Made In Brazil: Festa, Rock e Blues no dia dos pais
Resenha - Made In Brazil, Power Blues e EVS (Jai Club, São Paulo, 12/08/2018)
Por Alexandre Veronesi
Postado em 18 de agosto de 2018
Rock Festa! O título do mais recente álbum ao vivo da célebre MADE IN BRAZIL resume com primor o que é uma apresentação dos caras. A banda trouxe sua alegria e irreverência ao Jai Club (situado na Vila Mariana, em São Paulo) no último domingo, dia dos pais, em evento que contou também com os grupos POWER BLUES e EVS.
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O power trio EVS foi o primeiro a subir ao palco, pouco após as 19h30. Edu (vocal e guitarra), Sergio (baixo) e Itamar (bateria) executaram um set curto, com menos de 30 minutos, mesclando canções autorais, como "Tudo em Nada", com versões de clássicos do naipe de "Aquarela do Brasil" (composta por Ary Barroso nos anos 1930, e regravada por um sem número de artistas) e Ramones. Infelizmente, a atuação foi fraca e não empolgou os poucos presentes no local. Com todo o respeito aos músicos, mesmo sendo uma banda com alguma experiência, a mesma não possui boa sincronia e apresenta deficiências técnicas incômodas, especialmente no quesito voz. Se o intuito é só tocar para os amigos e se divertir, ok; mas, se existe alguma pretensão, por menor que seja, o conjunto tem muito a corrigir e se aperfeiçoar.
Na sequência, tivemos o Rock N' Roll "blueseiro" do POWER BLUES, grupo formado em 2014, e que conta com um time altamente gabaritado no cenário nacional: Paula Mota (vocal), Daniel Gerber (guitarra, ex-Made), Daniel Kid Ribeiro (baixo) e o lendário Franklin Paolillo (bateria, ex-Made, Joelho de Porco, Tutti Frutti, Marcelo Nova, entre outros). O quarteto foi a grata surpresa da noite (pelo menos pra mim, que ainda não os conhecia), com seu som sólido, vigoroso e contagiante. No repertório da noite, 8 músicas autorais, além de um ótimo cover de "I Put A Spell On You", do Creedence Clearwater Revival. Os 3 instrumentistas são excepcionais e se evidenciam em suas respectivas funções, enquanto a cantora Paula é dona de um timbre distinto e uma voz poderosa. Destaco as canções "Mentes Criminosas", "Sexta-Feira", "A Vida me Espera", "Louca de Pedra" e "Chega de Chorar". O primeiro "full-length" da banda será disponibilizado ao público ainda este ano, e baseando-me neste show, devo dizer que será matador. Vamos ficar de olho!
Chegava então a hora de conferir a lenda da Pompéia, uma das pioneiras do gênero no Brasil e sem dúvidas a mais longeva, com 51 anos ininterruptos de bons serviços prestados ao Rock N' Roll: MADE IN BRAZIL! Oswaldo "Rock" Vecchione (vocal, baixo, guitarra e gaita), Celso "Kim" Vecchione (guitarra e baixo), Guilherme "Ziggy" Mendonça (guitarra), Dimas "Destruidor" Zanelli (bateria), Octávio Lopez Garcia "Bangla" (saxofone) e Solange Blessa (backing vocal) se espremeram no pequeno palco do Jai Club e colocaram todo mundo pra cantar e dançar, iniciando o espetáculo com "Eu Quero Mesmo é Tocar", emendada em "Não Transo Mais (Parte I)". O desfile de clássicos prosseguiu com "Paulicéia Desvairada", "Jack O Estripador" e "Vou te Virar de Ponta Cabeça". Vale ressaltar que algumas canções ganharam novas roupagens com o passar do tempo, além de execuções em tons mais baixos do que os originais (por razões óbvias), o que não compromete em absolutamente nada o resultado final. A exemplo disso, "Treta de Rua" foi apresentada com um novo arranjo, feito em homenagem aos Rolling Stones, uma das grandes influências da banda. Logo após, Oswaldo chama ao palco o cantor Rubão Nardo (ex-Tutti Frutti) e o baterista Franklin Paolillo (que já havia se apresentado anteriormente com o Power Blues) para uma bela versão de "Amanhã é um novo dia". Dando continuidade à festa, tivemos o blues "Tô a Toa", seguido por "Gasolina" e "Os Bons Tempos Voltaram", presentes em "Paulicéia Desvairada" (1978) e "Jack O Estripador" (1976), respectivamente. O último convidado especial da noite, Daniel Gerber (também membro do Power Blues) sobe ao palco na sequência para a execução da trinca "Remédio Pra Dormir", "Deus Salva... O Rock Alivia" e "Fiquei com o Blues", sons nem sempre presentes nos shows do Made. Já passava das 23h, então o frontman brinca que o evento deveria ter se findado às 22h, e que iriam levar o som até meia-noite. Mas, como tudo que é bom dura pouco, a atuação já entrava em sua reta final, com a agitada "Anjo da Guarda" (única representante do famoso debut popularmente conhecido como "disco da banana", de 1974), sucedida por "Minha Vida é o Rock N' Roll", hino absoluto que encerrou a noite de forma magistral.
O único porém ficou por conta do baixíssimo público, que certamente foi aquém dos 100 pagantes, fato até compreensível devido à data comemorativa, clima gelado e horário não muito favorável, tratando-se de um domingo. De qualquer forma, para aqueles que não puderam estar presentes, o Made tocará novamente em Sampa dia 24/08, no Alkatraz Rock Bar (Bixiga), em comemoração ao aniversário de 71 (!!!) anos de Oswaldo Vecchione.
SETLISTS
MADE IN BRAZIL
01. Eu Quero Mesmo é Tocar
02. Não Transo Mais (Parte I)
03. Paulicéia Desvairada
04. Jack O Estripador
05. Vou Te Virar de Ponta Cabeça
06. Treta de Rua
07. Amanhã é um Novo Dia
08. Tô a Toa
09. Gasolina
10. Os Bons Tempos Voltaram
11. Remédio pra Dormir
12. Deus Salva... O Rock Alivia
13. Fiquei com o Blues
14. Anjo da Guarda
15. Minha Vida é o Rock N' Roll
POWER BLUES
01. Mentes Criminosas
02. Liberdade tem um Preço
03. Sexta-Feira
04. A Vida me Espera
05. I Put A Spell On You (Creedence Clearwater Revival)
06. Berço da Terra (instrumental)
07. Nunca Diga Nunca
08. Louca de Pedra
09. Chega de Chorar
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