Cockney Rejects: um show digno do fim de carreira da banda
Resenha - Cockney Rejects (Hangar110, São Paulo, 29/04/2023)
Por Diego Camara
Postado em 03 de maio de 2023
Neste sábado marcou o que provavelmente será a última passagem do Cockney Rejects por São Paulo. A turnê de despedida ocorreu da melhor maneira que poderia: numa casa conhecida pela cena alternativa, lotada de fãs e com um som espetacular que reuniu todos os amantes do punk rock em um único lugar. Confira abaixo os principais detalhes do show, com as imagens de Fernando Yokota.
Não havia ninguém melhor que o Inocentes, uma das mais importantes bandas do gênero e um dos pioneiros da cena, para abrir um show tão especial. A banda já tinha prometido surpresas para o show, e logo de início já descobrimos que o lendário vocalista Ariel Uliana Jr., que tocou com o Inocentes no início da década de 80 e é o líder da banda Invasores de Cérebros.

A banda abriu o show tocando para um público mediano na casa, mas já no final da apresentação o Hangar 110 estava lotado. O espetáculo foi um soco firme no estômago, com a banda tocando seus principais sucessos. Com Ariel no palco, a banda tocou a primeira parte do seu set de 40 minutos com sucessos do início da carreira como "Resto de nada", "Miséria e fome" e algumas músicas pouco tocadas, como "Maldita polícia" e "Morte nuclear".

A segunda parte do show conseguiu ser ainda melhor que a primeira, o Inocentes foi com tudo e fez o público cantar junto em músicas como "São Paulo", "Eu vou ouvir Ramones" e "Pátria amada", onde não faltaram rodas na parte frontal da pista do Hangar 110 e gritos dos fãs. Infelizmente a banda teve que terminar o show com pressa, afinal era necessário deixar o palco para as estrelas da noite

O Cockney Rejects veio logo em seguida. A banda abriu o show com tudo para um público já aquecido e animado com o Inocentes. O público já foi a loucura com "Flares" e "Paper Tiger", cantando junto e batendo cabeça ao som potente das guitarras da banda. Jeff Geggus mostrou grande capacidade vocal, cantando muito desde o início do show e puxando o público.

É difícil até imaginar como uma banda dessas pretende terminar sua carreira, enquanto há artistas por aí que estão só o pó mas continuam vendendo ingressos de shows de qualidade duvidosa. A banda emplacou música após música em um show perfeito para uma casa totalmente lotada, o que mostra que talvez o melhor caminho seja terminar sua carreira em grande estilo.

O som dos instrumentos estava ótimo, mostrando o excelente trabalho tanto da produção da Ataque Frontal e Sobcontrole, quanto o incrível trabalho da equipe técnica do Hangar 110. Até o som do baixo, firme e potente, podia ser ouvido para quem estava mais atento as batidas rápidas da banda.

O show continuou de maneira quase impecável, puxado por Geggus e seu carisma infalível e uma plateia apaixonada. Um dos destaques do show foi "East End", puxada pelas excelentes baquetas de Joe Sansome.

Quando o show foi chegando ao final apareceram as favoritas do público. "War on the Terraces" puxou os fãs de futebol, sendo completada pela excelente "I'm Forever Blowing Bubbles", música cantada pelos fãs do West Ham United, clube da banda.

O show não poderia terminar diferente, com a presença de "Police Car" no bis e fechando com "Oi! Oi! Oi!", música que fez história e classificou todo um subgênero do punk. O público cantou muito cada verso da canção, fazendo o inferno na frente do palco.

Este show provavelmente é o fim do Cockney Rejects, em mais um movimento que vai vagarosamente acabando com toda uma geração. O movimento da vida nunca foi tão presente quanto em momentos como este.

Setlist:
Flares 'n' Slippers
Paper Tiger
We Are the Firm
I Love Being Me
I'm Not a Fool
Urban Guerilla
The Power and the Glory
East End
Headbanger
We Can Do Anything
The Rocker
Join the Rejects
On the Streets Again
The Greatest Cockney Rip Off
Bad Man
War on the Terraces
Hate of the City
Bis:
Police Car
I'm Forever Blowing Bubbles
Oi! Oi! Oi!
Cockney Rejects














Inocentes








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