Resenha - Eric Martin (Teatro Unisinos, Porto Alegre, 13/04/2023)

A cidade de Porto Alegre recebeu Eric Martin no dia 13 de abril. O local escolhido foi o Teatro Unisinos, localizado na zona norte da cidade. O norte americano excursionou pelo país juntamente com a banda Rolls Rock de São Paulo. A abertura ficou por conta dos gaúchos do Marenna.

Fotos por Liny Oliveira

O Marenna é formado por Rod Marenna (vocal), Edu Lersch (guitarra), Bife (baixo), Luks Diesel (teclados) e Arthur Schavinski (bateria). De origem gaúcha, a sua proposta musical é o clássico Hard Rock/ AOR. No repertório canções de toda a carreira. O início teve a energética "Voyager" que dá nome ao último álbum, lançado em 2022. Na sequência "Never Surrender" (do primeiro disco, "No Regrets", 2016) e "Pieces of Tomorrow" (single, 2021), com direito a Rod incluir a participação do público em algumas passagens da música.

"Agora fala sério, que lugar bonito! Nunca tinha vindo aqui (no Teatro Unisinos). Hoje é uma noite muito especial, amigos de Pelotas estão aqui, onde tudo começou. Agora a primeira música do primeiro disco, vamos ver se vocês lembram!", Rod estava se referindo a "You Need To Believe", que abre o primeiro EP da banda, "My Unconditional Faith", lançado no ano de 2015. Com a temática de enfrentar os próprios medos, Rod anunciou "Breaking The Chains", faixa que abre o disco "Voyager". Para apresentar "Wait", Rod foi ao microfone e disse: "Agora vamos apresentar o segundo single do último trabalho. Ela foi composta em parceria com o nosso tecladista Luks". "A próxima se chama ‘Too Young Too Die’, gravamos recentemente um clipe em São Paulo quando estivemos com o Geoff Tate, aproveitamos todo o material, acompanhem nas redes sociais".

No final, Rod agradeceu a todos os presentes e a produção. Anunciou a última do set, "Had Enough", e se despediu dizendo "Muito obrigado, nos vemos por aí", antes da clássica foto da banda com a plateia. Ainda no mês de abril o Marenna fará a abertura do show do Scorpions, também em Porto Alegre.

Um pouco após as 21 horas foi a vez de Eric Martin invadir o teatro. Completaram o palco Edu Costa (guitarra), Mau Seliokas (baixo), Cristiano Ribeiro (teclados) e Francis Rouxinol (bateria). O setlist estava recheado de canções de todas as fases do Mr. Big, inclusive canções que não são apresentadas ao vivo há muito tempo. "Gotta Love The Ride" foi a escolhida para dar início a festa, seguida das clássicas "Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)" e "Alive and Kickin’", ambas presentes no álbum de maior sucesso do Mr. Big, "Lean Into It" (1991).

Extremamente carismático e comunicativo, a primeira troca de palavras de Eric com a plateia veio por causa da microfonia de algum instrumento, causando um som que Eric assemelhou com o de um disco voador, dizendo que os aliens levariam todos ali presentes em uma nave. Depois desse momento engraçado, ele disse: "espero que eles gostem dessa!" e apresentou "Superfantastic" ("Get Over It", 1999). Após "Fragile" (a qual Eric disse que ama), ele agradeceu aos fãs pelos aplausos com um sonoro "obrigado", dizendo em seguida que vem tantas vezes para o Brasil que já está falando "brigado", como costumamos falar informalmente.

"Vocês notaram que o baterista e o tecladista saíram do palco?" perguntou o frontman. De imediato seguiu com a fala: "agora faremos um set acústico". "Dancing with My Devils" recebeu uma versão diferente e pesada, mesmo sem a bateria e os teclados. O vocalista dedicou "Take Over" para Pat Torpey, tradicional baterista do Mr. Big que nos deixou recentemente. Muito falante, Eric Martin aproveitou para dizer que esses shows solo dão a ele a oportunidade de tocar as suas canções favoritas as quais não costuma tocar com o Mr. Big. A maioria das músicas não tocadas atualmente pelo Mr. Big tem um motivo: formações diferentes. A banda conta com Paul Gilbert nas guitarras, porém teve uma fase em que Richie Kotzen teve essa função, desempenhando muito bem o seu trabalho e compondo canções maravilhosas que se tornaram clássicas da segunda fase do Mr. Big. É o caso de "Electrified" e "Shine", dos discos "Get Over It" (1996) e "Actual Size" (2001), respectivamente. Adoradas não apenas por Eric, mas por todos os seus fãs porto-alegrenses, que valorizaram muito esse momento.

Na balada "Promise Her the Moon" algo inusitado aconteceu. Após o início, o cantor parou tudo e disse que ela não estava no tempo certo. Sendo ela muito linda para estar no tempo errado. Em seguida pediu para Cristiano reinicia-la nos teclados e tudo certo até o final. Com Eric no violão, praticamente o tempo inteiro, chegou a hora que muitos esperavam. As power ballads "Wild World" e "To Be With You" estiveram presentes e fizeram com que os fãs cantassem muito. Nesse momento Eric convocou o seu público, pedindo para todos se levantarem das cadeiras e se aproximarem do palco. De forma mais intimista o clima ficou muito mais agradável e com cara de show de rock and roll.

Na parte final, "Addicted to that Rush" e "Colorado Bulldog" encerraram a noite. Em diversos momentos Eric chamou o "Pápa", manager responsável por cuidar dos shows solo e do Mr. Big. Pápa falou em espanhol com o público, informando que Eric estava muito feliz em falar bastante, pois não pode fazer isso nos shows com a banda completa. Além do mais, Eric falou muito mesmo. Entre as suas falas pronunciou três palavras em português: "coxinha, bunda e obrigado", proporcionando muitas gargalhadas por todo o teatro. Fez o que se esperava dele mesmo: muito carisma, alegria e perfeccionismo nas maravilhosas canções do Mr. Big. Aliás, Pápa deixou avisado que no próximo ano o Brasil irá receber mais uma vez Eric Martin e Mr. Big para shows especiais Nos resta ficar no aguardo desse retorno no ano de 2024.

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