase de guitarra, uma volta dos bangers no meio do hard noise ou uma puladela do palco.

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"Boa noite Fortaleza, nós sobrevivemos", festejou Pôney. "Nos sobrevivemos, nós vamos viver e morrer essa noite", prometeu ele antes da pedrada "Atomic Nightmare".

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Pôney voltou a comentar: "A gente tá passando um 'presentismo ' com as redes sociais, tudo é pra ontem, tudo é pra agora, tudo tem que ser visto e resolvido imediatamente. A gente até esquece a desgraça que passamos". E lembrou: "Infelizmente nem todas as pessoas sobreviveram esse a quatro anos de noite profunda. Em homenagem a essas pessoas, estamos aqui". Impossível não lembrar também do nosso grande Sílvio Bezerra, ícone e pioneiro do Heavy Metal no Ceará com a BEOWULF, e de outros nomes como Carlinhos Perdigão e tantas outras pessoas que perderam a vida devido ao descaso do governo passado com a Covid ou suas consequências.

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"Os últimos anos foram de resistência, que a gente saiba transformar essa resistência em vida criativa", ele continuou. E mandou "Respect Existence or Expect Resistence".

"Graças a vocês, nos derrotamos..." ele mal acabou de dizer e o coro "Ei, B******** vai tomar no cu" (já falei antes, as estrelinhas são porque minha mãe me deu educação e eu não falo palavrão).

Miuza completou com o brado "Sem Anistia". A próxima canção é um brinde ao ex-presidente, claro, "False Messiah".

Hora de "Toxic Death" e pedidos do maior circle pit da noite. Nem precisava. E antes de "Futurephobia", Pôney saudou bangers que vieram de muito, muito longe para lotar o Hard Noise até a tampa. "Fortaleza e uma cidade muito especial pra gente, muitos amigos, um alô pros surfistas da Caucaia, sobral, limoeiro, gente que veio de Mossoró, do Piauí, da Barra do Ceará". Algumas pancadas depois, ainda homenageou o FACADA, brilho grind da terra.

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"Que a gente tenha muita cabeça muita união pra construir esse novo momento do Brasil" declarou o vocalista antes do momento mais especial da noite. Agora, os fãs que passaram o show inteiro subindo no palco fizeram isso uma última vez. Mas não pularam. Era hora de "UxFxTx" (antecedida por "Destined to Die"). E se o Hard Noise ficou pequeno para tanta gente naquele show, o palco acolheu todos muito bem. E coube todo mundo. Até eu tomei o microfone para repetir "sem anistia".

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Enfim, pular do palco em um show de punk rock ou thrash metal é como se libertar de todas as amarras e restrições que a vida cotidiana impõe. É como se nada mais importasse além da música e da conexão com a banda e com os outros fãs. É um momento de pura euforia, onde todas as preocupações e ansiedades são abandonadas e nos tornamos capazes de se entregar completamente ao momento. A adrenalina fluindo através do corpo é indescritível. Dá para sentir a emoção e a energia da música em cada fibra do meu corpo, e é como se estivéssemos em um estado de êxtase que não pode ser alcançado de outra forma. É um sentimento de liberdade e empoderamento que não pode ser encontrado em nenhum outro lugar.

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É preciso notar, no entanto, que não são em todos os estilos de música, mesmo os mais pesados, que isso é aceito. Depende muito da banda no palco, da organização do evento, da segurança de quem vai pular quanto de quem vai, como num abraço, receber o banger e colocá-lo de volta ao chão. Não deixa de ser uma atividade arriscada. E, quando não conveniente, está sujeita a atitudes pouco cordiais de banda ou equipe (vide recente show do UDO no Theatro José de Alencar) ou até algo mais grave (como o evento que terminou com a morte de uma pessoa e marcou para sempre a vida do vocalista Randy Blythe, do LAMB OF GOD). Naquela noite, com DEAD ENEMY, DAMN YOUTH e VIOLATOR, tudo foi só felicidade. Mais um show levado a cabo perfeitamente pela Underground. Mais uma festa underground.

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Agradecimentos:

Underground Produções, pela atenção e credenciamento.

Chris Machado, pelas imagens que ilustram esta matéria.

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FONTE: Headbangers Brasil

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Sobre Leonardo Daniel Tavares da Silva

Daniel Tavares nasceu quando as melhores bandas estavam sobre a Terra (os anos 70), não sabe tocar nenhum instrumento (com exceção de batucar os dedos na mesa do computador ou os pés no chão) e nem sabe que a próxima nota depois do Dó é o Ré, mas é consumidor voraz de música desde quando o cão era menino. Quando adolescente, voltava a pé da escola, economizando o dinheiro para comprar fitas e gravar nelas os seus discos favoritos de metal. Aprendeu a falar inglês pra saber o que o Axl Rose dizia quando sua banda era boa. Gosta de falar dos discos que escuta e procura em seus textos apoiar a cena musical de Fortaleza, cidade onde mora. É apaixonado pela Sílvia Amora (com quem casou após levar fora dela por 13 anos) e pai do João Daniel, de 1 ano (que gosta de dormir ouvindo Iron Maiden).
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