Angra: banda mostrou sua melhor fase em POA
Resenha - Angra (Opinião, Porto Alegre, 04/08/2018)
Por Karen Waleria
Postado em 06 de agosto de 2018
Fotos: Sônia Butelli
O ANGRA, banda brasileira que está na estrada há 27 anos, retornou a Porto Alegre no último sábado, dia 04 de agosto, com a "Ømni World Tour", para um show no Bar Opinião.
O álbum conceitual, que intitula a tour, nono álbum de estúdio do grupo, foi lançado em fevereiro do corrente ano pela earMUSIC, e foi aclamado tanto pela crítica, como pelo público.
"Ømni" conecta todas as histórias contadas em todos os discos anteriores da banda. Bem como disse Bittencourt ao final da performance, irretocável, que contabilizou duas horas de duração - a banda, sem sombra de dúvida, está na sua melhor fase. Não desmerecendo as fases anteriores onde umas mais, outras menos, mas todas contribuiram para o ANGRA dos dias atuais. Um ANGRA mais maduro e coeso que iniciou a sua performance, pontualmente, às 20h para um público estimado em torno de 900 pessoas.
Tal público recebeu o quinteto formado por Rafael Bittencourt (guitarra e vocais),Fabio Lione (vocal), Felipe Andreoli (baixo), Bruno Valverde (bateria) e Marcelo Barbosa (guitarra) com muito entusiasmo. Cantando juntamente com o grupo, inclusive, as músicas do mais recente trabalho; e não só os hits de álbuns anteriores que também fizeram parte do set.
Abre aspas, é incrível ver o feedback dos fãs em relação ao mais recente álbum lançado que tomou quase que metade do set do show."Ømni" em comparação ao penúltimo álbum da banda "Secret Garden" de 2014, através dos números de um dos aplicativos mais utilizados na web, esse último teria sido ouvido por volta de 7 milhões de vezes, enquanto que o anterior estaria na faixa de 3 milhões e 300 mil e foi isso que se viu na noite de ontem, o álbum sendo ovacionado.
"Ømni"já tem a assinatura do italiano Fabio Lione, já tem a sua personalidade. O tenor, como de domínio público, já integrou bandas como Rhapsody of Fire, Labyrinth, Ayreon, Vision Divine, Kamelot, algumas destas por breve período. Lione que integra a banda desde 2012, e que no início podia se pensar que sua função fosse efêmera, além do álbum, no palco, deixou bem claro, que veio para ficar.
Não é àtoa que a potência de Power/Progressive Metal está em turnê por todo o planeta, via Top Link, com mais de cem datas confirmadas no corrente ano. Tamanho feito é para poucos mortais.
O ANGRA tem uma capacidade de projetar ótimos músicos que já não fazem parte do seu lineup. Da formação original da banda somente Rafael Bittencourt continua em ação, mas isso não é para soar como pejorativo. O ANGRA é como uma fênix. Está há quase três décadas na estrada; mantendo os fãs antigos e agregando novos fãs. Isso devido também à sua renovação musical, às suas renovações e inovações.
Não é uma tarefa muito fácil substituir Confessori, mas o jovem e pequeno Bruno Valverde se agiganta no controle das baquetas com louvor. Valverde faz um trabalho no mesmo nível que seu antecessor fez no "Holy Land" e o "Polvo" no "Temple of Shadows".
Não é uma tarefa muito fácil substituir o guitarrista Kiko Loureiro mas Marcelo Barbosa o faz com maestria, elegância, bem como disse Bittencourt, com finesse.
Não é um tarefa muito fácil também substitur Falaschi que ficou uma década no posto de frontman da banda, considerado a voz do Angra do século 21.
Muitos torceram o nariz para o italiano quando ingressou na banda; mas o vendo em ação no palco da tradicional casa de shows gaúcha, não se imagina ele em outro posto tamanha a interação com seus integrantes, tamanha combinação com a sonoridade atual da banda.
Os integrantes do ANGRA voltaram a ter nos olhos aquele brilho que os iniciantes têm, aquela vontade de estar na estrada, literalmente, como citou Bittencourt. É latente esse sentimento os assistindo.
Confesso que foi meu primeiro show ao vivo, que assisti, com Lione no vocal.
Essa formação me fez relembrar o bordão de um apresentador de um programa dominical - "Quem sabe faz ao vivo."
Não posso deixar de citar os solos de Bittencourt e Barbosa, a cozinha perfeita de Valverde e Andreoli. Os vocais singulares de Bittencourt; o inusitado, mas belíssimo gutural de Lione.
O que se viu ontem foi o ANGRA do século 21 uma banda que tem feeling e peso. Uma banda que não tem medo de mudar, de ousar, experimentar.
Foi um daqueles shows que se sai com um sorrisso de orelha à orelha. Que dá orgulho de dizer, o que hoje em dia é bem difícil - Sou Brasileiro!!!
O setlist contemplou o "Ømni", foram sete músicas do álbum de um total de 16 apresentadas. "Rebirth" de 2001 teve três músicas no set; "Temple of Shadows" de 2004 e Secret Garden de 2014, duas músicas de cada um; "Holy Land" de 1996 e "Fireworks" de 1998, uma música cada um. Veja a seguir o setlist completo.
Setlist:
Intro - Newborne Me
Travelers of Time
Angels and Demons
Nothing to Say
Insania
Running Alone
Caveman
Drum Solo
Upper Levels
Black Widow´s Web
Spreade Your Fire
OMNI - Silence Inside
The Bottom of My Soul
Lisbon
Magic Mirror
Bis
Rebirth
Nova Era
Os antigos integrantes André Matos, Edu Falaschi, Kiko Loureiro, Aquiles Priester, Ricardo Confessori e Luis Mariutti, entre outros, são também responsáveis pelo atual estágio do grupo, comentou Bittencourt antes do Bis; inclusive pedindo uma salva de palmas para eles.
Uma reunião com todos os ex-integrantes compartilhando um mesmo palco seria incrível.
Que os Deuses do Metal abençoem essa ideia.
Vida longa ao Angra!
O show foi gravado na íntegra em Realidade Virtual. E foi o primeiro show de metal no Brasil a utilizar esta tecnologia. Agora é aguardar esse material estar disponível.
Agradecimentos à Ablaze Productions!
Veja mais fotos no link a seguir:
https://www.flickr.com/photos/141777721@N07/albums/72157671988975348
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