Nervosa: a pista do Bar Opinião virou um grande mosh pit
Resenha - Nervosa (Bar Opinião, Porto Alegre, 11/12/2019)
Por Mateus Rister
Postado em 17 de dezembro de 2019
Na noite de quarta-feira (11/12), Porto Alegre recebeu pela primeira vez o show da banda NERVOSA, um dos grupos brasileiros que mais cresce no cenário mundial da música pesada. O power trio feminino de Thrash Metal, está em tour divulgando seu mais recente trabalho, o álbum "Donwfall of Mankind", lançado em 2018. A apresentação ocorreu no Bar Opinião, com produção da Rei Magro Produções.
Passava das 21h quando o público que enchia o local presenciou o início do espetáculo. As meninas começam a noite com "Horrordome" e mesmo com a pequena falha no equipamento de som da guitarrista Prika Amaral, mostram que não vieram para brincadeira. Em seguida já emedam "…And Justice From Whom?". Fernanda Lira agradece a presença de todos antes da próxima música, "Intolerance Means War".
A iluminação em tons de vermelho, roxo e verde, aliada a postura de palco da banda, contribuem muito para reforçar a agressividade das músicas, que seguem uma sequência frenética, com "Bleeding", "Arrogance", "Hostages", "Enslave" e "Time Of Death", transformando a pista do Bar Opinião em um grande mosh pit.
O público começa a gritar o nome da baterista Luana Dametto, que incentivada pela vocalista Fernanda, inicia um curto, mas veloz, solo de bateria. Realmente é impressionante ver Luana tocar, com sua velocidade extrema, utilizando pedal duplo e a famosa técnica bleast beats, mas com o semblante e elegância de quem está fazendo uma caminhada leve no parque. Com certeza, a gaúcha de Tapejara foi um achado para a banda, que contou com outras grandes bateristas, mas que achou em Luana o ingrediente certo. Essa combinação certeira já é possível ser notada no álbum "Donwfall Of Mankind", que possui em muitos momentos, uma pegada mais Death Metal, influenciada pela forma de Luana tocar.
Chega a vez da única música cantada em português no concerto, "Guerra Santa", que Fernanda apresenta falando dos perigos de aliar política e religião em um governo. O show segue com as poderosas "Kill the Silence", "Raise Your Fist!" e "Vultures".
Vale muito ressaltar o carisma de Fernanda Lira. A baixista e vocalista, além de desempenhar muito bem o seu papel como instrumentista e cantora, com sua voz rasgada que caí muito bem para o estilo de suas músicas, ainda é uma frontwoman como poucas. Suas caretas, olhares e modo de se portar, encarar o público e interagir com as outras integrantes, é sensacional. Podemos notar a influência de Cronos (VENOM) em sua performance, mas a essa altura de sua carreira, Fernanda já possui identidade própria e merece muito crédito por desempenhar de forma magistral todos os papéis que se propõem em cima do palco. Também não podemos deixar de mencionar seu posicionamento e pensamento crítico, sem medo de retalhações por defender o que acredita. Um exemplo aconteceu quando Fernanda pegou uma bandeira com o rosto da vereadora Marielle Franco (assassinada em 2018) e colocou em suas caixas do amplificador do baixo, onde permaneceu até o fim do show.
A noite segue com o primeiro hit do grupo, a já clássica "Masked Betrayer", que leva o público a loucura com sua pegada Thrash, refrão forte e direito a coreografia de Fernanda e Prika, empunhando seus instrumentos como armas. Nessa altura, chega até ser injustiça ainda não ter mencionado Prika Amaral. A guitarrista se vira em duas para dar conta de todas as bases e solos. É uma metralhadora de riffs, além de manter uma boa presença de palco, assumindo a posição central sempre que necessário. Seus backings vocals também não ficam para trás, com voz gutural que dá um contra ponto interessante ao vocal rasgado da Fernanda.
O trio toca mais uma do disco novo, "Fear, Violence And Massacre", seguida pelo "Death", single do álbum "Victim of Yourself" de 2014, e retornando para o disco mais recente com "Never Forget, Never Repeat". Estasiados pelo espetáculo de Thrash e Death Metal que estão presenciando, o público lamenta quando Fernanda anuncia que o show está chegando ao fim. Após agradecer mais uma vez e pedir para o público se preparar, a vocalista anuncia "Into Moshpit". A multidão concorda e faz sua parte.
A banda agradece o carinho que recebeu durante toda a noite, distribui palhetas e baquetas, faz a tradicional foto com a plateia e se despede. Os fãs ficam por mais uns minutos, pedem por mais uma música, mas infelizmente o show acaba por ali.
Quem pagou para ver um espetáculo de Metal, com certeza, não saiu decepcionado, pois foi um show com tudo que os fãs esperam de uma grande banda. A NERVOSA não poderia ter feito uma estreia melhor em palcos porto-alegrenses e o público certamente já espera por uma próxima oportunidade de assistir a banda ao vivo mais uma vez.
Imagens:
Alex Vitola, Jailson "Véio" Dias e Mariane Prestes
Outras resenhas de Nervosa (Bar Opinião, Porto Alegre, 11/12/2019)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A melhor banda de rock de todos os tempos, segundo Bono do U2
Mystic Festival terá cerca de 100 bandas em 4 dias de shows; confira os primeiros nomes
"Melhor que os Beatles"; a banda que Jack Black e Dave Grohl colocam acima de todas
As 50 melhores bandas de rock da história segundo a Billboard
"Come to Brazil" - 2026 promete ser um ano histórico para o rock e o metal no país
Andreas Kisser quer que o último show do Sepultura aconteça no Allianz Parque
Bangers Open Air 2026: cinco apresentações que você não pode perder
Deep Purple continuará "até onde a dignidade humana permitir", declara Ian Gillan
Helena Nagagata reassume guitarra da Crypta
A maneira curiosa como James Hetfield reagia aos fãs que o ofendiam por conta de "Until It Sleeps"
Três Álbuns Seminais Lançados em 1975, nos EUA
Rock in Rio 2026: vendas do Rock in Rio Card começam em dezembro
O surpreendente Top 5 de álbuns do Iron Maiden para Tobias Sammet, do Avantasia
A analogia com Iron Maiden explica decisão do Avantasia, segundo Tobias Sammet
Tobias Forge quer praticar mergulho para tornar uso de máscara no palco menos claustrofóbico
A opinião de Yoko Ono sobre Paulo Ricardo ter regravado "Imagine" de John Lennon
Conheça todos os 11 músicos que já tocaram na Legião Urbana além de Russo, Bonfá e Dado
Produtor do álbum de David Gilmour não sabia quem é Richard Wright
As 10 bandas favoritas do metal brasileiro no Metal Storm
A música que faz Prika Amaral querer cantar e tocar bateria ao mesmo tempo
A categórica opinião de Prika Amaral sobre o Kreator; "O som deles só melhorou"
Prika Amaral não gostava do Judas Priest quando era adolescente; "Grande erro!"
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente
Em 16/01/1993: o Nirvana fazia um show catastrófico no Brasil



