Maneskin: um show super energético para o público jovem
Resenha - Maneskin (Espaço Unimed, São Paulo, 09/09/2022)
Por Diego Camara
Postado em 13 de setembro de 2022
Depois de fazer grande sucesso em sua apresentação no Rock in Rio, a banda italiana Maneskin veio para São Paulo para fechar sua passagem no Brasil. Sendo um dos destaques na Cidade do Rock, além de grande recepção da crítica especializada realmente gabaritou a banda para uma apresentação de casa cheia no Espaço Unimed. Confira abaixo os principais detalhes do show, com as ótimas imagens de Fernando Yokota.
O público jovem dominava a pista do Espaço Unimed na noite de sexta-feira quando o Maneskin subiu ao palco com 10 minutos de atraso para a sua apresentação. Eles se amontoavam, ansiosos, nas pistas e nos camarotes da casa, muitos inclusive dividindo o espaço com os seus responsáveis. Os fãs chamavam a banda para o palco e gritaram em diversos momentos palavras de ordem contra o governo Bolsonaro.

Quando a banda subiu ao palco, foi uma enorme festa. A gritaria e a cantoria dos fãs foi enorme, deixando o som dos instrumentos se perdendo com os vocais de milhares de pessoas que cantavam "Zitti e Buoni" em conjunto com Damiano David. O som é bem interessante, tendo uma pegada que mistura um estilo meio industrial, com uma pegada eletrônica e uma pitada de gótico.

As batidas transformaram a casa numa grande pista de dança, e o público pulava e se amassava com tanta intensidade que fazia o chão tremer. O público cantou muito todas as músicas, com os vocais inclusive substituindo em vários momentos os de Damiano David. "In Nome del Padre" é um grande exemplo disso, onde em diversos pontos o vocalista simplesmente entregou a tarefa para os fãs cantarem a música, inclusive para a surpresa enorme dele, que elogiou a consistência musical dos fãs e a qualidade vocal dos brasileiros.

O Maneskin é jovem, sensual e extremamente escrachado em seu estilo, o que pega muito com os fãs mais jovens, que gostam dessa versão extremamente visual do rock. O público parecia extremamente vidrado, e o cover de "Beggin’" somente cimentou ainda mais esta relação. A banda tem presença de palco, e o show parece ser extremamente bem coordenado para levar o público a este estado de insanidade e paixão.

Começa um momento, porém, que tudo parece soar meio repetitivo, como um plano bem arquitetado e construído onde nada pode dar errado. As idas constantes da banda até a grade, como que mecanicamente e sem trazer algo novo, parece a tentativa de prosseguir com uma fórmula que deu certo mais do que uma iniciativa fluída da banda. Parece nestes pontos faltar um pouco de traquejo aos integrantes, ainda jovens e com pouca experiência de palco, para tornar a apresentação mais natural.

Tirando isso, porém, há enormes qualidades na banda. O som do baixo de Victoria de Angelis é realmente impressionante e muito forte, especialmente quando ele se sobressai de toda a linha musical e puxa para si o protagonismo. A banda soa incrivelmente bem nos ritmos, e a repetição sonora puxada o estilo eletrônico serve para manter o público atento à performance durante todo o show.

E isso funciona incrivelmente bem. O público cantou durante todo o show rivalizando com os vocais da banda, fazendo com que o som altíssimo da casa não fosse páreo para os pulmões do público. A equipe técnica, por sinal, de parabéns mais uma vez, tanto da casa quanto a Move Concerts conseguiram trazer um show a altura do gênero.

Setlist:
ZITTI E BUONI
IN NOME DEL PADRE
MAMMAMIA
LA PAURA DEL BUIO
Beggin' (cover do Four Seasons)
CORALINE
Close to the Top
SUPERMODEL
FOR YOUR LOVE
Touch Me
My Generation (cover do The Who)
I WANNA BE YOUR SLAVE
I Wanna Be Your Dog (cover do The Stooges)
LIVIDI SUI GOMITI
Bis:
Le parole lontane
I WANNA BE YOUR SLAVE























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